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7 cervejarias para conhecer por dentro e degustar uma boa cerveja

Quem escreveu

Renato Salles

Data

10 de November, 2017

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A humanidade inventa umas coisas que eu realmente não consigo entender de onde. Tipo, nós precisamos nos alimentar para viver, e por isso inventamos a gastronomia. Certo. Mas uma banana, por exemplo, você pega, descasca, come, pronto. Fácil, nutritivo e intuitivo. Agora pega o café. Alguém, algum dia, olhou para aqueles grãozinhos e falou: vamos colher, lavar, secar, torrar, moer isso, e depois a gente joga água quente para beber o caldo que sair, que vai ser gostoso e vai dar um barato. Bem pouco user-friendly, mas alguém inventou isso e deu certo.

Recentemente, eu fui convidado a conhecer a maltaria da Ambev em Passo Fundo – RS, e acho que nada tinha me preparado para entender como funciona a fabricação da minha bebida favorita, a cerveja. Confesso que não sabia nem muito bem o que era o tal do malte, tão essencial no preparo e motivo de muita discussão de mesa de bar contra os ‘cereais não-maltados’.

A cevada em processo de malteação

Uma aula rápida: a cerveja é feita de três ingredientes essenciais – malte, lúpulo e água. O malte é um cereal (geralmente a cevada) submetido a um processo natural que transforma o amido do cereal em açúcar com a exposição dos grãos ao calor e à umidade. O malte, depois de misturado com a água, filtrado e fervido, é misturado com o lúpulo, resfriado e só então recebe a levedura que vai fazer a fermentação, transformando o açúcar em álcool.  Daí vem mais uma filtragem, e só então o envase. Fácil, né? Imagina os caras fazendo isso na Idade Média.

A visita à maltaria foi uma aula interessantíssima. O processo de transformação da cevada em malte é super controlado, feito em toneis imensos, para o grão não passar do ponto na germinação. A cevada que chega ao campo para a colheita passa por todo um trabalho de biotecnologia de ponta, fazendo milhares de cruzamentos para chegar nos grãos ideais para o cultivo. E o melhor disso é que todas as visitas a cervejarias acabam sempre em uma bela degustação. Porque se fosse para ficar só olhando, a gente só ia para o museu, não é?

A Ambev produz diferentes cruzamentos de cevada para distribuir para os produtores

Infelizmente a Maltaria da Ambev não está aberta ao público, mas eles tem uma cervejaria que começou a fazer visitas esse ano em Jaguariúna. Além disso, existem vários lugares em que é possível conhecer algumas ou todas as etapas da produção da cerveja, entender os processos de qualidade e ainda beber cerveja direto do tanque. Aqui tem uma lista com as cervejarias mais bacanas do Brasil para fazer essa imersão, e de quebra ainda algumas fora do país para quem estiver de malas prontas.

Ambev – A cervejaria de Jaguariúna começou a fazer visitas guiadas em julho. O tour completo, que vai desde a seleção dos ingredientes até o envase, é encerrado com uma degustação de rótulos harmonizada com petiscos clássicos de boteco.

Av. Antártica, 1353 – Jaguariúna/SP
Visitas aos sábados, 10h e 14h30
Gratuito
Inscrição no site

Cervejaria Colorado – Eu sou suspeito para falar, porque já fui conhecer a cervejaria, e sou fã de carteirinha das misturas que eles inventam por lá. Mesmo tendo crescido muito recentemente, eles mantiveram a essência artesanal, o controle manual, e o incentivo da cultura e dos sabores brasileiros.

Rod. Anhanguera, km 308 – Ribeirão Preto/SP
Visitas aos sábados, 9h
Preço: R$25
Inscrição no site

Dentro da fábrica da Colorado, em Ribeirão Preto

Cervejaria Bohemia – Talvez o maior centro de experiência cervejeira do país, o tour por lá passa não só pelo processo de produção, mas também por um acervo completo da história da bebida e sua influência na civilização moderna. Eles tem também o Empório Cave Bohemia, onde a linha Reserva é maturada e envelhecida em barris de carvalho, como os melhores vinhos e whiskys.

Rua Alfredo Pachá, 166 – Petrópolis/RJ
De terça a quinta, das 12h às 17. Sexta e sábado, das 10h às 18h. Domingos e feriados, das 10h às 17h
Preço: R$36 (inteira) e R$18 (meia)
Site

Wäls – A Wäls surgiu com a missão de criar cervejas brasileiras para paladares mais elaborados, saindo das lagers mais comuns por aqui, inspirado-se nas tradicionais escolas cervejeiras belga, americana e tcheca. Depois de quase 20 anos, ela ficou tão forte  – e grande – que tem agora visitas guiadas em não um, mas em dois espaços diferentes. Na cervejaria é possível ver toda a produção tradicional e conversar com os mestres-cervejeiros. No Ateliê, as barricas guardam mais de 100 mil litros de bebida envelhecendo e fermentando. Só lá tem mais de 20 torneiras de chope, algumas delas com opções de cervejas exclusivas.

Fábrica: Rua Padre Leopoldo Mertens 1460 – Belo Horizonte/MG
Visitas aos sábados, das 11h às 17h
Gratuito

Mais informações no site

Ateliê: Rua Gabriela de Melo, 566 – Belo Horizonte/MG
De terça a sexta, das 17h à 00h. Sábado, das 11h à 00h. Domingo, das 11h às 19h.

Fachada do Ateliê Wäls – foto: Divulgação

Cervejaria Quilmes – Na famosa cervejaria argentina, com quase 130 anos na ativa, além da visita na fábrica antiga, de tijolos aparentes, a degustação ainda é feita com harmonização de delícias porteñas.

Av. 12 de octubre, 100 – Quilmes – Argentina
Visitas aos sábados, às 17h, 18h30, 20h e 21h30
$250 pesos argentinos
Inscrição no site

Stella Artois – Uma das cervejarias mais antigas do mundo, criada há mais de 600 anos, a Stella Artois fica em Leuven, a menos de 30 minutos de Bruxelas. O tour guiado mostra todo o processo de produção da Stella, e ainda toda a história da marca de mais de 600 anos e sua evolução até chegar aos dias atuais.

Aarschotsesteenweg 20, 3000 – Leuven – Bélgica
Sábados e domingos: 13h (em holandês) – 15h (em inglês)
Preço: €8,5 (adultos) e €7,5 (estudantes). Gratuito para menos de 12 anos.
Mais informações no site

Fábrica da Stella em Leuven – foto: Steven Fruitsmaak

Maison Leffe – A casa da Leffe fica em um antigo mosteiro, e lá é possível conhecer a história de quase oito séculos de umas das cervejas mais tradicionais do planeta, criada em 1240 por clérigos da Abadia de Notre Dame de Leffe. O espaço fica na cidade de Dinant e apresenta um tour totalmente interativo com experiências sensoriais e, claro, uma bela degustação.

23, Charreau des Capucins, 5500 – Dinant – Bélgica
De outubro a maio: sextas-feiras, sábados e domingos – 11h às 18h00
De junho a setembro: terça-feira a domingo – 11h às 18h00
Preço: € 7,00. Gratuito para menos de 12 anos.
Mais informações no site

A Maison Leffe fica dentro de um antigo mosteiro – foto: Divulgação

*Foto do destaque – Maltaria da Ambev em Passo Fundo / RS

Quem escreveu

Renato Salles

Data

10 de November, 2017

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Renato Salles

Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.