Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
A vizinhança é estrelada. De um lado da avenida Europa, lá estão os já consagrados MuBE (Museu Brasileiro da Escultura) e MIS (Museu da Imagem e do Som); do outro, a vizinha mais antiga e discreta, a Fundação Ema Klabin, que surpreende com uma programação cultural de qualidade e espaço museológico.
Funcionando desde 1978, a Fundação tem a sua sede na casa onde morou Ema Gordon Klabin. A partir de 1960, a construção, de aproximadamente 900 m2, foi finalizada. O seu projeto foi pensado para que ali pudesse ser abrigada toda a coleção da empresária, filha de imigrantes lituanos e apreciadora das artes, que tinha uma participação ativa na vida cultural e social da cidade, também se envolvendo em iniciativas assistenciais e filantrópicas. O estilo arquitetônico reflete a diversidade do acervo e acaba não sendo um só, mas vários, combinados com harmonia.
A casa não é tão visível a partir da rua, o que ajuda a torná-la menos conhecida, mas não menos interessante. O espaço é enorme, e por isso a casa conta também com um jardim bem planejado, onde um lago com carpas completa o paisagismo. Por dentro, é igualmente impressionante, porque apesar de não parecer tão grande, todo o acervo exposto se encarrega de encher nossos olhos. São cerca de 1500 itens de vários estilos e períodos distribuídos pelos oito principais ambientes da casa – vestíbulo e hall, galeria, salão, sala de jantar, sala de música, biblioteca, quarto principal e de hóspedes – abrangendo desde a antiguidade clássica até o modernismo brasileiro, passando pelas artes pré-colombianas, africanas e orientais.
Cumprindo a sua missão de ser um museu aberto que promove ações culturais, educacionais e sociais, alcançando o maior público possível ao criar “um ambiente de fruição, diálogo e reflexão”, a fundação vem apostando em uma relação mais próxima e integrada com a cidade e com questões atuais, para além de preservar e divulgar o seu acervo. Exemplo disso foi a iniciativa “Museu Expandido”, parte da Virada Cultural 2016 que ocupou a rua em frente com atividades coletivas artísticas e musicais, também abrindo as suas portas ao público. Funcionou muito bem para criar um movimento entre os museus, e principalmente para integrá-la nesse contexto. O legal é que eles também promovem visitas guiadas para quem quiser se aprofundar mais sobre o acervo.
A programação para agosto e setembro inclui palestras, oficinas, apresentações musicais e ações educativas que listamos a seguir:
Exposição do Livro Solar, realizado em 2014 através da parceria com o Museu Lasar Segall e o Instituto ACAIA. O livro é resultado das Oficinas Literárias e de Xilogravura que aconteceram na Fundação Ema Klabin com Áurea Rampazzo e Paulo Camillo Penna, juntando linguagens poéticas distintas (poesia e gravura) em torno do tema “ A Casa”.
De terça a sexta, das 14h às 18h; sábado das 13h às 17h. Visitas educativas: de terça a sexta, às 14h, 15h, 16h e 17h; sábado às 13h, 14h, 15h e 16h.
A instalação “As Vozes dos Livros” propõe transformações que convertem a casa em suporte. Em cada cômodo, uma instalação sonora fará ecoar as histórias que povoam nosso imaginário.
De terça a sexta, das 14h às 18h; sábado das 13h às 17h. Visitas educativas: de terça a sexta, às 14h, 15h, 16h e 17h; sábado, às 13h, 14h, 15h e 16h.
Na série Aula de Mestres deste segundo semestre, dividida em 3 encontros, Anna Maria Kieffer resgata a memória musical de 12 grupos de imigrantes em São Paulo, por meio da pesquisa que realizou junto às comunidades que ainda mantém vivas tradições musicais de suas culturas originais, incluindo música sacra, música profana, cantigas, danças e depoimentos.
15/09 – Judeus, Japoneses, Húngaros: Cantigas sefaradís, música Klezmer e música tradicional religiosa, música monástica japonesa e danças de roda húngaras.
20/10 – Alemães, Armênios, Poloneses: Contadores de histórias e orquestra de bandolins alemães; canções litúrgicas armênias e cantigas tradicionais polonesas
24/11 – Russos, Espanhóis e Nordestinos: Música da liturgia ortodoxa russa, música flamenca e orquestra de gaitas-de-fole espanhóis, poesias de Cego Aderaldo e aboios.
30 Vagas, por ordem de chegada. Sujeito à lotação, às 19h30.
A oficina é um desdobramento do trabalho Desenhar: pensamento, expressão e linguagem (dissertação de mestrado), que trata o desenho como forma expandida, como experiência de projeto e memória na relação com o espaço percebido como ponto, linha e plano. A oficina, dividida em quatro encontros, trabalha com uma construção teórica que resulta em exercícios práticos, oferecendo ao participante a construção expressiva com o desenho.
Aula 1 – Sábado, 03/09 das 10h às 13h
Mitos fundadores, linguagem estruturante e experiências práticas;
Aula 2 – Sábado, 17/09 das 10h às 13h
Desenho e expressão e materiais e meios técnicos e expressivos;
Aula 3 – Sábado, 01/10 das 10h às 13h
Desenho e conceito, exercícios conceituais de composição;
Aula 4 – Sábado, 08/10 das 10h às 13h
Projetos e reflexão de trabalhos trazidos pelos alunos;
Duração: 3 horas cada. Vagas: 15. Público Alvo: Interessados em geral, a partir de 16 anos. Valor: R$ 160,00. Inscrições e/ou mais informações pelo e-mail [email protected] ou pelo tel. (11) 3897-3232
Fundação Ema Klabin
Rua Portugal, 43 – Chácara Klabin
11 3897.3232
Visitas guiadas com agendamento às 14h, 15h, 16h e 17h (às sextas, sem agendamento); aos sábados, visitas guiadas sem agendamento às 13h, 14h, 15h e 16h.
Agendamento pelo telefone ou email [email protected].
Entrada: R$ 10 e R$ 5 para estudantes e terceira idade; gratuita às sextas, aos sábados e para professores.
Foto destaque: Divulgação
Texto: Flávio F. Moreira / Edição: Patrícia Ribeiro – Passeios Baratos em SP
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.