Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
É inegável que a maneira de lidarmos com a nossa alimentação mudou drasticamente nos últimos 20 anos. O mesmo aconteceu com a maneira pela qual passamos a enxergar a comida. Hoje em dia é comum demandar mais ponderação quando o assunto é o que colocamos para dentro do nosso corpo, além de refletirmos sobre o impacto disso para a sociedade e para o planeta.
Não nos basta apenas consumir alimentos mais saudáveis e orgânicos, a nossa preocupação é também com a consciência e o impacto da cadeia produtiva daquilo que vamos comer. Ao sentar-se à mesa em um restaurante, tem se tornado comum observar a procedência da comida que nos é servida, se o seu plantio e manuseio respeitaram o meio ambiente e também qual o destino que as sobras daquele prato terão.
Um novo cenário dentro da consciência alimentar vem surgindo. Além da questão do cultivo consciente, uma revolução é fomentada por diversos movimentos mundo afora, em que o alimento que é servido hoje e que viraria lixo depois acaba virando adubo no cultivo de outros alimentos, permitindo a repetição do ciclo.
Um bom e conhecido exemplo dessa revolução, é o veterano Slow Food. Nascido na década passada, o movimento tem como princípio o prazer de comer, aliado à consciência e à responsabilidade de produzir e consumir alimentos que sejam saborosos, limpos e de preço justo. Presente em mais de 150 países e com centenas de milhares de associados, o movimento defende que todo alimento deve ser bom, o que significa que deve ser gostoso, cultivado de uma forma limpa e não prejudicar a saúde humana, o meio ambiente e os animais, além de oferecer aos produtores o retorno justo e merecido por seu trabalho. E mais: o Slow Food fomenta diversas atividades contra o desperdício no Brasil e no mundo.
Podemos citar também iniciativas como a do governo da França, que, no ano passado, aprovou uma lei que entra em vigor no próximo mês de julho e proíbe os grandes supermercados (com mais de 400m²) a jogar produtos perecíveis no lixo. Segundo a lei, os estabelecimentos deverão doar as sobras para alimentação animal ou para fabricação de adubos.
Outro belíssimo exemplo de engajamento nesta causa, é o Instituto Guandu. Além de ser um modelo de impacto socioambiental, o Guandu incentiva soluções ambientais para os resíduos orgânicos gerados pelos restaurantes, inspira novos modelos de negócio para o impacto socioambiental e compartilha informações sobre meio ambiente e segurança alimentar através das hortas-escola e da ecogastronomia. O instituto ainda vai além e incentiva o uso do próprio lixo como insumo para o plantio de outros alimentos. Um ciclo que vai do “prato ao prato” e traz uma visão mais sustentável para um dos maiores problemas do mundo atual: o processamento do lixo orgânico.
E é sobre esse ciclo que a fundadora do Instituto Gandu, Fernanda Danelo, vai conversar com o público no próximo dia 15 de maio, domingo, no Festival Path. Das 10h às 11h da manhã, vai ser um bate-papo super interessante para todos que trabalham ou estão diretamente ligados à gastronomia ou curiosos com a questão.
Nós do Chicken or Pasta, além de aprovar, incentivar e divulgar toda e qualquer atitude ou movimento que promova ciclos de produção e consumo mais conscientes, tomamos uma posição de parceria com canais que façam o mesmo. Mandou bem, Festival Path! Vai ser um prazer participar dessa conversa.
O Festival Path acontece nos próximos dias 14 e 15 de maio e vai tomar conta das ruas de Pinheiros em São Paulo, com muita música, filmes, palestras, feiras gastronômicas e arte.
*Foto destaque: Wikipedia
O Jo é do tipo que separa pelo menos 30% do tempo das viagens para fazer o turista japonês, com câmera no pescoço e monumentos lotados. Fascinado pelas diferenças culturais, fotografa tudo que vê pela frente, e leva quem estiver junto nas suas experiências. Suas maiores memórias dos lugares são através da culinária, em especial a comidinha despretensiosa de rua. Seu lema de viagem? Leve bons sapatos, para agüentar longas caminhadas e faça uma boa mixtape para ouvir enquanto desbrava novos lugares. Nada é melhor do que associar lindas memórias à boas canções.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.