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Sobrevivência em Albergues: um guia prático

Quem escreveu

Gus Fune

Data

08 de November, 2013

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Viajar nem sempre é barato e uma das formas mais eficientes de economizar é justamente na hospedagem. A escolha número um é sempre um hostel, porém, compartilhar um quarto com vários desconhecidos pode ser tanto uma experiência incrível que resulta em várias amizades, quanto pode se transformar num inferno na face da terra. Nesse texto, selecionei algumas dicas que juntei ao longos dos últimos anos e que podem salvar vidas na hora de viajar.

Escolhendo o hostel

O primeiro passo para se hospedar em um albergue é justamente escolher um. O principal local para se achar hostels e reservar é o Hostelworld. Ao procurar um hostel leve em conta pelo menos 3 fatores:

  1. Avaliação média: evite locais mal avaliados. Eu sempre prefiro ficar nos hostels com a maior avaliação, mesmo que isso signifique um trocado a mais. Às vezes 3 dólares podem fazer a diferença entre uma furada e um lugar que você se sinta confortável.
  2. Localização: a pior economia possível de viagem é ficar em um albergue longe de qualquer ponto central de uma cidade. Por melhor avaliado que seja o local, se ele fica a 10km do centro da cidade e o único meio de transporte seja um ônibus que passa a cada 20 min, sua economia de dinheiro vai sacrificar seu tempo. Sempre escolha hostel localizado perto de estações de metrô, trem e no centro da cidade se pretende turistar a pé.
  3. Serviços inclusos: avaliar quais serviços o local oferece pode fazer toda diferença no fim da viagem. Embora não exista uma classificação de estrelas em hostels, geralmente eu avalio de 1 a 3 o potencial de o quanto um hostel pode ser bom, limpo e organizado baseado em 3 serviços oferecidos gratuitamente:
    • Wifi Grátis: se eles cobram por algo trivial e barato como internet sem-fio, imagina então como deve ser o resto dos serviços. Qualquer hostel que me cobrou por wifi entrou pra lista de piores lugares que já fui parar.
    • Café da Manhã: comida de graça é sempre bem vinda. E se estão te oferecendo isso quer dizer que o local vai te oferecer um bom serviço, na maioria das vezes.
    • Toalhas: Já diria o Guia do Mochileiro das Galáxias: sempre leve sua toalha. Eu geralmente evito viajar com toalhas por evitar colocar algo úmido no meio da bagagem fechada. A maioria dos hostels oferece serviço de aluguel de toalhas, mas os que oferecem gratuitamente, pela minha experiência, costumam ter um serviço melhor.

Um ponto a ficar antento ao reservar um albergue é descobrir se você não vai parar em um Party Hostel. Sempre recomendo conferir algumas avaliações fora do Hostelworld, ou ainda no PartyHostels um agregador de albergues de festa. Festa é sempre bom, mas você não vai ficar nada feliz quando for tentar dormir enquanto um bando de australianos bêbados tenta badalar com Skrillex no último volume. E por falar em australianos: já começe a tentar se familiarizar com o sotaque deles, pois é muito provável que vão ter vários no seu hostel e pelo menos um no seu quarto.

Se tem um bafômetro no hostel, pode ter certeza que vai ter competição pela maior pontuação. E dormir perto disso não vai ser fácil. - Foto: Gus Fune
Se tem um bafômetro no hostel, pode ter certeza que vai ter competição pela maior pontuação. E dormir perto disso não vai ser fácil. – Foto: Gus Fune

Última dica pra escolher um bom albergue é ver se aquele local faz parte de uma rede. Algumas redes de Hostel oferecem bônus se você fica em mais de um lugar na mesma viagem e também mantém um mesmo padrão de qualidade. Minhas redes favoritas são USAHostels pra Costa Oeste americana e Wombats na Europa Central.

Tipos de quartos

Ao reservar um hostel você vai se deparar com a difícil escolha de quartos: misto ou mesmo sexo? 4 ou 20 camas?

Em relação a quarto misto, realmente não faz diferença. Tem mulheres que preferem ficar em um quarto só de meninas, o que é totalmente compreensível. Já para homens, a diferença entre um quarto misto e um masculino quase não vai fazer diferença. Guarda esses 2 dinheiros de diferença e vai tomar uma cerveja, pois dificilmente você vai ver meninas trocando de roupa ou andando só de lingerie no seu quarto. Aconteceu uma vez, mas isso é outra história…

Já a quantidade de camas pode fazer toda a diferença. Sempre tente ficar no quarto com o mínimo possível de camas, mesmo que custe um pouco mais. Pense: mais gente dormindo no mesmo quarto, é mais gente roncando.

Equipamento básico e segurança

E por falar em ronco, não deixe de levar um par de tapa olhos e tapa ouvidos. O primeiro vai fazer toda diferença quando você tentar dormir e no meio da madrugada aparecer alguém bêbado acendendo a luz. O segundo, pode ser a fronteira final entre uma noite de sono e uma querendo asfixiar com o travesseiro um mamute dormindo no outro canto do quarto.

A grande maioria dos albergues também conta com armários aonde você pode trancar suas coisas e sair tranquilo pra turistar. Sempre leve um cadeado contigo na mala pra garantir a segurança da suas coisas. Eu particularmente gosto de viajar com Padlock, assim evito sair com chaves e correr o risco de perder e ter todas minhas coisas trancadas pra sempre. Tente também sempre viajar com uma mala com senha, ou um cadeado. Evite mala com muitos bolsos. Sempre deixo minha mala trancada em algum canto do quarto e as coisas de valor no armário. Existe um risco de ser roubado? Sempre existe, mas, tente minimiza-los com essas dicas que você pelo menos passeia tranquilo.

Padlock companheiro de viagens, item essencial na mala - Foto: Gus Fune
Padlock companheiro de viagens, item essencial na mala – Foto: Gus Fune

Uma nota: a grande maioria das pessoas em hostels está lá também pra se divertir, passear e conhecer lugares novos, então dificilmente você vai encontrar algum encrenqueiro querendo passar o arrastão no albergue. É bem comum inclusive você ver notebook, câmera e casacos jogados em lugares do hostel e ninguém mexer. Mas se tem uma coisa, que se largar em qualquer canto essa coisa vai sumir, essa coisa é comida.

Comida

É regra: largou comida na mesa, alguém vai pegar e comer. Botou na geladeira sem etiqueta: vão comer. Comida é o item mais cobiçado entre viajantes low-cost e ninguém medirá esforços em fazer uma boquinha extra. Coloque etiqueta em suas comidas, feche bem sacolas plásticas devidamente nomeadas e boa sorte.

E se você pretende cozinhar no hostel, antes de fazer as compras dê uma olhada na prateleira de free food. Dificilmente você vai encontrar um pacote de Oreo dando sopa, mas alguns achados podem ajudar a economizar alguma grana no preparo do rango. Por exemplo: manteiga, pimenta, sal e outros ingredientes básicos sempre sobram. Não tem necessidade de comprar um tablete de 300g de manteiga pra quem vai cozinhar no máximo 3 refeições antes de levantar acampamento, melhor ainda se achar de graça!

Atividades Sociais

A grande maioria dos hostels promove atividades sociais durante o dia e a noite. Sempre recomendo fazer parte de algumas atividades, seja pra socializar ou pra dar aquela incrementada no passeio. Algumas das minhas favoritas:

  • Walking Tours: esses passeios contêm insights que dificilmente estarão na maioria dos guias de viagem. O melhor: é gratuito! Mesmo assim, recomendo sempre deixar uma gorjeta, já que o guia provavelmente não recebe nada pelo tour e depende de contribuições.
  • Noites com Comidas Típicas: sempre uma alternativa barata de se conhecer mais sobre a culinária de uma cultura diferente. E se você chegar cedo, ainda dá pra ficar pela cozinha e aprender a fazer um prato novo.
  • Pub Crawls: ou qualquer outra atividade alcoólica é sempre o melhor caminho pra quem procura uma balada no local e não sabe por onde começar. E no meio do caminho você ainda conhece vários pubs, e várias pessoas no processo.
Credito: http://www.flickr.com/photos/grumbler/
Credito: http://www.flickr.com/photos/grumbler/

Outra grande vantagem de entrar nas atividades sociais, além de conhecer pessoas, é aproveitar pra economizar em passeios pagos. Vários passeios turísticos oferecem descontos para grupos acima de 8 ou 10 pessoas e, mesmo que viajando sozinho, é perfeitamente plausível conhecer e juntar um número desses em um hostel, ainda mais que todo mundo vai estar na vibe de viajar e conhecer a região, então: por que não?

Lembre-se que todas as dicas acima podem nem sempre funcionar pra você ou em algum lugar muito diferente, mas pelo menos na maioria das situações podem ajudar bastante a melhorar a experiência de viagem. No fim das contas, o que importa é: mantenha-se seguro e divirta-se bastante!

* Imagem de capa: Bildagentur Zoonar GmbH/Shutterstock

Quem escreveu

Gus Fune

Data

08 de November, 2013

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Gus Fune

desde que viajou sozinho pela primeira vez foi picado pelo mosquito do Wanderlust. Foi ai que resolveu mudar a vida: trabalha via home-office e só para em casa pra lavar roupa, pagar contas e empacotar a mala pra próxima viagem. Sua meta de vida é conhecer pelo menos 100 países antes dos 30.

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Comentários

  • Ah. Seria legal tb dizer que vale a pena olhar a vitrine no Hostelworld, mas vale mais a pena reservar diretamente com o hostel no site próprio deles! :)

    - Bebeto Le Garfs
  • Dica de um dono de hostel. Melhor um cadeado com chave do que um com código. Se for de código com 3 dígitos, da pra algum malandro abrir rapidinho so testando de 000 a 999… Se for pra ser com código, existe uns de 4 dígitos q sao mais seguros…

    Quanto a escolha de tamanho de dormitório. Eu particularmente prefiro quartos com mais camas, pq eu normalmente durmo bem com barulho, e as chances de voce conhecer mais gente interessante sao maiores num dorm grande…

    mas ai vai tb da sua idade.

    - Bebeto Le Garfs
  • Muito bom o guia! Eu normalmente prefiro quarto só com meninas por dois motivos: elas não roncam tanto e normalmente em quartos mistos sempre encontra algum casal e eles são sempre os mais tagarelas quando vc está dormindo :)

    - Daniella Valentin

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