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Ilhas Gregas: a magia das Cíclades

Quem escreveu

Renato Salles

Data

23 de September, 2015

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Falar de ilhas gregas é bem difícil, já que a Grécia tem mais de 1200 ilhas, das quais mais de 200 são habitadas. Haja post para isso! Mas quando se pensa em ilhas gregas, o mais comum é pensarmos nas Cíclades. Esse arquipélago, que recebe esse nome por formarem um círculo ao redor da ilha sagrada de Delos, fica bem no meio do Mar Egeu, perto de Atenas. São mais de 220 ilhas, cada uma com suas características e seus encantos, mas as Cíclades são conhecidas mesmo por Míconos e Santorini, que são inevitáveis.

Mesmo em ano de crise, eu estive lá e o que vi foram ilhas cheias de vida, de turistas, e cenários realmente inesquecíveis. Impossível conhecer tudo, mas o pouco que consegui conhecer em 10 dias me deixou com vontade de voltar muitas vezes, e explorar cada pedacinho de terra ali. Como já falamos por aqui, se alguém quer ajudar a Grécia agora, a melhor coisa a fazer é visitá-la. E vamos combinar que esse é um favor que dá para fazer com prazer.

Sinos de igreja por todos os lados
Sinos de igreja por todos os lados

Informações gerais

As Cíclades são muito diferentes de outros arquipélagos gregos por serem ilhas áridas, e até por isso bem diferentes com o que nós estamos acostumados em relação a praias. Os montes são pedregosos e a vegetação é quase toda de arbustos. Em compensação, o mar está entre os mais brilhantes e transparentes que já vi. Em julho e agosto, o calorão atrai montes de turistas europeus em busca do bronzeado ‘tijolo’ ideal, e por isso você pode pegar cidades e praias bem cheias. Em junho e setembro, ainda tem tempo seco e quente, mas como estão fora a alta temporada, os preços estão mais baixos e as ruas mais vazias. A diferença entre eles é o mar: quente em setembro, e frio em junho. Quanto mais longe desses meses, mais o calor vai embora, o tempo fica úmido e venta muito. Melhor evitar.

A moeda lá (ainda) é o Euro, e dá para usar cartão de crédito em hotéis e restaurantes. Mas é sempre bom ter dinheiro vivo para pagar passeios e souvenirs. As ilhas mais famosas tem sempre caixas eletrônicos para salvar na hora H, mas as pequenas podem te pegar desprevenido.

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Rolezinho entre Paros e Antíparos

Transporte

Para chegar às ilhas principais, você consegue pegar barcos grandes e rápidos (e outros nem tanto) saindo do porto de Pireus, em Atenas. Se quiser comprar com antecedência, dá para procurar aqui. Nós usamos a SeaJet e foi um mico, mas depois pegamos a Helenic Seaways e a Blue Star, que foram bem melhores. Esses barcos grandes só circulam entre as ilhas mais importantes, então se quiser ir até as menores e mais desconhecidas, tem que ir até uma das grandes e de lá pegar um barco menor.

Também é possível chegar em algumas das ilhas de avião, tanto vindo de Atenas quanto de algumas cidades europeias. Muitas empresas low-cost voam direto para Míkonos e Santorini, e outras ilhas grandes como Paros e Naxos também tem aeroportos, mas para vôos domésticos.

Nas ilhas, a forma mais fácil de se locomover é mesmo alugar algum meio de transporte: carro, moto, vespa, quadriciclo, tudo vale. Não se preocupe em fechar isso antes, todas as ilhas tem muitas lojinhas de aluguel e é muito fácil e barato para fechar. Só lembre de levar sua carteira de motorista que é obrigatória. Nós optamos por, sempre que possível, pegar um quadriciclo, ou ATV como eles chamam. Eu, que sou meio mané com essas coisas, aprendi na hora como dirigir e no último dia já estava me achando o James Dean das quatro rodas. É possível circular também de ônibus, mas você fica bem restrito em horários e trajetos. E taxis são escassos e estão concentrados nos centrinhos, então voltar de uma praia distante pode ser um transtorno.

O primeiro ATV a gente nunca esquece
O primeiro ATV a gente nunca esquece

Hospedagem

Em tempos de crise, quem tem hotel nas Cíclades é rei. Mentira, mas parece verdade. Em todas as ilhas você vê pousadas e hoteizinhos familiares pipocando, já que o turismo é o mercado que mais cresce e emprega lá. E na hora de pesquisar preços, cuidado! Talvez escorram lágrimas de sangue pela tela do computador. Sem brincadeira, a variação de preços é assombrosa. Os hotéis de preços normais são, na maioria, pousadas pequenas. Mas pode ir sem medo, porque os gregos são bem acolhedores e simpáticos, e essas pousadas são quase sempre confortáveis e acolhedoras, apesar da falta de luxo.

Mas se luxo for a tua, prepare o bolso e as expectativas. Vimos hotéis em Oia (Santorini) que tinham diárias de bem mais de R$20mil, mesmo sendo apenas casinhas branquinhas simples, talvez com uma banheira no quarto. Grande resorts com piscina gigante e tal não tem por aqui. Mas os pequenos hotéis são tantos que fica difícil indicar um ou outro. Melhor que isso é falar das ilhas para explicar os melhores lugares para ficar.

Nosso pequeno paraíso privado em Antíparos
Nosso pequeno paraíso privado em Antíparos

Santorini

Aquela imagem que todos nós temos das ilhas gregas, das casinhas brancas empilhadas na encosta, vem dessa caldeira vulcânica no extremo sul das Cíclades. Santorini, ou Thira em grego, tem uma geografia muito particular por ter o formato de um gigantesco C invertido, com montanhas de mais de 300m de altura, com uma lagoa, a ilha de Thirasia na ponte e duas ilhotas no centro. Só de subir a estrada íngreme, a vista já é de tirar o fôlego do viajante mais apático. Antes, essa subida era feita só em burros, mas agora andar nos animais é só um atração turística bizarra mesmo. Mas não se engane: se você quer praias paradisíacas, Santorini não é teu lugar. Aqui é lugar para flanar, namorar e babar com o cenário.

Hospedagem: Ao longo das montanhas, vários vilarejos se enfileiram ao longo da única estrada, que vai de quase de ponta a ponta. A mais conhecida, aquela dos cartões postais, é Oia, na ponta mais ao norte. É lá que as pessoas se empoleiram para ver o pôr-do-sol nas vielas labirínticas todos os dias. Também é longe o lugar mais caro, e pagar um quarto de hotel lá pode ser para poucos. O centro é pequeno, vive abarrotado, e lá só o que tem, além da vista espetacular, são hotéis, restaurantes, lojinhas de bugigangas gregas e muitas noivas orientais tirando foto com vestido de noiva. Deve ser moda na China.

O por do sol em Oia lota mais que Arpoador
O por do sol em Oia lota mais que Arpoador

Eu, sinceramente, gostei mais de ficar em Fyra, a vila principal, bem no meio do caminho entre o porto e Oia. É uma vila maior, com preços bem mais acessíveis, e muito mais opções de comércio, como aluguel de carros e motos, operadora de celular, farmácia, etc. Além disso, em Fyra a noite se estende mais, com gente na rua e bares cheios até a madrugada. Se quiser ir a Oia, dali saem muitos ônibus (com ar condicionado) a cada 15 minutos, por uma ninharia. Ah, e a vista também é espetacular.

No meio do caminho, ainda existem outros vilarejos ainda menores, como Imerovigli e Finikia. Mas esses são para quem quer sossego total.

Comes e bebes: comer em Oia pode ser uma tarefa árdua. Com a quantidade de gente que se desloca para lá todos os dias para ver o pôr-do-sol, praticamente todos os restaurantes fecham reservas com dias de antecedência, e se você não quiser terminar sentado na mureta tem que se programar. O único lugar que conseguimos sentar relativamente fácil foi o Ochre, que tem um terraço grande em escada para ninguém perder a vista, e frutos do mar deliciosos acompanhados de vinho bem gelado. Aliás, falando em vinho, o clima semi-árido de Santorini está propiciando uma crescente produção de vinho local. Vale a pena experimentar.

Em Fyra, os restaurantes são tantos, que o melhor jeito de escolher é ver a cara e o cardápio. Se quiser comer apreciando o mar, se embrenhe pelas ruelas em direção ao acesso do porto antigo. Nós acabamos no Zafora, que marcou mais pela vista que pela comida. Se quiser buxixo, procure a rua principal, ao lado da para dos ônibus.

Kamari e sua praia de pedra preta
Kamari e sua praia de pedra preta

Uma experiência ótima que tivemos com comida em Santorini foi no Portobello, voltando de Akrotiri. Depois de um dia inteiro com sol escaldante na cabeça, acabamos em um almoço tardio por acaso nessa taverna simples e familiar, e comendo uma verdadeira salada grega, acompanhada de tzatziki (iogurte com pepino, sal, azeite, alho e dill). Refrescante, delicioso e barato. Isso tudo no meio de um vilarejo isolado e lindinho, ouvindo música tradicional grega (que parece sertanejo).

Praias: Santorini não é ilha para curtir praia, mas isso não quer dizer que elas não existem. Na costa leste da ilha, nas costas do C invertido, o relevo se espalha em uma grande planície, com vilarejos com aquela cara típica do Mediterrâneo. Mas as praias lá não são aquelas que vemos nas fotos, de areia dourada e mar cintilante. Como Santorini é uma formação vulcânica, é de se esperar que a areia da praia não seja a mais bonita. Mesmo assim, os brasileiros não resistem a lagartixar um pouco e dar um bom mergulho, então existem algumas opções a se considerar.

Kamari – o vilarejo de Kamari é um dos mais desenvolvidos daquele lado, então é também uma das praias mais movimentadas e turísticas. É muito gostoso o calçadão com muitos restaurantes enfileirados na orla. Isso também é ótimo porque todos eles tem espreguiçadeiras e guarda-sóis na areia de graça para quem consome. Mordomia é a palavra. O problema é que a areia é basicamente pedriscos vulcânicos pretos, que no sol parecem mais pedacinhos de brasa. Ficar sem uma havaiana ali é impossível, e você ainda vai ver os turistas europeus mais calejados com sapatinhos aquáticos bem feios mas muito práticos.

Perissa e Perivolos – um pouco mais ao sul, são basicamente a mesma praia, mas cada canto tem um nome. A formação da areia é basicamente a mesma de Kamari, mas o clima é mais tranquilo ainda, e o serviço um pouco mais escasso. Um pouco mais adiante tem ainda um terceiro trecho, Agios Georgios, ainda mais deserto e sem estrutura.

Monolithos – Ainda mais calma, existe Monolithos, ao norte de Kamari. Aqui a areia é um pouco mais fina e agradável de andar descalço, mas aqui já quase não dá nem para ficar, pois não tem quase nada. Além disso, é a praia que fica mais perto do aeroporto, então você vai ficar assistindo a barriga das aeronaves passando, com aquele ‘barulhinho’ característico.

A Red Beach fica bem na foto
A Red Beach fica bem na foto

Red Beach – Você vai ver fotos, as agências vão te indicar, e você vai se deixar atrair. É quase obrigatório ir até lá conferir o que acontece nessa praia tão divulgada, por conta da falésia cor de tijolo que envolve ela. Ma a verdade é que a praia em si não é grandes coisas, mas o cenário é lindo para por no Instagram. A areia é mais fininha, mas fica bem cheia e, infelizmente, cheia de lixo. Dá uma deprêzinha. Para chegar lá, você dirige por uns 20 minutos saindo de Fyra para o sul, em direção a Akrotiri, e em determinado momento você deixa seu transporte no fim da estrada e segue por 10 minutos em uma trilha de pedras. É legal para passar uma manhã.

Outras atividades: Em 2 ou 3 dias já dá para sentir a vibe de Santorini e partir para ilhas mais agitadas. Mas se você está em lua de mel e quer esticar a estadia romântica por lá, existem algumas atividades que valem a pena fazer para explorar a ilha por inteiro. Alguns são bem baratinhos, mas outros vão doer um pouco no bolso. Numa ilha que praticamente vive de turismo, não dá nem para reclamar.

Akrotiri – Quem curte história tem que pagar uma visita às escavações de Akrotiri, no sul da ilha. As construções da Era do Bronze foram soterradas em cinzas de vulcão na erupção de 1627, o que ajudou a preservar não só a estrutura, mas também objetos, pinturas e afrescos do local. As escavações vem sendo feitas desde 1967, e pelo visto ainda tem muita coisa para achar. A entrada custa 5 euros.

Vulcões – A caldeira que formou Santorini nada mais é do que um vulcão submerso. Ao longo de milhares de anos e erupções, duas pequenas ilhas pretas se formaram no meio da lagoa do C, Palea e Nea Kameni. O vulcão está inativo, mas a última atividade reportada em Nea Kameni foi em 1950. Hoje, a atividade é vista só na forma de termas em alguns pontos. Todo dia, várias companhias fazem passeios em barcos, veleiros, lanchas e outros para visitar essas ilhas e ver Santorini de outro ângulo, de baixo. E muitos dos passeios ainda estendem o programa até o começo da noite para ver o pôr-do-sol em Oia da água, e depois oferecem um jantar a bordo.

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Fyra, e a boca do vulcão

Thirasia – A pequena ilha que completa o círculo do C fica oposta a Fyra, tem formação vulcânica bem similar, mas quem visita diz que o clima é muito diferente e rústico. Com só cerca de 600 habitantes na vila, não é um lugar para se hospedar, mas sim para passar algumas horas relaxantes. No porto, muitos restaurantes se alinham em frente à água esverdeada para o almoço. Mas se quiser ver a vila e a vista, prepare-se para subir muitos degraus íngremes com o sol no cuco. Se quiser explorar a ilha inteira, leve uma bicicleta alugada de Santorini, pois tem lugares que os ônibus da ilha não chegam. E um aviso: o ônibus é gratuito, mas se ele encalhar, você tem que ajudar a empurrar com todo mundo.

Baía de Amoudi – Passando Oia, descendo a montanha, tem uma pequena baía ótima para mergulhos da encosta para os corajosos, e snorkeling em águas cristalinas. Tem gente que diz que é o melhor lugar para nadar na ilha. O problema só é chegar lá. Como fica muito cheio, às vezes pode ser difícil achar lugar para estacionar as motos e ATVs. Outra opção é descer a escadaria montado nos burros, por sua conta e risco.

Vinícolas – Parece coisa de visita ao Chile, mas não é. Como eu já disse, os vinhos de Santorini estão se destacando cada vez mais e as vinícolas aproveitaram para capitalizar em cima. Várias delas oferecem visitas guiadas com degustação. Achei um post aqui com 13 delas elencadas como as melhores, e algumas parecem lindas pelas fotos.

As noivas de Santorini
As noivas de Santorini

Míconos

A mais conhecida, e mais cheia, de todas as ilhas é também a meca da badalação do verão grego. Não poderia ser diferente. Míconos (ou Mykonos) reúne praias maravilhosas, hotéis luxuosos, restaurantes incríveis e muitos clubes para quem quer se jogar. Mas assim como Ibiza, tem espaço para todo mundo. A ilha acaba reunindo jet-setters, mochileiros, nudistas, famílias, idosos, gays e muitos, muitos europeus atrás do look tijolo. Mas ao contrário de Santorini, Míconos gira em torno da praia 24h por dia. São mais de 20 praias principais, fora as muitas pequenas que só se chega por trilha, cada uma com características próprias, mas todas com areia dourada e mar turquesa. Claro que não dá para visitar tudo, então vou falar das mais famosas, e as que mais gostamos.

A vista do nosso quarto
A vista do nosso quarto

Hospedagem: Logo de cara, saindo do porto, o que se vê é a única cidade da ilha, que se chama, óbvio, Mykonos Town, ou Chora. Ali fica uma grande concentração de casinhas brancas tradicionais encavaladas em ruas labirínticas, e ali você encontra um monte de pequenos hotéis, dos mais simples aos mais luxuosos. Isso ainda no meio do buxixo de restaurantes, bares, lojas, etc. De lá também saem os ônibus que partem para as praias, e os taxis, bem difíceis de encontrar (apesar que alugar um transporte em Míconos é quase obrigatório). Para mim o melhor lugar para ficar. Nós ficamos em um beeeem simples, quase uma hospedaria, mas limpinho, e com uma vista fantástica do por-do-sol. Chama Maria Katerina Apartments, comandado pela própria. Quem quer luxo, e não tem problema em por a mão no bolso, pode procurar o Andronikos, que fica bem no meio da cidade antiga e é desbundante.

Bem perto, mas já em outras praias, vilarejos menores mas ainda agitados também são boas opções por ficarem bem perto do centro. Ao norte fica Agios Stefanos, e ao sul Ornos Bay. A vantagem deles é que você consegue chegar ao centro só com uma caminhada, já que os estacionamentos lá ficam bem cheios. Mas se quiser reclusão e conforto, você encontra resorts maiores e mais bem equipados em praias mais afastadas, como Paradise e Elia.

Agios Sostis
Agios Sostis

Comes e Bebes: Escolher onde comer em Míconos não é tão fácil por conta da quantidade de opções. No centro tem praças inteiras tomadas por restaurantes, todos charmosos e com mesas na calçada. O feeling ali conta muito, mas fique de olho nos preços. Como tudo na ilha, existe um turismo exclusivo para gente bem abonada, e se não quiser estourar o cartão de crédito tem que ficar de olho onde está se metendo.

O bom é que a cidade é feita também para os notívagos e tudo fecha bem tarde se comparado com o resto da Europa. No mais, o melhor é mesmo se perder pelas ruinhas e se lançar ao acaso. Foi nessas andanças que acabamos conhecendo o Amades e o Maereio. Os dois servem comida grega caseira, bem praparada, saborosa e barata. Chamou atenção também o atendimento super simpático (que é bem comum por lá). Investindo um pouco mais para uma refeição bacanuda, o Mamalouka é uma ótima pedida, principalmente se conseguir uma mesa no jardim. E se quiser uma experiência high-end, reserve uma mesa no Interni, que é lindo demais, mas vive lotadíssimo. Também muito recomendados estão o m-Eating e o Niko’s Taverna.

O jardim fervido do Interni
O jardim fervido do Interni

Ainda no centro, um programa inevitável é sentar para tomar ótimos drinks e ficar vendo o povo bronzeado passando. Nosso canto favorito foi a rua Enoplon Dinameon, que tem vários bares desses. No mesmo quarteirão ficam o Cosi, o Paso Doble e o Aroma. Mas o bar que elegemos como nosso fica um pouco mais adiante. O Queen é mínimo, mas fica em um largo onde eles distribuem mesinhas fora que enchem de gente linda, ouvindo um house incrível, e tomando os drinks inventados na hora com maestria pelos barmen. Muitos restaurantes e bares famosos por ali ficam de frente para o mar, no que eles chamam de Little Venice. É o caso do Caprice, o Semeli e o Scarpa, mas nós não chegamos a experimentar.

Fora do centro, você vai achar vários lugares para comer espalhados pelas praias, geralmente perto, ou mesmo dentro, dos beach clubs. Me falaram bem do Spilia, que fica perto de Kalafati. Mas uma recomendação que é quase uma ordem é ir ao Kiki’s Taverna. Ao lado da isolada Agios Sostis, esse restaurante super simples não é nada mais que um terraço com uma vista incrível, uma churrasqueira que prepara o melhor polvo que já comi, e um dono malucão que faz os clientes cuidarem da espera enquanto tomam vinho de caixa de graça. Único e imperdível.

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Eis o Kiki’s Taverna

Balada: Míconos é a Ibiza do Egeu, então não poderia faltar muita balada por lá. Como nós fomos em outra vibe, pulamos a jogação dessa vez. Os clubes mais famosos, que recebem os DJs mais conhecidos do mundo todo ficam nas praias do sul, principalmente Paradise e Super Paradise. É o caso do Paradise Club e o Cavo Paradiso. Se não quiser se arriscar dirigindo até lá à noite (e ainda ficar sem beber), alguns bares e clubes no centro oferecem uma pistinha animada para sacudir um pouco o esqueleto. Lá tem o Scandinavian, o Güzel e o Moni. Os gays se juntam no Jackie O, que tem filial em Paradise. Se alguém tiver outras recomendações, eu agradeço muito.

Pode inventar o drink que quiser com o barman do Queen
Pode inventar o drink que quiser com o barman do Queen

Praias: Como já foi dito, são muitas praias, todas diferentes. Mas uma coisa que se pode dizer sobre todas é que elas se dividem entre as que tem beach clubs e as que não tem nada. Os beach clubs nada mais são do que bares/restaurantes, geralmente grande e abertos, que montam muitas fileiras de espreguiçadeiras e guarda-sóis de palha na areia. Você sente onde quiser – se não estiver lotado – e passa o dia lá tomando sol, nadando, bebericando e comendo. É uma delícia, mas você tem que achar o clube que tem a sua cara. E preste atenção que quase todas elas tem um canto onde as pessoas ficam como vieram ao mundo, sem pudor e sem aviso.

Psarou e Platys Gialos – Estão entre as mais famosas, as mais frequentadas pelos gregos, e também entre as mais caras. São cheias de hotéis e prédios de apartamentos, e é onde os ricaços se encontram.

Paradise e Super Paradise – São as praias da balada. Além dos clubes noturnos, os beach clubs dão festas durante o dia que ficam lotadas. Boa para os solteiros à procura.

Elia – É uma das praias mais longas da ilha, e é praticamente cercada por grandes hotéis. Tem muitos beach clubs, mais tranquilos, mas no geral achamos a praia bem boring. Também é uma das mais procuradas pelos gays.

Lia Beach, a praia que chamamos de nossa
Lia Beach, a praia que chamamos de nossa

Panormos – Ao norte do centro, é uma praia mais tranquila, com dois beach clubs bacanas, mas do tipo mais relaxado, sem música bombando e com preços decentes.

Agios Sostis – Logo depois de Panormos, essa pequena gema selvagem é ideal para quem não se importa de não ter infraestrutura. Ali o esquema é mais Brasil, cada um com a sua canga e sacola com mantimentos. Ah, e tem o Kiki’s ao lado, que já mencionei.

Ftelia – Praia de areia um pouco mais avermelhada e fina, que nem é tão bonita. Mas é bem tranquila e atrai os praticantes de windsurf.

Lia – No extremo oeste, oposto ao centro, é a praia mais distante e mais linda da ilha. Tem um único beach club, pequeno e sossegado, no canto, e o resto da praia é só areia e algumas casinhas de pescador. Minha favorita.

A Lalai provou e aprovou
A Lalai provou e aprovou

Outras Atividades: Quem for passar 2 ou 3 dias em Míconos, só vai ter tempo mesmo para as praias. Mas se for esticar a temporada e cansar de torrar na areia, dá para fazer alguns passeios para entreter mais a cabeça, porque não fazer nada também cansa.

Compras – O centro histórico é ótimo para passar o tempo comprando aquelas bugigangas para dar de presente como os famosos olhos gregos, ou as típicas sandálias de couro. Essas lojinhas dividem espaço com lojas de grife carérrimas do mundo todo, mas não tenha medo de entrar, perguntar preço e pechinchar.

Desbravar o centro – Mais do que bares, restaurantes e lojas, o centro também guarda muita história. Em frente ao porto antigo fica a igreja mais importante da ilha, a Panagia Paraportiani, construída pelos bizantinos no século XV. Ali do lado também ficam os famosos moinhos, usados desde o século XVI na fabricação de farinha, e com uma vista privilegiada da baía. O centro ainda conta com museus arqueológicos e galerias de arte bem interessantes, como a fantástica Rarity. E ainda, que tal pegar um cineminha, mas a céu aberto, com bons drinks para acompanhar? Isso é possível no Cine Manto.

Delos – Por último, uma day trip que vale cada centavo é a visita à ilha vizinha, e desabitada, de Delos. Essa ilhota é um dos mais importantes sítios de Patrimônio Cultural da UNESCO, com ruínas que datam de 900 a.C. A viagem de barco até lá demora meia hora, e tem três saídas de manhã do centro, e três voltas à tarde. Também tem saídas de Platys Gialos e Paranga. A viagem custa 17 euros, mais 5 euros de entrada na ilha.

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Tem coisa aberta até altas horas

Outra Ilhas

São muitas, muitas ilhas que forma as Cíclades. É praticamente impossível conhecer todas. Só entre as mais importantes estão 20, todas bem diferentes. Nós só tivemos o prazer e o privilégio de conhecer mais uma: a pequena e pouco povoada Antíparos. Foi uma coincidência do destino que nos levou para lá, e foi talvez até pelo acaso que tenha sido um dos pontos altos da viagem. Mas uma coisa que se percebe ao se desbravar cada nova ilha grega é que cada uma tem seus encantos, e não tem uma que não nos faça se apaixonar. Por isso, pesquisando rapidamente, aqui estão alguns desses de cada uma delas, para ajudar no roteiro das próximas visitas:

Naxos – A maior e mais fértil das Cíclades, é talvez a que menos dependa do turismo. Tem suas próprias nascentes de água, além da produção de legumes, queijos, azeitonas e mel. É também onde fica o ponto mais alto do arquipélago, o monte Zás, com 1.000m de altura, e povoados feitos em pedra, bem diferentes das casinhas brancas que conhecemos.

Paros – Logo ao lado, e também bem grande, Paros é um lugar de veraneio bem conhecido dos gregos, junto com a sua vizinha Antíparos. Aqui você encontra praias bem tranquilas, mansões com vista para o mar, e ótimas opções de passeios de barco.

É tipo assim por todos os lados
É tipo assim por todos os lados

Amorgos – Ainda em processo de descobrimento pelo turismo, Amorgos se destaca pelas praias lindas e calmas, as estradas em zigue zague subindo os morros, e a khora, o centro da vila debruçado sobre o  desfiladeiro com vista para o mar.

Milos – Assim como Santorini, também tem formação vulcânica, e é conhecida entre os gregos como a ‘ilha das cores’, já que sua geologia fornece variadas composições para suas praias e águas.

Ios – Descoberta por europeus ávidos por sol, praia e festa, Ios tem o mesmo mote de Míconos, mas sem tanta pompa e preços bem mais amigáveis.

Ilhas menores – Algumas ilhotas estão agora sendo descobertas por viajantes que querem fugir do turismo clássico e procuram experiências mais locais e pitorescas. Para isso, eles tem desbravado Iráklia, Koufoníssia, Folegandros, Anáfi e Sifnos.

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Quem escreveu

Renato Salles

Data

23 de September, 2015

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Renato Salles

Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.

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