Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
O boca a boca já anuncia a boa-nova: a adaptação dos famosos quadrinhos criados por Maurício de Sousa colheu elogios antes mesmo da estreia oficial, que acontece agora. O sucesso parece inevitável. O fim de junho e o começo de julho – ou seja, as férias escolares – contribui para a sensação, traduzida por um vislumbre de crianças e adultos de toda a sorte nas salas de cinema. Num país que pouco lê, muitos leram e leem a partir das aventuras da turma chefiada pela dentuça Mônica. Claro, Cebolinha, Magali e Cascão fecham o quarteto oficial. Sansão e Floquinho também estão presentes. Aliás, é o sumiço do cacholo (rs) o pontapé da história, contada em live action. A direção é de Daniel Rezende (montador de “Cidade de Deus”, pelo qual concorreu ao Oscar na categoria, e diretor de “Bingo”).
“Turma da Mônica – Laços”. Confira salas e horários, aqui.
Outro filme brasileiro aguardado, este com a assinatura de Gabriel Mascaro, diretor e roteirista dos elogiadíssimos “Boi Neon” e “Ventos de Agosto”. Esse drama futurista já foi apresentado no Festival de Sundance – reconhecido reduto do cinema independente nos Estados Unidos – e chega agora aos cinemas. A história se desenrola em 2027 e acompanha uma devota religiosa que usa seu ofício num cartório para tentar dificultar os divórcios. Enquanto ela espera por um sinal divino em reconhecimento aos seus esforços é confrontada com uma crise no casamento que a aproxima de Deus. A grande Dira Paes é a protagonista. Estamos curiosos.
“Divino Amor”. Confira salas e horários, aqui.
Em guias anteriores, destacamos o monólogo “Dentro” e a performance “O narrador”, ambas empreitadas do Teatro Inominável, companhia carioca que completa dez anos de atuação. Agora, “Yellow Bastard”, em cartaz no CCBB, vem coroar a década desdobrada nos palcos. Assim como “Divino Amor”, sobre o qual falamos em cima, a peça nos lança ao futuro, neste caso em 2033. O ator Márcio Machado vive um advogado com quarenta e poucos anos de idade que, subitamente, descobre ser um alienígena de pele completamente amarela. A mudança o faz percorrer mentiras e verdades sobre sua vida e a questionar sua autoimagem. A cantora Letícia Novaes dá voz à primeira mãe do protagonista. A dramaturgia é de Diogo Liberano.
“Yellow Bastard”. Quarta-feira a domingo, às 19h30. Em cartaz até 18 de agosto. Ingressos a R$ 30.
CCBB (Teatro III). Rua Primeiro de Março, 66 – Centro.
Robert De Niro é daquela brilhante geração de atores de rostos comuns e inesquecíveis que despontou entre as décadas de 1960 e 1970 nos Estados Unidos. Sim, estamos falando de Al Pacino, Jack Nicholson e Dustin Hoffman, mas não só. Fato é que não se revisa a cinematografia do país sem esbarrar com esses nomes algumas vezes. Descendente de italianos, ele ganhou o primeiro Oscar (esse de ator coadjuvante) por encarnar Vito Corleone na juventude em “O Poderoso Chefão II”. A segunda estatueta (agora de ator) veio em pouco tempo, com a antológica interpretação do boxeador Jake LaMotta em “Touro indomável”(foto), dirigido por Martin Scorsese, com quem fez uma das mais célebres parcerias do cinema. Os dois filmes estão em cartaz na mostra, que também apresenta trabalhos menos visados do artista, como “Olá, Mamãe!” e “1900”.
De Niro no CCBB. Confira a programação completa no site.
Na quarta-feira (03.07) estreia o novo espetáculo da renomada Companhia Brasileira de Teatro (de “Krum”, “Esta criança” e “Preto”). Com direção de Marcio Abreu, “Por que não vivemos?” adapta uma história escrita pelo dramaturgo russo Anton Tchekhov. A peça trata de temas recorrentes na obra do escritor, como o conflito entre gerações e as transformações sociais. Camila Pitanga, Cris Larin, Edson Rocha, Josi Lopes, Kauê Persona, Rodrigo Bolzan, Rodrigo Ferrarini e Rodrigo dos Santos estão no elenco.
“Por que não vivemos?”. Estreia quarta-feira (03.07). Em cartaz de quarta a domingo, às 19h30. Ingressos a R$ 30.
CCBB (Teatro I). Rua Primeiro de Março, 66 – Centro.
Filipe nasceu em Salvador, mudou-se aos 9 anos para Belo Horizonte e, aos vinte e poucos, decidiu encarar o Rio de Janeiro. Há quatro anos conheceu Gustavo, cria da capital fluminense. Jornalistas culturais, gostam de receber amigos em casa e ir ao cinema. Cada vez mais são adeptos de programas ao ar livre - sempre que podem, incluem no passeio Chaplin, esperto vira-lata adotado há um ano.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.