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Lady Gaga faz a maior experiência pop do século para 2,1 milhões em Copacabana

Quem escreveu

Fabio Allves

Data

05 de May, 2025

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Sete anos após o cancelamento do Rock in Rio, Lady Gaga finalmente pisou em solo brasileiro — e entregou um espetáculo histórico na Praia de Copacabana, à altura da expectativa cultivada por quase uma década por seus fãs brasileiros.

Lady Gaga na Praia de Copacabana – Photo by Kevin Mazur/WireImage for Live Nation

No último dia 3 de maio, 2,1 milhões de pessoas ocuparam a orla de Copacabana para assistir o show da Lady Gaga. A artista estabeleceu um novo recorde mundial de público para uma apresentação solo de uma artista feminina, superando a Madonna em 2024, que reuniu 1,6 milhão de pessoas no mesmo local.

Em um país onde grandes eventos se tornam cada vez mais elitizados, ver a Gaga, um ícone global, cantar gratuitamente para milhões na Praia de Copacabana carrega um peso simbólico que vai além do espetáculo.

Lady Gaga na Praia de Copacabana – Photo by Kevin Mazur/WireImage for Live Nation

A chegada

Às 18h30 estávamos na área reservada para convidados, imprensa e parceiros das marcas patrocinadoras. De lá, assistimos a Pabllo Vittar abrir a noite com um DJ set, que, apesar de enfrentar problemas técnicos visíveis, teve momentos marcantes. No set, incluiu músicas autorais, “Swine”, de Lady Gaga, faixas de aparelhagem de Belém do Pará e diversas músicas de balada do projeto Club Vittar.

Pabllo Vittar – Foto: Fabio Allves

Às 22h15, com 30 minutos de atraso, Lady Gaga entrou no palco para os seus cinco atos. A Mother Monster trouxe o mesmo set apresentado no festival Coachella (EUA) e nos dois shows que fez no México, mas no Brasil, com a energia singular do público, o espetáculo assumiu contornos únicos. Foram duas horas de performance intensa, coreografada até os ossos, com pouquíssimos interlúdios ou pausas, uma verdadeira maratona artística.

A sensação de estar entre mais de dois milhões de pessoas, em plena praia, cantando em uníssono com Gaga, é indescritível. Em vários momentos, os nossos olhos marejados refletiam os da multidão.

Lady Gaga na Praia de Copacabana – Photo by Kevin Mazur/WireImage for Live Nation

“Quero agradecer por vocês nunca terem desistido de mim. Eu teria voltado antes se pudesse. Vocês me mandaram tanto amor. A música pode mudar vidas. Comunidades podem mudar vidas. Da primeira vez que vim, nos tornamos amigos. Agora, somos família.” 

Lady Gaga

A primeira grande catarse veio ao som de “Bloody Mary”, numa performance visceral que casava som, corpo e emoção. Gaga, na torre vermelha, vinha em uma simbólica “lady vermelha”, no melhor estilo little monster de brincar e interpretar o mundo.

A partir da segunda música, “Abracadabra”, Gaga assumiu o palco com força total. Dança, figurinos, vocais impecáveis e uma entrega artística que transita entre a ópera, o cabaré, o queer e o lado pop que ela naturalmente possui. O grito “BRASIL!” ecoava como um mantra a todo momento.

A sequência de hits foi eletrizante: “Judas”, em transição perfeita de Abracadabra; na clássica “Scheiße”, com penas, carão e passarela; “Garden of Eden” traz um carisma à flor da pele; “Poker Face” é espetáculo puro, visual e coreográfico; “Perfect Celebrity” e “Disease”, performadas dentro de uma caixa de areia, mostraram seu lado mais sombrio com criatividade.

Alô Gaga: Estamos aqui com Evandro Soldati

Em “Paparazzi”, ela se recupera da batalha com seu alter ego, com cabelos ao vento, visivelmente emocionada e agradecendo aos fãs. Em “Alejandro”, menciona um convidado especial na plateia. Mal sabia ela que assistimos ao show inteiro ao lado do modelo brasileiro Evandro Soldati.

Com as novas “The Beast”, “Killah” e “Zombieboy”, apresenta seu novo álbum de forma lúdica e provocadora. O dueto de composição com Bruno Mars em “Die With a Smile”, foi cantado ao piano, abrindo espaço para as faixas mais emocionais; já “How Bad Do U Want Me” e “Shadow of a Man”, que, para este crítico, não tiveram o mesmo impacto emocional que as demais, poderiam facilmente dar lugar a canções do Artpop (“Venus”, “G.U.Y.”, “Fashion”, “Applause”) ou do Chromatica (“Alice”, “911”, “Free Woman” ou “Babylon”).

Mas o ápice viria logo depois.

Com “Born This Way”, hino incontornável da comunidade LGBTQIA+, Gaga deu início ao clímax do show. Em seguida, vieram “Blade of Grass”, “Shallow”, em um coro espontâneo que tomou conta da areia, “Vanish Into You” e, após agradecer ao público em êxtase, encerrou com a monumental “Bad Romance”, uma das maiores músicas de sua carreira, que o público cantou em coro a capela: Oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh / Caught in a bad romance, até ela sair do palco.

Lady Gaga na Praia de Copacabana – Photo by Kevin Mazur/WireImage for Live Nation

O Setlist

Embora o foco estivesse no novo álbum Mayhem, foram os clássicos que mais comoveram. O peso simbólico de faixas como “Born This Way”, “Judas”, “Bad Romance” e “Paparazzi“, hinos que marcaram a ascensão de Lady Gaga e ajudaram a definir sua estética e do pop da virada dos anos 2000 para os 2010, ressoou com ainda mais força naquele cenário, entre areia, mar e multidão.

Em um final digno de réveillon, fogos de artifício explodiram no céu como se o Rio celebrasse seu verdadeiro Ano Novo Queer.

Lady Gaga na Praia de Copacabana – Photo by Kevin Mazur/WireImage for Live Nation

Pós-show

Mas a noite não acabou por aí. Seguimos até o palco alternativo (e improvisado) de encerramento, onde Tropkillaz, Duda Beat e, numa aparição surpresa não anunciada, Liniker, fizeram um ao vivo por volta da 1h da manhã, no gogó, fôlego e carisma. Dadas as condições do palco, o que elas e os DJs fizeram foi puro milagre. Deixamos aqui um ponto negativo para a produção.

Conclusão

Lady Gaga trouxe um dos maiores shows da carreira, aberta pela maior drag queen do mundo, a Pabllo Vittar, com cantoras de carreira nacional à altura do Brasil, Duda Beat e Liniker, se apresentando no after e um cenário mais que brasileiro, a Praia de Copacabana.

Essa “primeira edição” deu muita vontade de sempre voltar para o “Todo Mundo No Rio”.

A organização

O evento foi viabilizado por uma mobilização da Prefeitura do Rio, como parte do projeto Todo Mundo no Rio, com patrocínio de marcas que tornaram possível a realização da turnê The Mayhem Ball na praia aka Gagacabana. Estima-se que o custo de produção tenha alcançado cerca de R$ 92 milhões, segundo informações de bastidores divulgadas pelo colunista Ancelmo Gois, com um retorno superior a R$ 600 milhões em impostos para a cidade e o país.

Texto: Fabio Allves @fabioallves

Quem escreveu

Fabio Allves

Data

05 de May, 2025

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