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Cobertura pré e pós do SXSW 2022 com as melhores dicas: quais são as palestras, ativações, shows e festas imperdíveis no festival.

SXSW Music 2024: Shows imperdíveis

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

07 de March, 2024

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O SXSW Music tem a conferência com palestras e o festival com shows entre os dias 11 e 16 de março. Não espere por artistas consagrados, o SXSW não é sobre isso. Salvo alguns nomes, a maioria pode atender bem o slogan “EU adoro bandas que não existem”.

Infelizmente não estou de malas prontas para Austin, mas mesmo não tendo o SXSW no meu calendário, eu não resisto em me debruçar sobre a programação musical. Certa vez uma amiga, que nunca esteve no festival, me mandou uma mensagem dizendo “Nossa Lalai, mas não tem banda conhecida, né?”. Ter tem, mas elas são apenas a cereja do bolo. Ir para o SXSW Music é estar pronta para abrir o coração e os ouvidos para conhecer novos artistas, afinal é de lá que saem tantos nomes que, num futuro não tão distante, estarão como atrações principais em grandes festivais.

Esse ano, porém, achei o line-up de música bem atrativo. Alguns nomes conhecidos, mas, como de costume, a maioria a gente sequer ouviu falar. É certa a volta do shoegaze, estilo musical que marcou os anos 1990 para depois desaparecer, ganhou um novo empurrão graças ao TikTok. Em 2023, o shoegaze teve seu momento reavivando tantos hits do passado quanto lançando novos artistas do presente. O boom é tão real, que o SXSW criou uma playlist dedicada ao estilo musical. Caso você curta o estilo, sugiro conferi-la porque tem muita coisa boa.

Aviso, com mais de 1.400 artistas no line-up, fazer uma curadoria não é uma tarefa fácil, então a minha lista está muito baseada no meu gosto pessoal.

Mas vamos às apostas para esse ano, com artistas que marcaram época e outros que prometem marcar ainda. Fiz uma lista por mood para facilitar a vida de vocês:

Para se emocionar

O Mogwai ganhou o documentário “Mogwai: If The Stars Had A Sound”, que terá estreia mundial no SXSW. Eu não perderia, até porque, provavelmente, a banda estará presente. Por conta do lançamento, a banda se apresenta no dia 11 de março, no Austin City Limits at Mood Theater.

The Black Keys: A dupla de Ohio é provavelmente o maior nome na programação musical do SXSW 2024. É blues-rock sem erro. “Lonely Boy” marcou época por aqui. Patrick Carney e Dan Auerbach participam de uma sessão keynote com a jornalista Angie Martoccio, da Rolling Stone, sobre a carreira e o novo filme “This is a Film About The Black Keys”, que será lançado no SXSW. Tocam no dia 16.03, à 0h30, no Stubbs.

Zapp feat. Boostsy Collins – Bootsy Collins, lendário baixista do funk, já levou o título de 4º melhor baixista pela Rolling Stone. Bootsy, junto a George Clinton, moldou o cenário do funk. Tocou com James Brown e com o Parliament-Funkadelic. Ele toca com a banda Zapp, um dos grupos de funk mais subestimado dos anos 1980. Eu não perderia essa. Dia 15.03, às 16h, no Lady Lake Bird. Ouça aqui.

Johnny Jewel: Artista genial, a pessoa por trás de bandas clássicas como Glass Candy, Chromatics e Desire. Colaborador de longa data do David Lynch, vai ser show para se sentir dentro de Twin Peaks. Foi um dos melhores shows que vi em 2023. Quem é do cinema, vai morrer de amor pelo Jewel. E, ele se apresenta também com o Desire no próprio Elysium (apenas morri de i-n-v-e-j-a). Johnny Jewel toca dia 14.03, à 0h, no Elysium; e o Desire entra na sequência, à 1h. Por favor, se tem um show que você não pode perder no SXSW 2024 é esse! Faça um vídeo com dedicatória para mim @lalai.

Grandbrothers: Duo alemão de música eletrônica, são ótimos ao vivo e vão tocar na igreja, ou seja, vai ser daqueles shows lindíssimos que fazem a gente sair suspirando. Tocam dia 12.03, às 22h, na Central Presbyterian Church.

Para viajar

A Central Presbyterian Church é sempre um dos meus palcos favoritos, oferecendo shows intimistas e lindos. Foi lá que vi um acústico do Damon Albarn (Blur, Gorillaz), coisa que só o SXSW pode oferecer. Depois de ter feito a lista abaixo, me dei conta de que se você quer ter viagens sonoras, apenas siga para lá:

JFDR: Vi ao vivo no ano passado e adorei! Jófríður Ákadóttir é dona de uma voz sussurrada e lindíssima evocando a sua terra natal, Islândia, em cada timbre. Quem gosta de folk com uma pitada de electro-pop, vai se apaixonar por ela. Ela toca em duas noites: 13.03, às 23h, no Victorian Room at The Driskill; e no dia 15.03, às 21h, na Central Presbyterian Church.

Eduardo Castillo: Produtor mexicano de música eletrônica, produz um som ambiente, cabeçudo, esquisitão que deve reverberar bem na igreja. É um soundscape perfeito para uma sessão de meditação ou para retomar o fôlego após um dia intenso correndo pra cá e pra lá nas ruas de Austin. Se você é fã do Burning Mang com sua sonoridade de “areia”, não deixe de ir. Ouça o álbum aqui. Dia 16.03, às 21h15, na Central Presbyterian Church.

Aïsha Devi: Som bem experimental, o show é incrível, a suíça Aïsha produz música de vanguarda. Sua voz é poderosa, mistura batidas pulsantes, cânticos seráficos e guturais, linguística mística e sonoridades corpóreas. Uma doidera! Ela tem raízes indígenas nepalesas, que traz para suas produções. Toca dia 15.03, às 23h, na Central Presbyterian Church.

Hinako Omori: Multi-instrumentalista japonesa baseada em Londres. Produz música experimental com uma boa pitada pop. Tem a voz linda acompanhada de sintetizadores. O show deve ser puro deleite. Não à toa, vai ser na igreja. Ouça aqui. Ela faz três shows no dia 15.03, à 0h, no Seven Grand; às 15h, Empire Control Room; e às 22h, na Central Presbyterian Church.

Para chacoalhar os ombros (ou dançar)

Sofia Kourtesis: Produtora de música eletrônica peruana baseada em Berlim. Som bem viajante, gostoso e alegre. Se você estiver procurando por uma pista animada, cola nela. Ouça aqui. Toca dia 14.03, das 0h30 às 2h, Coconut Rooftop.

Tempers: Para pegar carona na nova onda do shoegaze: Tempers é o projeto da cantora/compositora Jasmine Golestaneh, que funde synth-pop poético de atmosfera sombria com toques de techno, shoegaze e post-punk. O show é imperdível e para a sorte de todos, ela se apresenta três vezes. Dia 13.03, 23h, no Elysium; 14.03, 23h10, Hotel Vegas; e 16.03, à 0h, no The 13th Floor.

Bathe Alone, projeto musical da multi-instrumentista Bailey Crone. Espere por um dream pop bem etéreo. Se você gosta de Beach House e The XX, apenas vá! Ela se apresenta nos dias 13.03, às 21h, no Esther Follie’s, e 15.03, às 22h, no The Creek and the Cave Backyard.

Para decolonizar o gosto musical

BALTHVS – O trio colombiano psicodélico funk BALTHVS nasceu em meio à pandemia. São reconhecidos pelo estilo eclético que funde elementos da música do Oriente Médio, disco, house, funk, psicodelia, indie, dub reggae, surf rock e cúmbia. O som é etéreo, apenas instrumental e o show deve ser ótimo. Eu iria. Fazem 4 shows: 12.03, 1am, no The 13th Floor; 13.03, 23h, no Mohawk Outdoor; 15.03, às 16h10, no Parish; e 16.03, no Palm Door at Sixth (não tem o horário na agenda).

Mong Tong: Dupla psicodélica de Twain com influências dos anos 60 e 70. Esquisitão do jeito que eu adoro! O tipo de show para causar estranhamento, mas fazer a gente sair feliz em ter ido. Tocam dias 12.03, às 22h10, no Palm Door Sixth; 15.03, às 17h, no Empire Control Room; e 17.03, à 1h15 da manhã, no Las Perlas.

Para bater a cabeça

STRFKR (pronuncia-se Starfucker) banda de rock de Portland que bebeu na fonte Nirvana. Eles vão fazer um DJ set que me deixou bem curiosa com o que pode sair dali. Para ouvi-los, cola aqui.

Scowl: Banda californiana de hardcore com uma mina, a Kat Moss, nos vocais. O show deve ser pauleira. Tocam nos dias 14.03, 23h30, Hotel Vegas Patio; 15.03, 19h50, no Austin City Limits Live (Moody Theater); 16.03, 23h45, no Mohawk Outdoor.

Dry Cleaning é uma banda londrina de post-punk que estourou com “New Long Leg”, álbum de estreia. Pelos showcases em que estão escalados no SXSW, prepare-se para vê-los presentes em muitos grandes festivais de música, em especial na Europa. Tocam: 13.03, 23h, Empire Control Room; 14.03, 17h20, Parish; 14.03, 20h50, British Music Embassy (Sheraton Backyard); e 15.03, às 13h, Radio Day Stage (Ballroom A).

SNŐÕPER: banda punk de Nashville também com uma mina nos vocais (amo!). Pelo que li fazem shows bem intensos com marionetes, animações 8 bits, papel machê, apitos, luzes piscantes e um redemoinho de corpos. Henry Rollins disse que o Snõõper é uma banda que, em um mundo de 33 1/3 rpm, cria música de 45 rpm tocada a 78, e isso funciona completamente. Tocam dias 14.03, 15h40, no Parish; 15.03, à 0h10, no Lamberts; e 16.03, às 23h10, no The 13th Floor.

Para se divertir (músicas que parecem saídas do TikTok, bem GenZ):

Ben Aqua: Hiperpop divertido, você vai se sentir viajando dentro de um videogame. Artista pequeno, para ver se estiver no caminho. Ouça aqui. Toca no 14.03, 0h, no Coconut Club.

Alice Longyu Gao: Artista chinesa que mistura tudo: metal, pop, esquisitices, barulho… show para entender (ou não!) músicas nascidas on TikTok. O show deve ser bizarro como a música. O melhor é ela ter ter um videoclipe chamado “Come 2 Brazil”. Ela toca no dia 15.03, às 22h10, no Empire Garage.


Zheani é australiana e produz hyperpop com muito metal no meio. Muitos sintetizadores e bastante barulho. O show deve ser bem esquisito e, de alguma maneira, ela me lembrou a Grimes em algum momento de sua carreira (talvez a esquisitice?). Amo que ela tem um álbum chamado “I Hate People On The Internet”. Toca dia 14.03, à 1h, no Cuatro Gato.

Para não sentir saudades do Brasil

É, por aqui, não vou entrar em detalhes, mas teremos Marcelo D2, o pop psicodélico do Glue Trip e o batidão do João Brasil chacoalhando o SXSW.

Selos e festivais que garantem sempre ótima curadoria musical

O Synästhesie Festival é um dos meus festivais favoritos em Berlim e estreia no SXSW este ano. Espere por rock, punk, new wave e synth-pop. O showcase acontece nos dias 15 e 16.03, no The 13th Floor, que conta com a Tempers no line-up.

Um dos meus selos favoritos, o Italians Do It Better, criado pelo gênio Johnny Jewel, está com um dos showcases mais bonitos desse ano. Eu ficaria plantada no Elysium na noite dos dias 13 e 14 de março.

O Plantwave é um dispositivo que transforma os biorritmos das plantas em música. Não é à toa que o showcase da marca rola na Central Presbyterian Church e os showcases serão marcados por artistas que produzem música ambient.

Não é porque sou agora da casa, mas a Alemanha sempre arrasa na curadoria (lembrando que Berlim é um grande pólo musical). Este ano não está diferente, eu gosto praticamente de todos os artistas do line-up que se espalha por 3 diferentes venues: Central Presbyterian Church, Shangri-la e Coconut Club Rooftop. Aqui tem todas as informações. Já Berlim tem uma programação extra de palestras e música.

Para quem gosta de indie rock, R&B e pop britânico, a British Music Embassy sempre impressiona.

A Houndstooth é um selo de música experimental e ambient com showcase também na ‘igrejinha’ mais badalada de Austin. A programação foi feita em parceria com o festival MUTEK. Só coisa boa!

Quem gosta ou se interessa pela música que vem do Sudoeste Asiático e Ásia Central, recomendo conferir a programação do FRIENDS:FOREVER apresenta uma programação extensa nos dias 14 e 15 de março, no Empire Control & Room.

O Radio Day Stage geralmente traz artistas emergentes para se apresentar. Não gosto muito do palco em si, mas já tive boas surpresas por lá.

Shows extras que eu iria por estar no caminho

  • Lucy Kruger & The Lost Boys, banda indie, post-punk, de Berlim. São ótimos ao vivo.
  • Minimal Schagler para uma pistinha banhada de new wave e italo disco. A dupla é vizinha em Berlim.
  • Blue Lake, artista dinamarquês que faz um som lindíssimo ambient e toca na ‘igrejinha’.
  • Little Mazarn, dupla de Austin navega entre o experimental e o folk. Música que se ouve e sente que a natureza inspirou bastante a criação.
  • MEDUSA porque eu adoro ver ao vivo artistas que surgiram do TikTok.
  • Yogetsu Akasaka monge tibetano que faz um som meditativo muito bonito. Está virando figurinha carimbada no SXSW. Eu já vi e veria de novo.
  • https://schedule.sxsw.com/2024/events/MS59908 – eletrônico / experimental / robótica
  • Chief Cleopatra artista de Austin que promete um bom show de rock & soul.
  • Oh He Dead também para um dose de soul e r&b.
  • Howler Honey dupla de indie rock de LA.
  • A Giant Dog, banda que está todo ano no SXSW. Fazem um show bem rock’n roll, punk, divertido e quebradeira.
  • Peerlander é uma banda punk japonesa, baseada em Austin, que todo ano faz o show mais punk e mais engraçado do festival. Insuperável. Precisa assistir uma vez na vida.
  • Estevie: para curtir momento de pop latino. Vai que ela é a próxima Shakira?
  • Alegra Krieger: indie rock do Brooklyn bem gostoso. Show que não tem erro.
  • Arny Magret: folk islandês bem fofo.
  • Angélica Garcia: Artista indie com algumas músicas bem dançantes como “El Ritmo”.
  • Pelvis Wrestley, meio eletrônico, meio country. Indie bom de Austin. Eu já iria só pelo trocaldinho no nome.
  • Tokyo Syoki Syodo: Banda japonesa de rock bem barulhenta formada só por minas.

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

07 de March, 2024

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Lalai Persson

Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.

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