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Ludmilla conquistou marcos significativos em sua carreira, tornando-se a primeira cantora preta da América do Sul a atingir a marca impressionante de 2 bilhões de streams no Spotify. Além disso, como pioneira, foi a primeira mulher preta brasileira a se apresentar no Coachella Valley Music & Arts Festival 2024. Sua energia contagiante cativou o público no domingo passado (14/04) e promete envolver novamente os espectadores no próximo domingo (21/04) no Empire Polo Club, em Indio. Dada à importância histórica e impacto cultural, é justo oferecer uma análise detalhada do que vimos.
Em um palco imponente, com uma boca de cena de 15 metros de largura e uma cenografia impressionante alcançando 4 metros de altura, Ludmilla deslumbrou o público com um grande espetáculo. O gigantesco aparato estrutural, pesando incríveis 7 toneladas, proporcionou o cenário perfeito para o Ludchella. Segundo a cantora, um investimento de R$ 8 milhões foi feito para garantir a grandiosidade do evento. O show começou com uma surpresa de tirar o fôlego: a participação especial de Beyoncé, que iniciou com a base de “YA YA”, preparando o palco para o verso memorável.
Beyoncé: “Do Rio, no Brasil, para a Califórnia, diretamente para o Coachella. Senhoras e senhores: Ludmilla.”
Na sequência, a deputada federal Erika Hilton discursa em inglês:
“Essa é a minha casa e na minha casa, eu não tolerarei nenhum tipo de ódio, racismo, homofobia, transfobia, xenofobia ou misoginia. Esse é um espaço de valorização própria, um espaço de liberdade. Todos aqui têm seus próprios valores. Me respeite, respeite minha história. Respeite o meu povo e a minha comunidade. Respeite a mulher negra mais ouvida da América Latina. Ludmilla está na casa” disse Erika.”
Lud começou o show cheia de energia com o “Rainha da Favela”, “Fala mal de mim”, “Verdinha” Remix com o cantor norte-americano de ascendência porto-riquenha e dominicana Nicky Jam e “Onda diferente’ apenas com o áudio do Snoop Dogg.
Na sequência, introduzindo o funk raiz e o passinho com a performance do ballet metade brasileiro e metade estadunidense, com “My Neck, My Back”, “Aí DJ to passando mal”, “Vai novinha” e “Tá Ok” Remix.
Na terceira parte do show, ela e seu drink na mão, voz afinadíssima, trouxe os clássicos românticos, cantando “Amor difícil” (versão R&B), “Sintomas de prazer” e o medley “Maliciosa & Maldivas” com a participação da esposa Brunna Gonçalves, com direito a beijo e soltando o bordão “Brasil do Brasil” em homenagem a Beatriz Reis, do BBB.
O quarto bloco do show trouxe “Malokera (música com Mc Lan) e mais uma performance do ballet, e o vídeo para a troca de roupa; Na sequência “Deixa de onda” Remix com Dennis DJ, “Todo mundo louco” e “No_se_ve.mp3” feat com a cantora argentina Emilia e o produtor argentino Francisco Zecca. Em seguida, apresentou pela primeira vez o lançamento recente “Piña Colada”, ao vivo com a participação do cantor colombiano Ryan Castro.
Ao alcançar o clímax do espetáculo, Ludmilla entoou “Cheguei”, introduzindo-a com um trecho marcante de “7/11” de Beyoncé, antes de finalizar com a potente introdução de “Nasci pra Vencer”, preparando o terreno para o hino “Favela Chegou”. Expressando sua gratidão, Ludmilla fez questão de agradecer a Emília, Beyoncé, Deus e, claro, ao caloroso público que a acompanhou durante todo o show.
Destaque especial merece o figurino deslumbrante da ‘Tropa da Lud’, que desfilou em preto e dourado, emanando sofisticação e poder, enquanto o visual branco e prateado exibiu uma elegância inigualável, repleta de personalidade e sensualidade nos detalhes. Ludmilla apresentou coreografias frescas e arrebatadoras, combinadas com remixes de seus sucessos, enquanto o palco, em forma de barras de ouro, ostentava o emblemático cofre com um telão duplo, uma referência à atual turnê da cantora, “Ludmilla In the House Tour”.
Todos os elementos foram concebidos em grande proporção, à altura do talento e da grandeza da cantora.
Pedimos depoimentos de alguns brasileiros que estavam presentes:
“O show foi muito especial porque é surreal ver uma brasileira no palco principal de um festival com proporções mundiais. Foi especial demais acompanhar de pertinho. Ludmilla estava linda, o palco estava lindo, exatamente como ela sabe fazer, a Brunna tava linda, o dia tava lindo! Enfim, foi muito legal ver de perto, num lugar, onde já tive a oportunidade de assistir a tantos shows f*das, ver uma brasileira performar e criar um sentimento de pertencimento alí, hehehe.” Gabriel Gontijo
A experiência mais incrível e única que pude vivenciar na minha vida. Ver ali de pertinho, a grandiosidade que é a Ludmilla enquanto potência feminina afro-brasileira e bissexual, vai ficar marcado pro resto da minha vida e na história do Coachella. A preta venceu e encheu todo mundo de orgulho. Quando soube que a Ludmilla estaria no Coachella, não medi esforços para vir presencialmente viver esse fenômeno. Lucas Martins
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.