Berlim 24 horas

O dia-a-dia de quem mora em Berlim com dicas culturais, gastronômicas e de passeios para todos os gostos e bolsos.

Decoding

Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.

Festivais de música

Os melhores festivais de música do Brasil e do mundo num só lugar.

Fit Happens

Aventura, esporte, alimentação e saúde para quem quer explorar o mundo.

Quinoa or Tofu

Restaurantes, compras, receitas, lugares, curiosidades e cursos. Tudo vegano ou vegetariano.

Rio24hrs

Feito com ❤ no Rio, para o Rio, só com o que há de melhor rolando na cidade.

SP24hrs

Gastronomia, cultura, arte, música, diversão, compras e inspiração na Selva de Pedra. Porque para amar São Paulo, não é preciso firulas. Só é preciso vivê-la.

SXSW

Cobertura pré e pós do SXSW 2022 com as melhores dicas: quais são as palestras, ativações, shows e festas imperdíveis no festival.

SXSW 2023: Vale a pena investir para ir?

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

19 de April, 2023

Share

Com um investimento financeiro tão alto que o SXSW requer, vale a pena ir?

Frequentado o SXSW há mais de uma década, eu fiquei surpresa ao ter o tempo presente e não o futuro no centro das discussões. O futuro, aquele que vínhamos discutindo nos últimos anos, chegou escancarando a porta sem pedir licença.

Não assisti tantas palestras como eu gostaria, mas já me acostumei a não levar a frustração a tiracolo comigo, porque imprevisto é a palavra-chave da maioria das pessoas que o frequentam. Geralmente eu sigo o fluxo metade do tempo e na outra metade eu tento cumprir pelo menos 10% da agenda que fiz.

Senti a energia do SXSW deste ano diferente. Apesar dos alertas sobre ser a edição mais cheia da história do SXSW, a sensação foi oposta. Sempre senti um frenesi no ar quando percorro os corredores lotadíssimos, entro nas filas quilométricas e ao ando pelas ruas de Austin, mas tudo me pareceu bem calmo no geral. Estaria o SXSW ainda recuperando o fôlego pós-pandemia?

O SXSW se tornou um festival com um perfil bem corporativo, um parque de diversões para publicitários e marketeiros, que largam tudo para trás em busca de respiro, inspiração e networking por alguns dias. Fomos mais de 2 mil brasileiros sedentos por novidades, mas elas não foram tantas. O português era a segunda língua mais falada em todos os cantos do festival depois do inglês.

Austin também está muito diferente da que eu visitei pela última vez, em 2019, com a gentrificação rolando solta e arranhas-céus sendo levantados num piscar de olhos. O pouco do charme, que restava no centro da cidade, está indo embora de mãos dadas com as casinhas fofas, de madeira cercadas por jardins floridos, que têm sido derrubadas num efeito dominó. A cerveja, que eu pagava entre 4 e 5 dólares na minha última ida, chegou a me custar 15 dólares num dos palcos do festival.

Mas afinal, vale a pena investir para ir ao SXSW?

As pessoas sempre me perguntam se vale a pena o investimento. Caso seja do próprio bolso, sugiro entender o que você está buscando por lá. Sob o ponto de vista de networking, pode valer a pena tanto para se conectar com profissionais brasileiros, muitos deles que não temos acesso mesmo morando no Brasil, quanto os internacionais. Já vi nascer projetos incríveis entre pessoas que se conheceram durante o festival.

Mas o SXSW é um festival para ir ao menos uma vez na vida, caso inovação e criatividade sejam suas áreas de interesse e/ou atuação. Atualmente todo o conteúdo é disponibilizado de uma maneira ou outra na internet. Não faltam coberturas excelentes, relatórios pós-festival, eventos online e ao vivo feito por empresas para apresentarem o que viram e, ainda, as gravações das principais palestras disponibilizadas pelo próprio SXSW.

O que me levou à Austin esse ano foi para reencontrar a minha antiga pessoa, a qual eu andei com saudades. Por isso, valeu a pena, pois reencontrar tanta gente que eu não via há anos e conhecer tantas outras, me ajudaram a resgatar a auto-estima que andou falhando. Voltei animada e carregada de boa energia, otimismo e com muitas ideias novas borbulhando na cabeça.

Festivais também servem para fins terapêuticos, por isso eles são o meu lugar favorito e mais confortável para estar.

Conclusão

O SXSW oferece uma experiência muito particular para cada pessoa. Se, para mim esta não foi a melhor edição, talvez eu não tenha navegado o festival de maneira adequada em termos de conteúdo. Mas, depois de semanas refletindo a respeito, vejo que ele cumpriu o que eu fui buscar, que foi essa reconexão comigo e para reativar meu networking.

Foquei nos grandes nomes por comodidade, mas talvez as respostas que eu estava procurando estava nos encontros menores, que tenho assistido aos poucos online e me surpreendido com alguns conteúdos que sequer passaram no meu radar durante o festival.

Uma coisa é certa, talvez nenhum festival consiga explorar tão bem a intersecção da tecnologia com a sociedade e cultura como o SXSW faz. Afinal, qual é o festival que junta as melhores e mais brilhantes mentes do mundo para falar sobre inovação, cinema e música?

E, no fim das contas, para mim essa edição foi muito mais sobre pessoas do que sobre inovação e tecnologia e era exatamente o que eu fui atrás.

*Foto destaque: Indigo de Souza por Shannon Johnston / SXSW 2023 Divulgação

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

19 de April, 2023

Share

Lalai Persson

Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.

Ver todos os posts

    Adicionar comentário

    Assine nossa newsletter

    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.