Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Paraty é uma cidade histórica, reconhecida como Patrimônio Mundial da UNESCO, imersa em Mata Atlântica preservada e à beira mar. Gostosa de passear tanto no seu centro histórico, que é uma miscelânea de pessoas de todas as regiões do Brasil e do mundo, como nos seus arredores, com culturas caiçaras, indígenas e quilombolas.
Paraty é ideal para uma fuga da cidade grande, mesmo que você só tenha alguns dias. Caso consiga ficar mais tempo, melhor ainda, a cidade tem muita coisa pra fazer. Inclusive, tem gente que acaba ficando a vida inteira. Mas se der, experimente ficar durante a semana, já que fica vazio e fácil de sentir o clima e o ritmo dos locais.
Não deixe de incluir no seu roteiro as dicas para fazer a viagem perfeita para Paraty que @entaovah traz por aqui.
Com fácil acesso de carro, você leva aproximadamente 4h30 de São Paulo e 4h do Rio de Janeiro.
Sugiro sempre a Estrada de Cunha, localizada na Serra do Mar, uma rota cênica com cachoeira à beira da estrada e vista para as montanhas imersa em mata. Estrada lindíssima e cheia de cafés e restaurantes, que deixam o trajeto mais gostoso. Pare onde sentir vontade e se abasteça com delícias da região.
Vale lembrar que essa estrada – e apenas parte do trajeto – é de paralelepípedo, o que deixa a pista mais escorregadia e tem sempre trânsito de animais silvestres. Esteja atento e não terá problemas!
A melhor opção é ficar dentro do Centro Histórico de Paraty, é ali onde muita coisa acontece e o lugar ideal para passeios noturnos etílicos e de fácil retorno para casa.
Escolhi dessa vez uma casa histórica datada do Século XVIII no airbnb, chamada Ferraria Guest House, muito bem localizada e ótima para ver a banda passar. A casa já foi uma ferraria de cavalos e uma leiteria no passado e passou por uma reforma para abrigar os viajantes, mantendo a fachada, que dá a cara e o clima de Paraty.
O tamanho da casa é ótimo e tem todas as facilidades que eu procurava entre serviços e localização. Com capacidade para quatro pessoas em uma cama de casal e duas de solteiro, atende bem diferentes configurações de hóspedes. Fui só com o meu boy e foi um arraso.
A casa conta com arrumação diária (caso você queira), roupa de cama e banho e está sempre decorada com flores da estação e da região, que deixa a casa um charme! Quem te recebe é a Patricia, que ajuda com tudo o que o hóspede precisa e acerta os últimos detalhes.
Um bom banheiro com amenidades naturais e ecológicas, cozinha equipada para resolver refeições rápidas, churrasqueira que acabamos não usando e um jardim de inverno que foi sucesso absoluto para dar um relax com conforto.
Acha que as facilidades param por aí? Nem pensar! Uma massagem com a Dulci Rocha com atendimento na própria Ferraria por uma hora pode ser uma realidade. Ela também atende na Praia do Jabaquara e é você quem escolhe onde vai relaxar.
O ponto alto da casa é a sala logo na entrada, que te recebe com uma cachacinha local cortesia. Foi ali que fizemos o café da manhã contratado no Cherin Bão Paraty, que entregou no horário combinado com tudo quentinho. Eles também finalizam o pedido direto na mesa com um maçarico, o que até impressiona. Achei uma delícia, além de prático e com valor ótimo, que varia de R$31,90 a R$51,90.
Outra opção para o café da manhã é o Café Café Paraty, que está a quatro passos da Ferraria e eu simplesmente amei a experiência. Isso porque tudo ali é sobre arte. Além de servir café da manhã, brunch, almoço AND jantar, o espaço é o ateliê do Gustavo Massola. O que dá um tom de arte viva e de intervenção artística.
Poder acompanhar o processo criativo de um artista incrível, enquanto come e bebe delícias, achei inovador. Ele está sempre por ali pronto para um papo e para trocar experiências. Sai de lá com uma arte direto para a minha casa.
Os produtos são regionais e bem gostosos, além de cafés bem tirados. Vale acompanhar a agenda do Café Café, porque alguns dias da semana tem música ao vivo com músicos da região. Quando estava lá, o músico era o Julian, um caiçara de Paraty.
Alguns passeios em Paraty são imperdíveis! Mas para qualquer um deles, escolher bem o que vai no pé é essencial e muda a experiência. Ser fechado, antiderrapante e estar bem preso ao pé é o ideal para andar despreocupado.
O mais conhecido é curtir o Centro Histórico, com suas tradicionais ruas de pedras fechadas para carros. Apesar de óbvio deve ser feito sem economia já que tem livrarias, ateliês, cachaçarias, restaurantes e lojas bacanas. Tire um tempo para sentar em um banco da Praça da Matriz e ler um livro ou apenas se desconectar com calma.
Você pode se aventurar em um walking tour para entender melhor detalhes da arquitetura e da história. Tem algumas opções disponíveis, mas a dica é procurar pela Diáspora Black, que além do tour, entrega uma experiência na Aldeia Pataxó da região.
Não deixe de passar no Montañita Cafés Especiais, com torrefação de cafés sustentáveis e extremamente bem tirados. A sorveteria Miracolo é a mais tradicional e não é por acaso. Cheia de sabores deliciosos com uma casquinha sempre fresquinha e feita lá mesmo.
O quadro no fundo do sorvete é do veterano da região Aécio Sarti, que tem uma galeria por ali. Conheci esse ícone há mais de 10 anos atrás quando ele tinha um ateliê bem pequeno perto do cais e estava sempre ali contando história. Foi ouvindo uma delas que sem notar ele fazia uma pintura pra mim em carvão sob lona, que é sempre sua tela e que segue na minha parede.
Outro lugar imperdível por ali é a Livraria Muvuca. Uma livraria de rua, popular e antirracista em uma rua estreita e com uma curadoria incrível. Entre com tempo e se perca nas referências da cultura do nosso país.
Falando em artistas brasileiros, a Refil Paraty é uma loja de design, que privilegia as criações dos nossos artistas e busca sempre trazer sustentabilidade e inovação. Para os souvenirs, a minha preferida é o Atelier da Terra, que trabalha com cooperativas de artesanato a preços incríveis.
Para jantar, sugiro o Assu Paraty que está à beira do canal e tem preços ótimos para o padrão dessa parte da cidade. Sempre que estou na cidade, vou de Poke e é sucesso garantido.
Caso você esteja na cidade em uma segunda-feira, tem o Samba da Bênção, que rola na praça da Matriz. Um clássico!
Se você pensa que tudo em Paraty se concentra no Centro Histórico, você está enganado. Fora das correntes e já ao alcance dos carros, fiz uns achados que são geniais e merecem a visita.
O Quilombo do Campinho é um lugar de ancestralidade e liberdade. Com um restaurante de comida memorável, drinks campeões, além de eventos que contam sua história e nossas raízes, promovendo um turismo de base comunitária. Pra mim é parada obrigatória nas minhas idas à cidade.
Aqui, você consegue maiores informações sobre o Quilombo do Campinho!
O Pindorama é um restaurante que ultrapassa a gastronomia e entrega uma mega experiência. Tudo começa se afastando da cidade, por uma estrada fácil por uns 15 minutos e chegando na vista mais linda da história dos restaurantes.
Tudo ali é muito bem pensado e executado, pelo chef Rafael Morente. Devo dizer que fiquei bem impactada e me joguei em um banquete com drinks para não passar vontade.
No restaurante, ele trabalha com ingredientes e técnicas não convencionais, extrapolando a ideia das já conhecidas PANC´s, nos mostrando que a história e a cultura brasileira podem sim ser degustadas e apresentadas dentro do prato! Só melhora, porque eles extrapolam o prato e te levam em experiências para que você participe dele, como por exemplo, colhendo cogumelos com o chef.
O La Finca é a primeira vermuteria artesanal do Brasil feita por um grupo de hermanos. O bar que rola em um balcão pequeno e muito charmoso, com mesas e cadeiras na calçada te apresenta os sabores não tão conhecidos do vermute. Eu fui logo na trinca da casa, para conhecer melhor a individualidade de cada um e entender os sabores.
Por ali também rola uma vez por mês, às segundas feiras o balcão livre, que acolhe um chef diferente toda vez, com pratos criados para essa colaboração.
O passeio de barco pelas ilhas e águas cristalinas da região é mandatório. Meu barqueiro do coração, que sempre leva a turma para lugares menos cheios e sem a balbúrdia das escunas é o Eli, com seu Barco Nativo. Um caiçara empreendedor com um barco que está lindo e muito confortável para até dez pessoas.
Ele cobra a bagatela de 800 reais por um passeio de 6 horas, para até 10 migos, fora de feriados. Pode rolar um churrasquinho ou caipirinha se você combinar. Mas as frutas são sempre por conta desse querido.
Inclusive, essa foto foi feita no stand up paddle na Ilha da Bixiga, carinhosamente chamada de Ilha do Amyr Klink que o Eli também oferece para os desbravadores dos mares.
Uma parte do Centro Histórico pode ficar cheia d´água, e não é apenas pela chuva – que aumenta o volume – mas pela maré. Se atente ao estacionar o carro nas ruas próximas ao porto e se precisar, mude a rota. Sem stress tudo dá certo. O mesmo vale para caso chova, bote a galocha, pegue o guarda chuva e bom passeio.
Essas são as dicas imperdíveis da cidade, além de claro, se percam pelas ruas e criem as próprias histórias!
Já foi fugir para Paraty? Entaovah!
Para mais informações sobre o turismo de base comunitária em Paraty, acesse aqui!
Viajante por natureza, Patricia busca pequenas descobertas cotidianas. Acredita que o encanto das cidades mora no ritmo dos locais e pode passar horas em um café apenas observando a banda passar. Ex-dona de hostel e ex-mochileira com algumas recaídas, hoje prefere quartos com vista em nowhere. Amante das road trips e desenvolvedora de roteiros com a cara do viajante, cai na estrada para conhecer e desbravar esse mundão.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.