Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
São mais de 300 bandas e artistas selecionados para se apresentarem no SXSW Music este ano. É uma tarefa árdua selecionar o que ver em meio a tanta coisa boa. Além dos shows oficiais, sempre surgem anúncios de shows de última hora promovidos por marcas e plataformas. É sempre um fuzuê. Por isso, a dica é: Leve seu tênis mais confortável como companheiro de viagem.
Depois de dois anos sem acontecer ao vivo, o SXSW deixou todos com muita expectativas sobre esta edição. Desta vez eu não vou estar nessa correria que eu tanto amo pelas ruas de Austin, mas deixo aqui as minhas escolhas e já sigo acompanhando os amigos que estão por lá:
Cymande, a lendária big band britânica de funk dos anos 1970 que provavelmente você não conhece, é uma das atrações imperdíveis este ano. Coloca para tocar “Brothers on the slide” e sente a vibe que vai ser esse encontro. Eles tocam duas vezes. Não deixe de ir!
Show de soul & funk é sempre bem-vindo. Para dar aquela espanada nessa ziquizira que anda o mundo, o Boulevards é a pedida mais alto astral que você pode fazer. Mas atente-se, porque ele se apresenta numa gold house numa das venues mais concorridas do SXSW, o Mohawk. Se você é fã do Chromeo, não deixe de ir!
Minimal Schlager é um duo baseado entre Londres e Berlim que mistura muito bem o ítalo disco com dark wave e synth pop. O resultado tem sonoridade de trilha sonora de um filme de David Lynch.
Não deixe seu preconceito com a country music fazer você perder bons shows no SXSW. Abra o coração e os ouvidos. The Texas Gentlemen faz uma fusão entre o country, blues e funk. Às vezes com cara de improviso, o som é divertido como possivelmente é o show do quinteto que faz as vezes de banda de artistas como Nikki Lane, Ed Sheeran, Shawn Mendes, entre outros.
Apaixonados por realidade virtual, atenção! O Miro Shot tem em sua entre seus integrantes, músicos, programadores, filmmakers e designers. Essa mistura trouxe algo inédito para a banda: Eles criam músicas e filmes usando Unreal Engine, seja para shows virtuais ou para a vida real. No SXSW, a banda de Londres faz o show intitulado “Simulacra”, que será o primeiro show em VR com a banda ao vivo nos Estados Unidos. Serão 6 shows no dia 14… se eu estivesse em Austin, eu reservaria meu spot. Além de tudo, a banda faz um som indie eletrônico bem gostoso.
Quem assistiu “Sex Education”, provavelmente se embalou com as belas canções indie de Ezra Furman. A artista aquece o início da madrugada do dia 17, no Mohawk. Eu não perderia esse show de jeito nenhum.
Conhecida mundialmente por conta de seu hit “Luka”, lançado em 1987, a Suzanne Vega se apresenta numa das venues mais especiais do SXSW, a Central Presbyterian Church. Para os nostálgicos, esse show é #mustgo. A dupla brasileira ANAVITORIA também se apresenta por lá no dia seguinte.
Para fugir um pouco do eixo América-Europa, vá dançar com a sul-africana Moonchild Sanelly. Ela vai te colocar para requebrar o quadril com seu electro-pop-funk-guettho, que alguns denominam como “afro pop”.
GOLDEN DAWN ARKESTRA é uma big band de Austin que faz um dos shows mais divertidos que você verá no SXSW. Saíram dos palcos menores, onde mal cabia a banda toda, para tocar no maior palco do festival, o Outdoor Stage (Lady Bird Lake). Parece uma banda nascido no meio da Black Rock City.
Quem adora revival, o Beck fará um show solo acústico. Deve ser lindo de morrer. Vai ser daqueles shows grandiosos que fecham o festival no dia 19, no The Moody Theater. No dia anterior, quem se apresenta no mesmo palco é a grandiosa e um dos maiores nomes da música, Dolly Parton.
O dramático Perfume Genius, dono do hit “Slip Away”, promete um show envolvente com seu indie fofo na Central Presbyterian Church. Ótima pedida para um respiro em meio à correria do SXSW. Eu não perderia esse show.
Um dos shows mais bacanas que já assisti no SXSW é da big band sinfônica de rock Mother Falcon, que é de Austin está todo ano no festival. São 20 pessoas no palco e o show é maravilhoso.
Já o Peerlander_Z, banda punk (divertida) de Austin, fez o show mais insano e surreal que eu já assisti no festival. É show para tirar toda a ziquizira que essa pandemia causou. Eles tocam na festa do selo Chicken Ranch Records, que tem dois dias de programação e está com um line-up muito imperdível.
Quem frequenta pistinhas indie, provavelmente já ouviu “It Ain’t Easy” da banda de rock ensolarado da Califórnia, o Delta Spirit. Como eu não resisto a um bom hit, eu iria lá cantar junto com eles pessoalmente.
Dê também uma conferida na banda de rock de garagem Yard Act e no indie rock fofo do Buzzard Buzzard Buzzard. E, se gosta de Wolf Parade, vai gostar bastante do show do rock escocês do We Were Promised Jetpacks.
Uma das minhas apostas do ano é o trio indie Hong Kong Wigs.
O Black Lips aparece na agenda, mas não consta data (nem mesmo nas redes sociais deles). Mas eu ficaria de olho, porque eles sempre garantem um ótimo show de rock de garagem. Saudades de rock!
Quando acabam as conferências no Austin Convention Center, é montado o palco Radio Day Stage. Sempre há ótimos showcases por lá. Querendo uma boa surpresa, é só passar pela área durante as tardes de 16 a 19 de março. Um dos destaques nesta edição é o duo indie Wet Leg, que fará diversos shows no festival e é uma das bandas mais aguardadas do rolê.
*Foto capa: GOLDEN DAWN ARKESTRA por Barbara FG.
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.