Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
A vibe do SXSW – festival que cobrimos todos os anos – já começa a movimentar o mercado: a indústria da educação aperta o play, iniciando dias que prometem muitos insights. Em 09 de março começa o SXSW Edu 2020, colocando todos os holofotes em cima de um dos temas que mais cruciais para qualquer sociedade: a educação. Serão 4 dias dedicados a esmiuçar cada meandro, todos os componentes – pessoas, tecnologias, processos etc. – envolvidos na dinâmica de ensinar e aprender.
“Nos últimos 10 anos, trabalhamos duro para dar suporte e elevar a voz dos professores e reunir diversas perspectivas sobre questões que afetam a educação dentro e fora da sala de aula” – Greg Rosenbaum, diretor do SXSW Edu.
A primeira edição do SXSW Edu foi em 2011. Um evento pequeno que, apesar do selo de um mega festival conhecido mundialmente, só visava o sistema educacional texano. Mas a sabedoria popular já tinha avisado: não dá para segurar uma onda na areia. Mundo afora, a educação estava em debate, e a ampliação do SXSW Edu para um evento internacional foi um movimento bem lógico. Afinal, os questionamentos do público antenado em futuro estavam estourando as caixas de som. Como uma educação fundada em ideias desatualizadas e tecnologias ultrapassadas poderia dar conta da formação de pessoas capazes de lidar com desafios tão distantes dos de anos atrás?
Então, aqui estamos, preparando a agenda que vai nos manter na sintonia do que há mais inovador em educação. Como ano passado, nomes incríveis estarão presentes no SXSW Edu 2020, falando de assuntos que a organização do evento dividiu em 16 tracks. Os temas vão de acessibilidade e inclusão a bem-estar; de tecnologias emergentes e desenvolvimento a aprendizagem informal; de política, engajamento cívico e ação de estudantes a negócios e investimentos. Dessa forma, há espaço, por exemplo, para discutir o interesse genuíno de investidores privados num tema que, teoricamente, é responsabilidade do Estado. Ou, ainda, de que forma o engajamento de alunos em causas como mudança climática vem repercutindo na administração de escolas, que se preocupam cada vez mais em reduzir suas próprias pegadas de carbono.
Destacar algumas palestras entre tantas opções nunca foi fácil, mas estamos contando os dias para ver algumas, que trazemos aqui. Primeiro, ‘Revolutionizing Education From the Ground Up‘, que vai colocar, lado a lado, Ken Robinson, Ted Dintersmith e Rehema Ellis.
Queremos muito estar por dentro das ideias de Sir Ken Robinson – sim, ele recebeu um título da Rainha, mas os meros plebeus fizeram dele o palestrante mais top entre os TED talkers. Ele pensa educação bem fora da caixa, então está todo mundo curioso para saber como é o novo modelo de educação em que ele vem trabalhando junto com o autor, produtor de cinema e investidor Ted Dintersmith. Rehema Ellis, da NBC News, vai mediar a conversa.
‘A Science of Human Motivation for the Next Decade‘ deve trazer insights importantes sobre os desafios para o futuro da educação e sobre como cientistas e profissionais trabalharão juntos para resolvê-los. A sessão vai reunir Carol Dweck (Stanford University), Mary Murphy (Indiana University), & David Yeager (The University of Texas at Austin), que desenvolvem pesquisas relacionadas à motivação dos estudantes e acreditam que esse tipo de conhecimento é a chave para mudanças duradouras no ensino e aprendizagem.
Motivação também estará em pauta na sessão ‘Design College Experiences Students Will Choose‘, mas numa perspectiva um pouco diferente, focando no que leva alguém a escolher uma faculdade. Michael B. Horn e Bob Moesta, autores do livro “Choosing College”, entregarão esse conteúdo de uma maneira diferente: vão escolher alguém do público para entrevistar ao vivo e, nessa conversa, vamos entender os caminhos apontados pela pesquisa dos dois.
Outra palestra que está alimentando nossa curiosidade é ‘Upskilling a Global AI Community‘. Aubra Anthony (USAID), Tess Posner (AI4All), Leila Toplic (NetHope) e Greg Bianchi (Microsoft Philanthropies) vão defender uma ideia simples, óbvia, mas que precisa ser espalhada aos quatro ventos: a IA é uma realidade, e todos precisam ser alfabetizados nessa tecnologia. Afinal, só assim poderemos criar soluções para nossas comunidades.
Na nossa agenda também tem conversa de aquecer os coração. ‘What If School Didn’t Feel Like School?‘ é o estudo de caso de uma escola que abriu suas portas aos sábados para uma experiência diferente, reunindo alunos e estudantes universitários para um pouco de tutoria e muita diversão. O reflexo veio em forma de aumento nas taxas de frequência, nas habilidades sócio-emocionais e até nas notas. Essa história vai chegar pelas vozes de Darius Baxter (GOODProjects), Jerome Smalls (SmallTalk) e Kristofer Comeforo (Stuart-Hobson Middle School).
O Brasil também vai participar com um projeto lindo da Oi Futuro – o Nave e Kabum – dois programas de educação diferenciados. O Nave é uma escola tradicional – mas nada tradicional. Lá os alunos além da programação “normal” também aprendem habilidades sócio emocionais, tecnologia, arte, games, e muito mais. A Kabum é uma escola de artes com base em projetos. Ambos foram premiados e reconhecidos internacionalmente.
Antes que você pense que só quem estiver no SXSW Edu vai poder beber nessas fonte, guarda aí os links dos canais do evento. Muitas sessões são disponibilizadas no YouTube, Soundcloud ou mesmo na página da própria palestra.
*Imagem destacada: Priscilla Chan por Sophie Milton / Divulgação
Seu exacerbado entusiasmo pela cultura, fauna e flora dos mais diversos locais, renderam no currículo, além de experiências incríveis, MUITAS dicas úteis adquiridas arduamente em visitas a embaixadas, hospitais, delegacias e atendimento em companhias aéreas. Nas horas vagas, estuda e atua com pesquisa de tendências e inovação para instituições e marcas.
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