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Texto do Cidades 21
A esta altura já está claro que o coronavírus é uma doença urbana. E mais: quanto mais perto as pessoas estiverem umas das outras, maior o risco de transmissão. No Brasil, é nas periferias e favelas, áreas altamente populosas e adensadas, que o número de mortes pela doença dispara. Passados 50 dias desde o primeiro caso, cresce a preocupação das autoridades sanitárias em como conter a pandemia nos grandes conglomerados das comunidades pobres.
No Twitter, a hashtag #Covid19nasFavelas foi parar nos trending topics, com postagens de moradores aflitos com a abertura do comércio local e a grande quantidade de pessoas nas ruas.
Relatos da dificuldade de praticar isolamento nesses locais se multiplicam pelo país. No Recife, o calor nas casas de madeira das palafitas impede os moradores de ficarem lá dentro. Na Rocinha, no Rio de Janeiro, falta água para lavar as mãos, enquanto moradores do morro de Santa Marta saem equipados com mochilas de soluções desinfetantes para limpar as ruas . No Morro do Alemão, foi montado um gabinete de crise para distribuição de cestas básicas.
Em São Paulo, há uma mudança no mapa de casos, que deixaram de se concentrar em bairros ricos para se alastrar por Brasilândia e Sapopemba. Já não há mais leitos disponíveis na zona leste, a mais populosa da cidade, com 4,6 milhões de moradores.
Há boas notícias também, iniciativas locais que merecem todo o nosso apoio. Rocinha, Heliópolis e Paraisópolis estão entre as integrantes do G10 Favelas, bloco de Líderes e Empreendedores de Impacto Social das Favelas que somam esforços em ações comunitárias e canais de doações. Há campanhas locais e também por grupos, como o Adote uma Diarista. Em Paraisópolis, moradores ainda se organizaram para mapear os doentes, oferecer ajuda e monitorar as casas mais próximas. No Capão Redondo, grupos distribuem cestas básicas.
A Central Única das Favelas (CUFA) lançou o programa “Mães da Favela”, para ajudar financeiramente as mães solos. A campanha teve adesão de todas as Centrais nos 26 estados do Brasil e o Distrito Federal, coletando mais de R$ 4 milhões. Além dos chamados Vales-Mãe, no valor de R$ 120,00, a iniciativa doa alimentos e suprimentos. As contribuições podem ser feitas pelo site. Ações de limpeza no Morro Santa Marta, no Rio, podem ser apoiadas através do site Benfeitoria Santa Marta.
Se você tem acompanhado outras ações semelhantes, conte pra gente. Vamos juntos, acompanhando e apoiado quem mais precisa de ajuda neste momento.
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**Foto destaque: thiago japyassu no Unsplash
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