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Primavera Sound: as 10 minas mais legais que tocam no festival

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

28 de May, 2019

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A edição 2019 do Primavera Sound começa amanhã e conseguiu um feito único em toda a sua história: ter mais de 50% de mulheres no line-up, muitas delas como headliners do festival. Tem mulheres incríveis e já conhecidas do grande público, como Erykah Badu, FKA Twigs, Courtney Barnett, Charlie XCX, Solange, Roísín Murphy, Robyn, Nina Kraviz, Cardi B, Miley Cyrus, Janelle Monaé e até a nova estrela em ascensão, a catalã Rosalía (vi o show em 2018 e é ótimo!).

A nova estrela sensação Rosalía é um dos destaques do Primavera. Foto: divulgação
A nova estrela sensação Rosalía é um dos destaques do Primavera. Foto: divulgação

O festival escalou 226 artistas para esta edição, mas quem são as artistas imperdíveis nas linhas menores do pôster do festival? Elas são muitas. Eu não estarei no festival esse ano, mas nem por isso deixei de dar aquela zapeada para ver quem são as artistas que chegam, quem sobem e as que estão no topo. Listei os dez shows que eu não perderia neste Primavera Sound Barcelona. Eu estou numa fase mais experimental, então isso se reflete nas minhas escolhas. Vem comigo!

Low

Banda formada no início dos anos 1990, o Low tem doze álbuns no currículo, mas o último “Double Negative” é uma obra prima. Nada a define tão bem quanto a denominação do estilo slowcore, mistura de indie rock com sadcore. Se você gosta de My Bloody Valentine, coloque-a na lista de “shows pra ver”. Esse é um show que eu não perderia por nada, especialmente porque ver “Poor Sucker” ao vivo deve ser uma experiência transcendental! É show que promete uma catarse coletiva. Não é uma banda só de mina, mas tem a baterista e vocalista Mimi Parker que, para mim, é a alma do Low. Sexta-feira (31.05), às 23h50, no palco Primavera (vá cedo pra ver para ver mais de perto, já que esse palco quando lotado sempre deixa o som a desejar). 

Aldous Harding

Conheci a neozelandesa Aldous Harding num show no SXSW. Fiquei hipnotizada pela sutileza e docilidade de suas canções. Dona de várias vozes, todas irresistíveis, lançou recentemente seu terceiro álbum “Designer”, que ganhou o ouvido e coração da crítica em vários cantos do planeta. Este show promete ser daqueles de causar um quentinho no coração. Sexta-feira (31.05), às 23h05, no palco Pitchfork. 

Julien Baker

Appointments é daquelas canções que a gente coloca no repeat e não cansa dela nunca. Assim como seu grande hit, todas as músicas da Julian Baker são lindas, de tirar o fôlego. A garota de apenas 23 anos vem de Memphis, Tennessee, e tem o folk correndo nas veias. Nunca a vi ao vivo e, com certeza, não perderia essa oportunidade no Primavera. Vai ser a coisa mais linda, especialmente porque o show vai rolar num auditório que tem uma acústica impecável. Fuja do sol e vá lá morrer de amores. Promete ser catártico. Quinta-feira (30.05), às 16h, no Auditori Rockdelux.

Myrkur

Para entrar num climão mais sombrio e sair do eixo bandas EUA-UK, Myrkur, que em islandês significa “escuridão”, é uma boa opção. É black metal super atmosférico bem produzido pela multi-instrumentista Amalie Bruun, a dinamarquesa por trás do Myrkur. Deixe todo o preconceito que eventualmente você tenha ao estilo. Ela canta ora em dinamarquês, ora em inglês. Em algumas canções ela evoca sons folclóricos ancestrais. É o black metal encontrando o folk escandinavo. Provavelmente é daqueles shows diferentões que a gente vai ver sabendo que há chances de nos surpreendermos. Quinta-feira (30.05), à 1h20, palco Adidas.

Neneh Cherry

A sueca Neneh Cherry tem uma longa carreira iniciada no fim dos anos 1980. Apesar da estrada percorrida, ela tem apenas três álbuns lançados. Seu último álbum tem colaboração do Robert Del Naja (Massive Attack) e a produção (pela segunda vez) ficou nas mãos do Four Tet. O resultado é o Broken Politics, álbum lindíssimo que merece ser ouvido. É um mix de trip-hop, jazz e r&b com protestos contra grupos anti-aborto e pró-armas, África e Europa, guerra e paz. A cantora já fez colaborações com a Robyn, Tricky, The Thing e Massive Attack. Sábado (01.06), às 23h, no palco Pitchfork.

Piroshka

O Piroshka é formada por integrantes que passaram por bandas de sucesso no auge do britpop: Elastica, Lush, Moose e Modern English. O pontapé inicial veio da Miki Beneyi, vocalista e guitarrista do Lush, que convidou um monte de gente legal para integrar o projeto. Aos amantes do britpop e shoegaze vai ser difícil errar com essa escolha. A banda lançou o primeiro álbum Brickbat no início deste ano, que faz a gente mergulhar numa nostalgia sem fim. Sexta-feira (31.05), às 20h, Heineken Stage.

Julia Holter


A cantora, compositora e super talentosa Julia Holter lançou Aviary em 2018. É um trabalho extremamente experimental, com 15 músicas e cerca de 90 minutos de duração. Não é um disco fácil, mas ele proporciona uma odisséia por diversas épocas e estilos. Polifonia medieval, cantos budistas tibetanos e poesia são encontrados nele. Poderia ser trilha sonora de um filme distópico. É música para ouvidos atentos e pacientes, o que me faz achar que o show deve proporcionar uma experiência sensorial única, assim como cada canção de Aviary. Não é à toa que ele será apresentado no auditório. Sexta-feira (31.05), às 19h20, no Auditori Rockdelux.

Lizzo

Eu iria ver a Lizzo só pelo quanto ela brilhou no último Coachella, quando o som do palco falhou, ela pegou sua flauta transversal e levou o público ao delírio. Lizzo é maravilhosa. A rapper de Minneapolis faz canções com letras militantes sobre gordofobia, machismo e feminismo. Seu último álbum “Cuz I love you” é pop, é disco, é divertido, como deve ser seu show. Sábado (01.06), às 22h35, no palco Lotus.

Alice Phoebe Lou

Provavelmente você já ouviu “She”, trilha do filme “Bombástica: a história de Hedy Lamarr”, que ficou no shortlist do Oscar como canção original. A sul-africana Alice Phoebe Lou tem base em Berlim e canta desde os 16 anos. Chama atenção por ser dona de diversas vozes que podem ser percebidas em seu trabalho. Começou cantando nas ruas de Paris, Amsterdã e Berlim para ganhar dinheiro o suficiente para viajar pela Europa. Sua música passeia pelo folk, blues com uma pitadinha de jazz. Pode chamar de jazz indie rock que funciona. Ela toca no fim da tarde, que será uma combinação perfeita da sua música com o pôr-do-sol. Quinta-feira (30.05), às 17h20, palco Primavera.

Linn da Quebrada

Eu já fui uma pessoa que não via show de brasileiro fora do país, pois achava que poderia ver aqui. O que eu aprendi ao longo dos anos foi que, se é um artista que você gosta, vale a pena sim. Especialmente quando falamos de um festival como o Primavera Sound, em que a maioria busca fazer o melhor show. Linn da Quebrada me arrebatou num show catártico em Berlim. Diferentemente daqui (na maioria de suas apresentações), por lá ela se apresentou com banda completa, dançarinas e a Jup do Bairro. O teatro tremeu e ela foi aplaudida de pé por longos minutos. O orgulho que tenho do Brasil ter artistas como a Linn (especialmente em momentos como o que estamos) faz eu querer prestigiá-la fora daqui e aplaudi-la por estar nos representando tão bem. Quarta-feira (20.05), às 2h30, LA(2) de Apolo.

Quer mais? Então coloca aí na agenda a Stereolab, Lucy Dacus, Alondra BentleyAmy and the SniffersAma Lou, Pavvla, e BFlecha, além do show “The Mystery of the Bulgarian Voices feat. Lisa Gerrard”, que eu acho que será lindo. Para quem quiser espiar bandas japonesas, coloquem Shonen Knife (indie rock) e Haru Nemuri (j-pop).

Veja também a lista de artistas da música eletrônica que indicamos para ver no festival aqui.

*Foto destaque: Myrkur por The Manc Photographer.

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

28 de May, 2019

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Lalai Persson

Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.

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Comentários

  • Faltou a Emma Bernache!

    - Vitor Lubave
    • faltou um monte na verdade… <3

      - Lalai Persson

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