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Depois de muita bateção de perna em Seul, São Francisco, Beijing, Shanghai, Zhangjaijie, cansei! Amo viajar e caminhar (literalmente) por todos os lugares que vou conhecendo, mas às vezes esse frenesi em torno de conhecer cidades novas e explorar tudo que elas oferecem, cansa fisicamente (férias das férias, quem nunca?). Tem hora que o dolce far niente se faz necessário e, para isso, o destino escolhido foi Koh Phi Phi, na Tailândia. Foquei em uma viagem dos sonhos, do tipo que você só relaxa e aproveita, sit back and relax. Não imaginei poder realizar isso tão cedo, ainda mais num lugar paradisíaco como Phi Phi. Mas aconteceu (muita magia, acontecimentos dessa vida louca e jogadas para o Universo, juntos ao fato de estar morando na China) e eu quero contar a minha experiência para vocês.
Sair de Qingdao (China) para a Tailândia não é tão simples como parece. “Ah, mas você já está na Ásia, já é meio caminho andado”, verdade, não deixa de ser, mas pera. Vôos diretos para Bangkok, sim, existem. Mas Phi Phi fica no meio do mar (graças à Deusa e por isso mesmo é paraíso) e chegar lá é uma mini aventura e algumas horas de deslocamento, espera e paciência à parte.
Qingdao é no norte da China, estamos bem no meio entre Pequim e Xangai. O vôo para Bangkok direto daqui demorou em torno de 5h. Chegando lá, nos preparamos para uma conexão que durou uma eternidade (6 horas) para Phuket. De Phuket, pegamos uma van (que agendamos direto do resort) que nos levou à Marina Ao Po, a meia hora do aeroporto. Depois, um barco nos levou ao paraíso, mais uma hora e meia. Tudo isso para dizer que depois de mais de 13h (houve mais espera na Marina para pegar a lancha), valeu a pena sim.
Ficamos do outro lado da parte mais movimentada da ilha, em um resort afastado da muvuca e da agitação, o Phi Phi Island Village Beach Resort. A ideia era essa mesmo, contemplação e rykezah, deste lado mais pacato de Phi Phi.
Vale muito a pena agendar o transfer do resort para a ilha, direto do aeroporto de Phuket. Alguns dias antes da viagem, mandei um e-mail para o contato que vi no site do resort e fui prontamente atendida. Uma pessoa do resort estava nos aguardando no aeroporto e um motorista nos levou até a Marina Ao Po, de onde saiu a lancha. Há catamarãs locais mais econômicos para chegar lá (o site do resort dá todas as informações), mas para isso, precisaríamos de mais tempo e planejamento. Então, evitamos a fadiga.
O valor por pessoa, incluindo o transfer de van + lancha até a porta do resort custa em torno de R$250 por pessoa (uma perna). Para pegar o transfer até a ilha, há dois horários: 11h30 e 16h. O vôo até Phuket precisa chegar duas horas antes desses horários. Para voltar do resort até Phuket, há saídas às 8h e às 14h.
Chegar nesse lugar foi algo que nunca mais vou esquecer. Nunca tinha visto águas tão cristalinas e transparentes, de um azul tão surreal que fiquei meio obcecada, agora qualquer mar eu procuro esses tons. Atenção para as ilhas com formações rochosas e que criam esses cenários dos sonhos, e não à toa fizeram a cabeça de tanta gente que esteve por lá. É um suspiro a cada olhar.
Claro que o resort é maravilhoso, adorei ficar boiando na piscina com borda infinita na maior ostentação e jogada num dos pufes na praia linda em frente, mas os passeios pelas ilhas são excepcionais.
Há duas opções principais de passeios saindo do resort, um mais curtinho pela manhã cedinho (sai às 7h), que pega as principais praias; e outro que dura o dia todo (fomos neste), pegando todas as ilhas (incluindo a Bamboo Island e a Monkey Beach) e com locais de mergulho de snorkel e saída até uma praia (que fica do outro lado do resort) para almoçar.
Vale lembrar que a a praia Maya Bay, do filme ” A Ilha” está fechada por tempo indeterminado para a recuperação dos corais locais, mas o passeio leva a gente até próximo para fotos.
O passeio mais longo inclui as ilhas mais acima da principal, a Bamboo Island (cheia de turistas, mas mesmo assim, linda demais) e uma passada em frente à Mosquito Beach, que como a Maya Bay, não está recebendo turistas para preservar os corais, mas a lancha fica parada à distância em tempo de tirar bastante fotos e selfies. Acho digno!
Fiquei triste na Monkey Beach, onde os turistas podem descer e ver os macacos que habitam a ilha e que se aproximam em busca de comida e água. Não acho normal ver um macaco pegar uma garrafa de água mineral e beber da garrafa. Isso mexeu comigo e numa conversa com o nosso barqueiro, ele concordou que isso é péssimo. Espero que um dia alguma instituição possa intervir, pois, com certeza, já afetou a fauna do local. Muitas pessoas tiram fotos, acham fofinho, mas eu fiquei só triste, apesar do cenário lindo. Cuidado com seus pertences, pois é sabido que os macaquinhos muito espertos, levam coisas das bolsas e sobre as cangas.
Os passeios podem ser reservados um dia antes no próprio hotel, ou na vila, onde há opções alternativas, não é difícil achar os pontos de venda. Não pesquisei pra onde vão e nem os valores exatos, mas saem mais ou menos em torno de 1,000 THB a 2,000 THB por pessoa, incluindo almoço/frutas e refrigerantes no barco ( no caso do resort). Optamos pelos passeios saindo do hotel, pela praticidade.
Achei o passeio incrível, mas recomendo fortemente levarem sapatilhas aquáticas. Não levamos, por isso foi um pouco difícil quando chegamos nas praias. O barco não poderia atracar na areia e tivemos que andar sobre alguns trechinhos cheios de corais que dão uma machucada, só dá para ir pisando bem devagarinho. Fora isso, o próprio barco do resort tem coletes, pés de pato e snorkel disponíveis, reservados no seu tamanho, antes de sair do resort. Eles também servem frutas e água, refrigerante e é pré-agendado um almoço leve depois para comer em uma praia.
Além dos passeios lindos, acho que a parte que mais gostei foi de visitar a vila local, atrás do resort (dá para chegar nela a pé, tranquilamente, pela saída próxima à quadra de tênis). Cheia de charme, tem lojinhas e restaurantes (preferimos comer lá do que almoçar e jantar no resort), além de vários bares que à noite (destaco o Oásis) servem os Mai Tai’s e outros drinks com ou sem álcool que conquistam os clientes após um dia de praia ou piscina. Realmente é a versão mais fiel do paraíso na minha opinião. :)
A gente está na Tailândia, então claaaaro que tem também diversos serviços de massagens na vila local e saem muito mais em conta do que pagar as massagens no spa do hotel. Agora o choque: eu não fui a nenhuma! Acredite se quiser. A minha desculpa é que os dias passaram lentos, muito sol, piscina, mar e depois happy hours com alguns Mai Tai’s, quando dava por mim, já estava bem tarde para ir à massagem. Se você fizer questão, sugiro acordar cedo, tomar o café do resort (que vale muito a pena) e depois dar um pulinho na vila para começar o dia com uma dessas massagens. Você pode também pular os drinks no happy hour e ir direto para lá depois do por do sol. Para não dizer que não fiz massagem nenhuma na Tailândia, fiz no aeroporto, esperando uma conexão de Phuket para Bangkok na volta só para não passar em branco.
Para os gatomaníacos como eu, passear na vila é um evento à parte. Eles são tratados como nobreza pelos locais e todo estabelecimento tem pelo menos um gatinho na porta para nos recepcionar. Uma paixão. Rendeu fotos e afagos.
As comidas e drinks são um caso à parte! Frutos do mar, peixes e pratos agridoces, apimentados, uma explosão de sabores, é a especialidade tailandesa. Estávamos numa ilha, então a minha preferência foi mesmo por frutos do mar e peixes. Todos deliciosos e frescos! Experimente a vasta opção de drinks do Oásis Bar (nosso point por lá) e curta a simpatia do dono e staff. Jantares mais em conta do que os do resort e acredite, bem mais saborosos. Há diversas opções de restaurantes. Cheguem cedo, a vida noturna por lá não dura mais do que até às 23h, afinal, tem muita praia para aproveitar no dia seguinte!
Falando em por do sol, “sofremos” uma aventura um tanto perigosa, mas que valeu fotos incríveis para a posteridade. Aconselho não fazer o que fizemos em dia de mar agitado, foi bem tenso na volta, já de noite, num trajeto de meia hora em um barco até o resort em mar aberto. Agendamos um barco “long tail” dos tradicionais por lá (joga Phi Phi no Google e só dá eles) para sairmos às 17h do resort e chegar no local estratégico na hora do por do sol, por volta de 17h30. O por do sol é de tirar o fôlego e acontece em pleno mar. Para chegar lá, o barco vai contornando a ilha até Nui Bay, percorrendo um trajeto em mar aberto e chegando no local. O por do sol pode ser visto entre as pedras em formato de camelo (Camel Rock) e o que parece ser o rosto de um macaco de perfil.
O lance é cinematográfico mesmo. Fiz até um timelapse que joguei no meu Instagram no dia. A volta foi tensa, o barco encheu d’água, as ondas estavam bem grandinhas e agitadas e eu, meu marido e uma amiga brasileira que fiz no resort, passamos momentos de real pânico. Realmente é melhor se prevenir e ir com cuidado, se tiver de ir, planejar um dia mais calmo e com maré mais tranquila. A outra opção é ir até a praia em Nui Bay e ver o por do sol em terra firme (tem acesso a pé por trilha saindo do resort, ou indo de barquinho). Leve em consideração o barqueiro (o nosso, ainda bem, era mais velho), pois eles são acostumados ao mar, porém, alguns são muito jovens e claramente sem muita experiência para situações mais arriscadas. Conselho de amiga: se puder, evite barcos pequenos com um barqueiro só, vá acompanhado e em dias de maré calma. O resort costuma contratar os barqueiros locais para ajudar a economia local (ótimo), mas eu tenho minhas ressalvas quanto a isso nesse ponto da real segurança. Não me senti segura com um só homem à bordo. Coletes estavam disponíveis mas não foi pedido para colocarmos, só colocamos quando vimos que a situação estava bem complexa. No mais, respira fundo e olha só esse por do sol!
Dá para ir a pé para uma das praias ali perto, leva uns 20 minutos andando (prepara para se proteger do sol, porque ele não perdoa), mas eu aconselho fortemente ficar na praia do resort mesmo.
A maré tem horários de cheia e de baixa. Preste atenção nesses horários e pergunte aos funcionários do hotel quais os melhores horários para fazer passeios alternativos para outras praias.
Existem mergulhos que podem ser contratados e agendados previamente no resort. Eles ensinam e explicam tudo no próprio resort, em um local específico. Não fomos, mas acho que deve ser bem interessante.
Para quem viajar com filhos, o hotel é muito bem preparado para os pequenos. Há uma piscina enorme, com escorrega e cascata, muito legal para pais e filhos. Dentro dela, inclusive, tem um bar, ótima opção para aquele drink de fim de tarde. Há outra piscina menor (minha preferida), que fica bem de frente para a praia e onde passei mais tempo.
O resort disponibiliza a organização de casamentos, inclusive LGBTQ e isso é maravilhoso. Algumas funcionárias são trans e eu achei isso o máximo. Aliás, quando estiver em Phi Phi, absorva toda a simpatia desse povo, que é contagiante. Esse lugar sem dúvida foi um dos lugares que mais amei ir na vida.
A lojinha do resort é ótima para as lembrancinhas de última hora, para comprar protetor solar, além de ter à venda os sabonetes e cremes de óleo de coco que fornecem nos bangalôs. Lá há também algumas sapatilhas aquáticas com numeração bem limitada, para quem esquecer as suas. Comprei uma bolsa lá linda e não me arrependi.
A volta pelo mesmo caminho barco-do-resort-Marina de Phuket – van para o aeroporto foi mais chatinha. A maré baixa em determinado horário e na última lancha (14h) e tivemos que usar calças de borracha (o resort disponibiliza) com água até a cintura, para chegarmos até um barco long tail (um tanto complexo para subir se você é idoso ou se tiver algum problema de locomoção), e dali, ele nos levou à lancha do resort para chegar ao continente. Já prontos para o aeroporto, banho tomado e afins, nada trágico, mas não foi o final que esperávamos. Diferente da ida em que um tratorzinho aquático nos buscou até onde a lancha conseguiu parar (o resort não tem um pier) e chegamos “secos” ao hotel. Mesmo assim, nada estragou essa viagem ao paraíso.
Achava esse tipo de viagem um pouco clichê e um tanto caretona, não queria entrar nas estatísticas de lugares óbvios para turistas, mas sem dúvida, foi uma das melhores viagens da minha vida. A contemplação daquele mar de um azul que eu nunca tinha visto, das enormes pedras que formam as ilhas, da simpatia absurda dos moradores e funcionários do resort, os muitos drinks a paz do lugar e a brisa do mar são inesquecíveis…quando é que posso voltar lá mesmo? Já quero!
Phi Phi Island Village Resort
Endereço: 49 Moo 8, Ao Nang, Amphoe Muang
Telefone: +66-75-628 900
e-mails contatos transfer resort: [email protected] e [email protected]
Endereço em Tailandês para ajudar nos maps:
ที่อยู่: 49 หมู่ 8, เกาะพีพี, อ่าวนาง, อำเภอเมือง, จ. กระบี่
Acompanhe essa e outras viagens e meu dia a dia morando na China: @derepentechina
*Foto do destaque: Koh Phi Phi –Sebastian Pichler/Unsplash.
Maria Claudia Pompeo é carioca, consultora de moda para marcas e pessoas e produz conteúdo de moda e comportamento online há 15 anos. Coleciona revistas de moda e sofre quando tem que se desfazer de algumas, por pura falta de espaço. Viciada em internet desde os primórdios, teve inúmeros blogs e colaborou com algumas revistas online. Atualmente escreve sobre moda e tendências na sua página e faz a curadoria de suas pesquisas de imagem e comportamento no Instagram - @mcpompeo. Site: facebook.com/mcpompeoconsultoria
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.