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Os hotéis do futuro na China: Lyz e FlyZoo

Quem escreveu

Vanessa Mathias

Data

11 de November, 2019

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Apresentado por

Muralha da China, Praça da Paz, 798 Art Zone, Cidade Proibida, Shanghai … são muitas as listas de must-do’s da China quando você vai a primeira vez. Apesar do dia-a-dia frenético de turista, em algum momento a gente precisa de um lugar pra dormir. Entusiasta de tecnologia que sou, estava doida para conhecer os hotéis do futuro que eles abriram por lá. E foi neles que reservei minhas estadias em Hangzhou e Shenzen para visitar o Lyz e o FlyZoo.

A China se parece com um iceberg: não importar o quanto dele você consiga enxergar, sempre tem algo a mais escondido. Além da dificuldade do mergulho, você precisa ir fundo para encontrar o melhor que o país de Jade oferece. E apesar de incrível, sempre parece que o melhor de lá fica reservado para os nativos. Em Hangzhou, a opção que encontramos para estrangeiros (pois muitos hotéis não podem nos aceitar por lá) foi o Smart LYZ. Em Shenzen fomos direto ao FlyZoo da gigante Alibaba, conhecida mundialmente pelo varejo eletrônico.

Tirando foto na frente do AliBaba sob olhares curiosos dos chineses

Toda a reserva gira em torno do WeChat: desde escolher os quartos, as datas, e também o sistema de pagamento – fato que para nós, estrangeiros, complica um pouco, já que o aplicativo não aceita cartões estrangeiros. Mas do ponto de vista de design especulativo, é lindo o fato de você chegar e ir para o quarto sem ter que falar com humanos – e muito menos preencher aquele papelzinho old-school da Embratur de-onde-vem-para-onde-vai-que-faz-aqui, não?

Smart Lyz Hotel Chengdu

Em ambos os hotéis, você cadastra na primeira vez sua biometria, ou melhor, o reconhecimento facial. No LYZ, ele funciona para abrir as portas do hotel. Já no Fly Zoo, ele serve para entrar no quarto, para pagar as contas com um sorriso, até mesmo no bar. Ou seja, adeus cartõezinhos brancos!

Você sabe quanto os asiáticos são apaixonados por um robô, não? Se não sabe, é bom ir se acostumando à ausência de pessoas. Ambos os hotéis tem um “mordomo robótico” – que serve para recepcionar, te mostrar onde fica o seu quarto, e trazer o room service. Ele parece ser muito simpático – pena que não entendi patavinas do que eles falavam para mim. Mas o chinês parecia fluente!

Robô no Smart Lyz – Foto Divulgação

O Lyz tem uma variedade maior de tipos de quarto que cabem no bolso – a diária gira em torno de US$ 60-80. Interessante que para ser tão high tech, você imaginaria uma recepção luxuosa. Mas o conceito deles é ser smart, ou seja, você paga menos por ter menos serviços.

Essa sou eu fazendo um tour no hotel:

“Nosso objetivo é ter mais de 3.000 hotéis em 5 anos” – disse Liz, o COO do Smart LYZ . “Mais do que isso, nossa ideia é trazer a tecnologia que nós construímos em casa para levar para as casas de verdade,  aumentando a segurança e conforto para todas as pessoas.” O Lyz, assim como muitas corporações chinesas, se confunde ao tentar definir-se em um ramo: eles são hotéis, fábrica de software e manufatura de equipamentos em um só!

Logo que você entra, as cortinas abrem e a televisão te dá boas-vindas. O ar condicionado lembra a temperatura que você colocou pela última vez e vai ajustar sempre que você estiver no quarto. Isso também vale para temperatura da água. Caso queira algum tipo de serviço, você solicita pelo app que leva até você.

O LYZ se destaca pelo uso da tecnologia própria que vem junto com um novo modelo de sistema hoteleiro. Eles tem apenas uma pessoa trabalhando por turno no hotel, verificando que todos os sistemas estão funcionando. Já a limpeza, por exemplo, funciona como um “Uber”: todos que limpam recebem os horários que os clientes vão sair e podem dar um pulo no hotel após a notificação e fazer uma limpeza de trinta minutos. 

O FlyZoo Hotel, que fica ao lado da gigante AliBaba em Hangzhou, é menos utilitário e mais um hotel conceito. Com mais luxo e automatizando até a atividades que não precisaria – como um coquetel por exemplo – ele dá uma espiadinha de como pode ser um futuro próximo.

As suítes do FlyZoo valem muito o preço – por volta de US$ 150 a diária. Até o assento sanitário lembra qual tipo de jato você gosta e a temperatura. O restaurante foi provavelmente a refeição que eu mais gostei na China – mas foram os atendentes humanos – e não os robôs – que conseguiram entender meus gostos pessoais e trazer comidas que eu até reconhecia o que eram.

Todos os quartos são equipados com o TMall Genie, a inteligência artificial do Ali Baba. Eu quase consegui me comunicar com ele através do Google Translate – mas se você não fala chinês, precisa ir atrás de mais assistência.

O elevador e todas as dependências do hotel funcionam te reconhecendo e te cumprimentando ao entrar. (Ni Hao, Vanessa Brasileiro!) Na academia, você pode escolher entre um personal trainer real ou uma inteligência artificial, que ainda te corrige se você estiver fazendo errado!

Os hotéis ajudam a dar uma espiadinha no que vai ser o futuro quando tivermos casas conectadas e hotéis completamente automatizados. Hoje, para estrangeiros, os conceitos atrapalham mais a experiência que ajudam, já que você precisa de mais assistência e fica bem difícil achar alguém pelos hotéis.

Nenhum dos hotéis é reservado pelos sites de reserva normais nesse canto do mundo. Porém, a dica na China inteira é procurar tudo pelo Trip.com, que é a versão estrangeira do CTrip.com. Nada mais, nada menos, que a maior empresa online do mundo.

Depois de passar algumas noites nesses hotéis, a lição que fica é que o dia em que funcionar 100% vai ser super legal. A falta de burocracia (não precisar de check-in, não ter que carregar chaves nem cartõezinhos), aliado a pequenos prazeres (como não precisar fechar cortinas e nem trocar a temperatura do cômodo), são peças fundamentais para o sucesso dessa modalidade hoteleira. Por outro lado, se você é daqueles que gosta de ir ao hotel para delegar jobs para os outros resolverem problemas para você, vai descobrir um novo mundo de dificuldades visto, que as máquinas ainda não nos “entendem” em níveis humanos. Já vai ser muita sorte se eles aprenderem inglês.

Serviço:

FlyZoo Hotel
Hangzhou, China

Smart LYZ
Beijing, Shanghai, Guangzhou, Shenzhen, Hefei, Hangzhou, Chengdu, Chongqing, Harbin, Xi’an, Chongqing, Kunming, Changzhou, Jieyang, Zunyi, Dalian, Qingdao, Suzhou, Xiamen, Sanya e outras cidades

Foto destaque Divulgação

Quem escreveu

Vanessa Mathias

Data

11 de November, 2019

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Apresentado por

Vanessa Mathias

Seu exacerbado entusiasmo pela cultura, fauna e flora dos mais diversos locais, renderam no currículo, além de experiências incríveis, MUITAS dicas úteis adquiridas arduamente em visitas a embaixadas, hospitais, delegacias e atendimento em companhias aéreas. Nas horas vagas, estuda e atua com pesquisa de tendências e inovação para instituições e marcas.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.