Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
O que você pensa ao cogitar ir em um motel em São Paulo? Trilha sonora duvidosa? Álcool gel para passar na maçaneta? Espumante de origem duvidosa semi-gelado? O último lugar onde você recomenda pedir um hambúrguer? Talvez um dejá-vu dos dezoito e poucos anos?
Confesso que tenho esses e mais uma listinha de algumas dezenas de outros preconceitos. Quando nos chamaram para conhecer o Lush, que tem o conceito de Private Urban Resort, levei todos eles na mala.
A entrada é bem próxima a um motel mesmo… para infelicidade do Uber que nos levou. Com bastante naturalidade, comentou: “olha, estão roubando vocês aqui… lá na Raposo tem uns bons de quarenta conto.” Sorrisos amarelos à parte, agradecemos e encerramos rapidamente a informação e a conversa, com medo que mais conselhos de como deveríamos passar a noite florescessem.
Mas entrando no quarto, as similaridades são bem pequenas. Ele é mais para um hotel do que para um motel. Todos os quartos do Lush possuem uma inspiração na natureza. Assinado por Fabíola Fera, o quarto Splash Ar tem dois ambientes, um mais aconchegante, climatizado, com cama, mesa para dois, adega e geladeira. Outro, logo a dois passos da cama, possui uma área com teto retrátil, servindo tanto para olhar as estrelas quanto para carregar as energias com um banho de sol…. daqueles que não deixa marca de biquini, se é que você me entende.
A pérola do ambiente é a piscina com cascata, em uma temperatura que meus caros leitores… é perfeita para acordar e dar aquele up que o corpo tanto precisa. O que mais me deixou feliz e contente foi a explicação ao lado da piscina do tratamento de filtragem e ozônio.
Aos poucos você vai percebendo os detalhes: você pode escolher entre um cardápio de loções, massageadores e brinquedos com preços bem razoáveis. Embaixo da pia, os chinelos, um feminino e um masculino: mas logo escrito que você pode pedir para trocar por dois femininos, por exemplo. Gosto quando toda forma de amor é bem-vinda. <3
De tudo, o mais impressionante é o cardápio da cozinha, que não deixa a desejar em nada a hotéis de primeira linha em São Paulo. Em especial, os pratos assinados pelos chefs Leo Young e Isabel Tavares, vencedores do desafio MasterChef 2015 e 2016, respectivamente. Leo traz pratos contemporâneos e autorais, e a chef Isabel carimba um menu low carb e sem glúten, formando ótimas opções de jantar completas.
Começamos nossa experiência gastronômica com um bowl de guacamole rústica servida com chips de banana (excelente fusão entre salgado e doce), e um tataki de salmão.
Como pratos principais, fomos de camarão ao curry com arroz jasmim salpicado de amêndoas (uma delícia!) e quinoto de camarão – um risoto low carb de quinoa.
Para finalizar a orgia (digo, a gastronômica….), optamos pelo New York Cheesecake maravilhoso com calda de amoras e torta crumble de maçã com sorvete artesanal. Vá com fome, ou com tempo, ou com um objetivo claro, pois a comida é boa e não deixa muito tempo sobrando para outras atividades.
Lá é fácil evitar constrangimentos – em vez de atender a porta com robe e chicote na mão, tudo é feito pelo app para para não precisar interagir com humanos (além do seu parceiro, claro!). É só baixar, entrar no wi-fi e controlar boa parte do quarto pelo seu celular. Fizemos todos os pedidos pelo app e eles surgiram magicamente por um passa-prato ao lado da mesa de jantar. Se não quiser, existe um controle para todo o quarto, onde você pode orquestrar tudo tudo tudo, desde temperatura do ar até cor das luzes dos ambientes.
Para não dizer que foi tudo rosas, como pernoitamos no local, achamos a lista de músicas pequena e curta. O que não foi problema, pois é só conectar um aparelho como seu smartphone em um cabinho ao lado do controle universal.
Se valeu a pena? Iria até sozinha! Tenho certeza que com a companhia certa, qualquer lugar vale a pena. Mas depois dos trinta, esquentar a relação gastando quarenta conto na Raposo, já demanda uma energia extra. Que o Sr. Robson seu Uber que não me escute.
Seu exacerbado entusiasmo pela cultura, fauna e flora dos mais diversos locais, renderam no currículo, além de experiências incríveis, MUITAS dicas úteis adquiridas arduamente em visitas a embaixadas, hospitais, delegacias e atendimento em companhias aéreas. Nas horas vagas, estuda e atua com pesquisa de tendências e inovação para instituições e marcas.
Ver todos os postsQuando viajo,mesmo sozinho, acho mais pratico hospedar num motel. É mais barato e o pernoite compensa muito mais, com o café da manhã, colaborando para começar o dia de forma mais produtiva.
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.