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Enquanto 2018 foi dedicado a contar a história dos negros no Brasil com a mais do que necessária Histórias afro-atlânticas, 2019 o foco passa a ser mulher como protagonista. O tema “Histórias das mulheres, histórias feministas” é a pauta que permeia toda a programação do MASP ao longo do ano. Tema mais do que bem-vindo num momento que temos uma nova Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, ultra-conservadora que, se depender dela, recuaremos em todas as conquistas feitas a dura penas pelas mulheres nas últimas décadas.
Artistas como Djanira da Motta e Silva, Tarsila do Amaral, Lina Bo Bardi, Anna Bella Geiger, Leonor Antunes, Gego somados a nomes internacionais, estarão presentes em exposições monográficas em 2019. Desde o final do século 19 muitos esforços têm sido empreendidos para afirmar a importância das mulheres artistas e de suas obras, como a fundação da Union Des Femmes Peintres et Sculpteurs, em Paris, e recentemente o surgimento do #MeToo, contra o assédio sexual, em Hollywood.
Para embasar o programa 2019, o MASP apresentará dois seminários: “Histórias das mulheres, histórias feministas”, em fevereiro; e “Histórias feministas, mulheres radicais”, em novembro, ambas em parceria com a Pinacoteca de São Paulo.
A agenda é extensa:
“Djanira: A memória de seu povo” estreia em março no MASP (2º subsolo) e segue em junho para a Casa Roberto Marinho, no Rio de Janeiro. Djanira da Motta e Silva nasceu em Avaré em 1914, dedicou 40 anos de carreira à pintura a óleo e à têmpera, ao desenho, à azulejaria e à gravura. A mostra apresentará suas obras produzidas entre os anos 1940 e 1970 revisitando sua produção no contexto da história da arte moderna brasileira. Período expositivo: março a maio.
Na sequência vem uma exposição dedicada à Tarsila do Amaral, a “Tarsila Popular”, estreando em abril (1º andar). A mostra apresenta cerca de 120 trabalho propondo uma nova abordagem da produção da artista e enfatizando seus personagens, temas e narrativas, especialmente em relação a questões sociais, polícias, raciais e de classe. Período expositivo: abril a julho.
“Lina Bo Bardi: Habitat” também estreia em abril dividindo espaço com Tarsila do Amaral. Será uma exposição panorâmica que olha para a vida, a obra e o legado cultural da arquiteta Lina Bo Bardi. A percepção que Lina tinha como imigrante (uma italiana no Brasil) a fez perceber que as ideias modernistas europeias não poderiam ser aplicadas na América Latina sem ser adaptada. Esta percepção permitiu que a arquiteta mergulhasse no contexto e no habitat brasileiro criando uma linguagem única e radical de design, arquitetura e curadoria. A exposição estará organizada em 3 eixos: O habitat de Lina, Repensando o museu e Da Casa de Vidro à cabana, trazendo à tona seus projetos de arquitetura, mobiliário e empreitadas editoriais. Período expositivo: abril a julho.
“História das mulheres, histórias feministas”, entre agosto e novembro, será dividida em duas grandes seções. “História das mulheres” traz obras de diversos territórios, estilos e gêneros, do século 16 ao final do século 19, incluindo retratos, naturezas-mortas, paisagens e cenas histórias e religiosas. Já “Histórias feministas” reunirá artistas de diferentes nacionalidades que trabalham no século 21 em torno de ideias de feminismo ou em resposta a elas.
No fim do segundo semestre entram as exposições das artistas Anna Bella Geiger (nov-março 2020), Leonor Antunes (dez-março 2010), Gego (dez-março 2020).
MASP – Museu de Arte de São Paulo
Avenida Paulista, 1578, Bela Vista
Telefone: (11) 3149-5959
Quarta a domingo, das 10h às 18h (bilheteria aberta até as 17h30); terça-feira, das 10h às 20h (bilheteria até 19h30) Ingressos: R$35 (entrada); R$17 (meia-entrada)
O MASP tem entrada gratuita às terças-feiras, durante o dia todo.
*Foto destaque: MASP por Hans Gunter Flieg
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
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