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3 aprendizados do Web Summit 2019

Quem escreveu

Vanessa Mathias

Data

14 de November, 2019

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Apresentado por

Aterrissando aqui da maior conferência de tecnologia do mundo. Entre os dias 4 e 7 de novembro de 2019 em Lisboa, a cidade ensolarada que não precisa de filtros do Instagram. A primeira coisa a saber sobre o Web Summit, como já dissemos aqui, é que não é um festival qualquer. É um dos mais gigantescos do mundo. 70 mil participantes, 1200 palestrantes, 2.500 jornalistas, e quase 200 países representados. Como resumir essa quantidade de conteúdo não é nada fácil, vamos contar as lições que trouxemos, prontinhas para serem usadas nas empresas e na vida

Photo by David Fitzgerald/Web Summit via Sportsfile

Desconfiança 4.0

Edward Snowden – Photo by Sam Barnes/Web Summit via Sportsfile

“É impossível confiar nas principais empresas do mundo que existem hoje”- foi categórico Edward Snowden logo na abertura. O assunto não é novo. No SXSW, outro gigantesco festival internacional, a Elizabeth Warren com seu slogan “Let’s break up the Big Tech” já havia previsto que vivemos cada vez mais no paradigma da desconfiança. Quem confia seus dados para Facebook, Google, Amazon, vive na ingenuidade. “Em algum momento, tudo vai vazar” – novamente Snowden deixa claro a tendência natural dos dados confiados a terceiros.

Mas não são só os gigantes americanos: a gigante chinesa Huawei, vencendo a corrida do 5G, estava lá com ótimas notícias sobre a expansão da internet em alta velocidade. Por outro lado, estava o CTO da Casa Branca Michael Kratsios, dizendo que os chineses são a maior ameaça para a liberdade do mundo. Foi vaiado no palco.

Resta saber se na briga desses titãs da era moderna, as regulações e leis de proteção dos dados realmente estarão do lado dos usuários. Talvez a resposta estivesse no discurso do Tony Blair – que é um assunto transversal nos governos e que não pode ser tratado separadamente. Brittany Kaiser, a ex-diretora do Cambridge Analytica, já crê que a pressão tem que vir em cima dos grandes dirigentes – citando Zuckerberg por diversas vezes.

Transparência no uso dos dados é um ponto sem volta – nossas empresas estão preparadas para serem colocadas à prova?

Empatia mercadológica

Kristin Lemkau, CMO, JPMorgan Chase, on PandaConf Stage. – Photo by Piaras Ó Mídheach/Web Summit via Sportsfile

A tecnologia não é inimiga dos humanos. Ao contrário, ela permite que a relação entre pessoas e empresas sejam ainda mais humanas. Ao menos foi o que a Kristin Lemkau, CMO do JPMorgan Chase comentou na sua sessão – defendendo que você pode usar machine learning para personalizar e aproximar sua relação com seus usuários.

Nesse passo para humanização, é importante ter a voz da sua marca. Não essa voz ou tom que sempre veio em todo posicionamento de marca – estamos falando literalmente. Em um universo de Alexas e Google Homes, vemos uma perspectiva de uso massivo de voz como a próxima jornada de experiência do usuário – afirmou Daniel Leyser, da Meta Design. Concordava com ele Rohit Prasad, VP & Head Scientist da Amazon, que trouxe exemplos de como inteligência artificial pode gerar conversas reais entre sua marca e seus clientes.

Inovação ecossistemática

Roundtables at CIS.Photo by David Fitzgerald/Web Summit via Sportsfile

Se falamos sempre sobre inovação aberta, não podemos deixar de citar o verdadeiro DNA do Web Summit: um evento de empreendedorismo. Muitas feiras e pitches e booths aconteceram ao mesmo tempo.

A diferença foi o foco que se deu para corporate innovation: dentro desse sistema que se retroalimenta entre empreendedores, anjos, VCs, aceleradoras, os grandes players da vez são definitivamente as grandes empresas, com seus programas mais estruturados de inovação aberta. Não à toa havia um summit só para eles, o Corporate Innovation Summit, com as melhores práticas de inovação de empresas.

Entre startups brasileiras consolidadas, vimos o Carlos Moyses do iFood, com um dos principais cases de sucesso do Brasil. Além do Marcelo Lombardo, da OmniExperience e seus serviços de cloud. Mesmo assim, o Brasil poderia estar melhor representado.

Entre algumas soluções interessantes estavam a brasiliense Shimejito – um modelo de negócio no qual as pessoas entram com sociedade para criação de shimejis – seja inclusive num apartamento. Essa é apenas uma entre as 140 brasileiras que estavam no festival.

Entre os vencedores dos pitches estavam Nutrix, uma startup com um sensor high tech que é colocado no seu dente que detecta o nível de glicose e transfere a informação para um app, facilitando a vida de quem batalha com a diabetes. Outras que chamaram atenção foram a GoCordLess, primeira rede de cartões de débito que funciona globalmente para pagamentos recorrentes, em parceria com a Transferwise. E, como não podia deixar de ser, a sensação foi o táxi voador alemão Lilium.

O Web Summit é, sem dúvida, um festival cheio de oportunidades de matchmaking. Entre os pontos fracos ficaram a profundidade dos painéis – de 20 minutos cada com 2-3 pessoas, e a dificuldade logística, considerando a cidade que se forma em torno do evento. Entre os pontos altos, o incentivo às startups, a renovação de temas e os programas de matchmaking.

Nos vemos em Lisboa em 2020?

*Foto destaque: Photo by David Fitzgerald/Web Summit via Sportsfile

Quem escreveu

Vanessa Mathias

Data

14 de November, 2019

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Apresentado por

Vanessa Mathias

Seu exacerbado entusiasmo pela cultura, fauna e flora dos mais diversos locais, renderam no currículo, além de experiências incríveis, MUITAS dicas úteis adquiridas arduamente em visitas a embaixadas, hospitais, delegacias e atendimento em companhias aéreas. Nas horas vagas, estuda e atua com pesquisa de tendências e inovação para instituições e marcas.

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