Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Quem fuma maconha é lerdo e preguiçoso? Com 25 anos e cabelos cacheados, Avery Collins , de fato, corresponde ao estereótipo que sua avó tem do usuário de cannabis. Mas, ao contrário do mais careta dos atletas, ele vence ultramaratonas de 100 milhas e tem o hábito de fumar maconha com frequência e comer barras de cannabis antes e durante um treino.
Avery diz que o uso de maconha potencializa a experiência de corrida, ajudando o corredor a estar presente e viver o momento durante as provas. Ele não é o único atleta a admitir fazer uso da erva: a ultramaratonista Jenn Shelton usa cannabis durante seu treinamento, assim como o triatleta Clifford Drusinsky e até o nosso Bob Burquist já declarou à Trasher Magazine que fazia várias manobras chapado.
Alguns estudos dizem que o THC não altera força ou performance, mas o uso de maconha associado à prática esportiva tem se popularizado na gringa. São vários os motivos: redução de náuseas e enjoo; melhora do sono; eliminação da fadiga, da monotonia ou da ansiedade dos treinos longos; como anti-inflamatório ou analgésico durante a recuperação. Se os benefícios medicinais da maconha são comprovados, o apelo é especialmente grande aos atletas de alta performance, que lidam com altos níveis de stress e dores em longas sessões de treino.
É bom lembrar que o modo como uma droga age muda de pessoa para pessoa. Para alguns, aumenta os batimentos cardíacos e compromete a rapidez dos reflexos e da tomada de decisão – o que não cai bem em nenhum atleta. Além disso, o relaxamento pode evoluir para paranoia. No esporte, seja careta ou chapado, é sempre recomendável começar com cautela e evoluir aos poucos.
Há várias semelhanças entre o “runner’s high” e o “high” do THC, pois ambos envolvem a ativação do sistema endocanabidóide. O runner’s high é tradicionalmente associado às endorfinas, mas essas substâncias não atravessam a membrana que separa o sangue do cérebro. Assim, a euforia natural causada pela corrida de longa distância é, provavelmente, causada pelo sistema endocanabidóide. Os receptores endocanabidóides do cérebro também são os responsáveis por receber o THC da maconha e produzir o efeito psicoativo. Esse sistema também tem um papel importante em regular o apetite, sensação de dor, emoções e memória.
A maconha é liberada, em alguns níveis, em 29 estados americanos e acreditem se quiser: a Agência Internacional Anti Doping (WADA) , cujo protocolo é seguido pelo Comitê Olímpico Internacional, permite o uso recreativo de maconha. Em 2013, a WADA aumentou para 150 nanogramas por mililitro o limite de THC que pode ser encontrado na urina de um atleta.
A decisão significa que “atletas em competição que usarem a substancia serão detectados, enquanto as chances de detecção, fora do período de competição (o que não é proibido por lei), são substancialmente reduzidas”, diz James Fitzgerald, gerente de media relations e comunicação da WADA.
*Foto destaque: Avery Collins por Jeremy Jacob / SBNation
Carioca da Zona Norte, hoje mora na Zona Sul. Já foi da noite, da balada e da vida urbana. Hoje é do dia, da tranquilidade e da natureza. Prefere o slow travel, andar a pé, mala de mão e aluguel de apartamento. Se a comida do destino for boa, já vale a passagem.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.