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Era bem comum, até alguns anos atrás na Alemanha, ao começar uma obra, achar algum objeto enterrado no local. Esses “tesouros” poderiam ser fotos, jóias e até mesmo obras de arte. Isso porque os perseguidos na Segunda Guerra Mundial acabavam escondendo seus pertences que, de outro modo, seriam incorporados pelo exército alemão da época. Mesmo assim, os nazistas confiscaram milhares e milhares de objetos valiosos. Estima-se que no fim da guerra, 61 mil objetos foram devolvidos para a França. E desses, 45 mil foram devolvidos para sobreviventes e herdeiros. Mas o que aconteceu com as outras 16 mil obras roubadas? Bom, como é de se imaginar, os cofres públicos estavam quebrados na época e a maioria foi vendida para reabastecê-los.
Nesse último dezembro, o Louvre iniciou uma tentativa de restituição dos quadros que estão em sua posse – são 807, sendo que 296 estão localizados em sua sede em Paris. 31 quadros estão sendo exibidos em duas salas do museu, em uma exposição permanente com o intuito de que os donos originais apareçam. São trabalhos da França pré-revolucionária e da Itália renascentista, entre outros. Por todos esses anos, as obras roubadas pelos alemães foram exibidas pelos museus franceses, inclusive pelo Louvre. O Louvre aliás devolveu apenas 50 quadros durante esses quase 70 anos.
Então é claro que o projeto vem com críticas. Primeiro, porque é muito tarde para fazer algo do tipo. Em 1998 aconteceu a Conferência de Washington na qual surgiu uma declaração que determinava alguns princípios para as artes confiscadas pelos nazistas, entre os quais que deveria ser feito todo um esforço para divulgar esses trabalhos para localizar seus donos pré-guerra ou mesmo seus herdeiros. A atitude do Museu do Louvre, ainda mais contando com seu tamanho e sua importância, vem com no mínimo 20 anos de atraso. Muitos julgam que devido a esse atraso, poucos herdeiros serão encontrados.
E, por último, porque o esforço é considerado mínimo. Não existe o comprometimento do museu em pesquisar ativamente as vítimas e seus descendentes, muitos provavelmente nem sabem ao que têm direito. Não existe também comprometimento do museu em fazer uma diligência na sua própria coleção.
* Foto de capa: Chris Karidis / Unsplash
A Dani gasta todo o seu dinheiro com viagens. Um de seus maiores orgulhos é dizer que já pisou em cinco continentes. É do tipo sem frescura, que prefere localização a luxo e não se importa de compartilhar o banheiro de vez em quando. Adora aprender palavras no idioma do país que vai visitar e não tem vergonha de bancar a turista.
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