Berlim 24 horas

O dia-a-dia de quem mora em Berlim com dicas culturais, gastronômicas e de passeios para todos os gostos e bolsos.

Decoding

Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.

Festivais de música

Os melhores festivais de música do Brasil e do mundo num só lugar.

Fit Happens

Aventura, esporte, alimentação e saúde para quem quer explorar o mundo.

Quinoa or Tofu

Restaurantes, compras, receitas, lugares, curiosidades e cursos. Tudo vegano ou vegetariano.

Rio24hrs

Feito com ❤ no Rio, para o Rio, só com o que há de melhor rolando na cidade.

SP24hrs

Gastronomia, cultura, arte, música, diversão, compras e inspiração na Selva de Pedra. Porque para amar São Paulo, não é preciso firulas. Só é preciso vivê-la.

SXSW

Cobertura pré e pós do SXSW 2022 com as melhores dicas: quais são as palestras, ativações, shows e festas imperdíveis no festival.

Jamaica, Jamaica: uma exposição abençoada por Jah no Sesc 24 de Maio

Quem escreveu

Tava Passando

Data

16 de April, 2018

Share

Apresentado por

Algum tempo atrás (mas não tanto tempo assim), 12 milhões de escravos foram levados da África para as Américas. Algumas décadas depois, como era inevitável, a força das várias culturas e reinos africanos raptados de sua terra original, misturada aos novos costumes ensinados pelos colonizadores, gerou um caldeirão de arte, artesanato, culinária, ensinamentos e música.

Em uma ilha específica do Caribe, essa fusão complexa de informações e referências, somada à resistência dos escravos e à luta pela independência, criou uma música militante, misturada, quente, múltipla, diferente de tudo que já tinha sido criado. E essa ilha teve – e continua tendo – mais influência na música do mundo do que milhares de outros países juntos. Bem-vindos à Jamaica!

img_0812

O Sesc 24 de Maio, junto com a Cité de La Musique – Philharmonie de Paris trouxe a Jamaica, Jamaica!, uma super exposição que conta toda essa história. Cobrindo os ritmos caribenhos como o mento (espécie de calypso) que precederam tudo isso, passando pela criação do ska e sua evolução até chegar no reggae, podemos conhecer um pouco dos estilos musicais jamaicanos e entender que – assim como o rock ou o jazz – eles têm um milhão de ramificações e subgêneros.

untitled-6

Na exposição, a história e seus principais personagens são mostrados com muitas fotos, objetos raros, discos, instrumentos e áudios que criam a trilha sonora para tudo que está sendo falado ali (leve seu fone de ouvido!).

Algumas das maravilhas que você encontra na expo: uma seção dedicada ao maior divulgador da cultura jamaicana pelo mundo, Bob Marley e seus The Wailers, com fotos, discos, documentos, uma maquete fofa, instrumentos (várias guitarras e uma bateria usadas pelos integrantes) e ainda fotos e áudios inéditos e raríssimos.

img_0811
img_1100

Um capítulo dedicado ao ska e ao Skatalites; várias informações históricas sobre a luta e resistência da ilha pela sua independência; e referências ao design (capas de discos, flyers, posters) e moda ligados ao ritmo – o reggae vai muito além da música, é só ver como o estilo dos jamaicanos é inconfundível.

img_0798
img_1094

Os primeiros soundsystems e primeiros estúdios, com reconstituições de como eram o Studio One e o estúdio do King Tubby; o dub; e ainda instrumentos de algumas das maiores feras jamaicanas como Lee “Scratch” Perry, nosso amado Jackie Mittoo e Peter Tosh – era dele a famosa guitarra em formato de metralhadora.

img_0791

No Brasil, além dos sete capítulos da exposição que rolam lá fora, ganhamos uma seção à parte, mais que merecida, que mostra a influência do reggae por aqui. Ela conta dos primeiros discos trazidos por marinheiros de passagem por São Luís do Maranhão, da mistura com os blocos afro de Salvador e como, apesar do enorme sucesso popular, o ritmo foi ignorado pelas rádios brasileiras por décadas.

img_1070

Também fala de um dos pedaços da cultura jamaicana que a gente adaptou melhor por aqui – os soundsystems, sistemas de som móveis, de rua, que um dia levaram o reggae para multidões que não tinham rádio em casa, e hoje animam festas democráticas no centro e nas periferias de São Paulo e outras cidades brasileiras. O pôster abaixo, criado exclusivamente para a exposição pelo designer e regueiro Natan Nascimento, mostra o tamanho e (literalmente) a potência dessa galera.

img_1076

Outra coisa legal da expo (além de tudo isso!) são as obras interativas. Em uma delas, você pode navegar por uma tela e entender como funcionam os riddims, as bases instrumentais tão características da música jamaicana que são recicladas em centenas de músicas diferentes, e em outra pode mexer em um painel interativo, ajustando volume, sirenes, baixos a agudos, delays e ecos, criando sua própria dubzera nervosa e explorando tudo que faz um real DJ de soundsystem. Jah bless!

img_1091
Jamaica, Jamaica!.
Sesc 24 de Maio. Rua 24 de Maio, 109, Centro
Até 26 de agosto
Terça a sábado das 9h às 21h, domingos e feriados das 9h às 18h.
Gratuito.

Fotos: @tavapassando

Quem escreveu

Tava Passando

Data

16 de April, 2018

Share

Apresentado por

Tava Passando

Tavapassando e cliquei. Danilo Cabral e Flavia Lacerda registram seu dia a dia e todos os lugares por onde estão passando, em um mini-guia de shows, restaurantes, ruas e pixos no Instagram.

Ver todos os posts

    Adicionar comentário

    Assine nossa newsletter

    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.