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Festival Path: mais criativo do que nunca

Quem escreveu

Amanda Foschini

Data

24 de May, 2018

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Apresentado por

“A criatividade é conectar pontos separados, baseado no nosso repertório passado” – disse Hernando Borges, pós-doutorando que concentra seus estudos em criatividade – “Todos nós somos criativos: quanto mais repertório, mais criativos”. Essa foi uma das nossas inspirações para traduzir o porquê o Festival Path foi uma explosão de criatividade: conteúdos profundos, pensamentos fora da caixa, pluralidade de opiniões.

Era até emocionante ver nos happy hour pós-evento discussões que variaram sobre quantas profissões vamos ter ao vivermos 120 anos até a arte da periferia: cérebros fervilhando com as incríveis possibilidades criativas de um repertório recém-adquirido.

Foram mais de 5.000 ingressos vendidos, 30.000 pessoas que passaram entre todas as atividades pagas e gratuitas nesse último sábado e domingo. Mais de 300 palestras distribuídas em 30 espaços diferentes, mais de 25 shows, 15 documentários, além das feiras gastronômicas, maker, de startups – Isso dá uma dimensão que o festival deixou de ser algo para poucos. O Festival Path se reafirmou como a plataforma mais relevante para o cenário da economia criativa brasileira.

Mari Moon na Casa Natura Musical #FestivalPath2018.

Conteúdo: a estrela do festival

Tecnologia, empreendedorismo, educação, música, audiovisual, comunicação, games, arte, diversidade, propósito, agro inovação, comportamento, urbanismo em 400 horas de conteúdo.

Impacto positivo foi tratado em quase todas as palestras. Levanta-se a discussão: vamos gerar aproximadamente 40 toneladas de lixo por pessoa, por vida aqui na Terra, sendo 8 toneladas de embalagens. Hoje o framework de sustentabilidade está errado. A lógica linear de consumo (extrair, produzir, consumir, descartar) não se sustenta mais. É nesse contexto que Economia Circular tem ganhado espaço em todas as discussões e agendas do milênio.

A criatividade precisa estar dentro das organizações para gerar soluções: como adidas com o tênis Parley, feito de materiais retirados do oceano, Levi’s com sua nova calça jeans feita com camisetas velhas e Natura com a sub-marca SOU que possui design inteligente, utilizando menos matéria-prima e material de embalagem para suas linhas de shampoo, condicionador, máscara e hidratante corporal. No próprio evento ainda havia uma estação de moda que você poderia doar roupas e tecidos que seriam ressignificados para outras peças.

Outro tópico crescente que se destacou foram os gamers: quem é gamer? O mercado está começando a perceber que não se fala do estereótipo do nerd. Na palestra de Thiago de Freitas discutiu-se justamente isso: o mercado de games está em 2º no mundo e cada vez mais nossa vida está sendo gamificada: o ócio é gamificado com o Candy Crush, a paquera no Tinder! E pensar em gamificação é pensar em novas formas de interação entre usuário e conteúdo.

Workshops de tecnologia foram alguns dos mais aguardados. Fausto Vanin explicou blockchain para iniciantes com uma atividade bem mão na massa “Aqui colocamos em prática como dar os primeiros passos com criptomoedas – como criar uma conta, comprar, vender. Trocamos uma ideia sobre ICO’s e como criar sua própria moeda em Blockchain e foi irado” – contou aqui para o Chicken or Pasta. Outro workshop muito comentado foi do Francisco Estivellet “Contamos como dados viram informações e como as máquinas podem inspirar criatividade, recomendando filmes, filtrando nossas timelines e até dirigindo nossos carros. Foi uma conversa super acessível e divertida”.

Não é tudo sobre tecnologia. Zé Borbolla falou que “Temos um olhar meio único, que a tecnologia vai salvar a gente, da gente mesmo” na sua palestra sobre Tecnologia e Nosso Sonho de Liberdade, e trouxe uma questão relevante – Pergunta se o ser humano vive melhor ou pior com essa tecnologia toda. Qual a relação de produtividade, riqueza e felicidade? A indústria bilionária de anti depressivos é tão grande a ponte de movimentar o PIB brasileiro, mas isso significa que estamos vivendo em um mundo melhor?

Workshops e Oficinas

Os objetos mais instagramável do evento foi a feira maker – trazendo os mundos dos geeks e dos criativos e oferecendo ferramentas que vão revolucionar o universo do faça-você-mesmo: circuitos, chips, sensores e impressoras 3D. Oficinas de stencil, lettering e ilustração convidaram os participantes a despertar o artista interior de cada um. O Marmota e Milky fizeram o workshop de lambe lambe ‘Nosso processo é muita conversa, nos inspiramos na rua, e adoramos fazer esse workshop porque conhecer pessoas é o que nos faz criar”.

Otto

Shows: Pinheiros invadido por música

Coutto Orchestra

Já do lado de quem saía das palestras, happy hours elegantes aconteciam no rooftop do Tomie Ohtake com os DJs Marem e Pilha, embalavam as conversas do dia esquentadas por cervejinhas e seus Gin Tônicas.

Aliás, flando em #bonsdrinks, não é fácil se destacar em um festival de criatividade. Em geral as marcas no Path se esforçam para trazer um real benefício aos participantes, e com a Bombay não foi diferente. No rooftop ela convidava os participantes a conhecerem mais o processo de fabricação do gin e a preparação perfeita da clássica bebida mais culturada entre a criativolândia de São Paulo: o gin tônica.  Ela convidava as pessoas a sentirem cheiros e sabores, como o cheiro de limão, amêndoas, zimbro, alcaçuz e coentro numa festa sensorial. Ótima lição de como fazer uma ativação de marca simples, divertida que causou curiosidade real dos participantes.

Sarah Roston abriu a rodada de shows do Festival Path, trazendo como influências Marina Lima, Elis Regina, Gilberto Gil e Michael Jackson. Otto lotou o Bona levando um time de percussionistas incríveis, e participação do Eristhal Luz, que é músico e produtor envolvido em diversos trabalhos da cena atual (Rafael Castro, André Whoong, Cauê). A musicalidade de Luedji Luna, que figurou no Palco Praça dos Omaguás, trouxe toda uma busca pela compreensão da ancestralidade afro, fala muito sobre a solidão da mulher negra, luta por sobrevivência e travessia, encontros com o seu ser e essência. Rubel lotou no Rooftop, e trouxe um grande destaque: todo o seu show foi acompanhado por uma tradutora intérprete de libras!

Dona Onete #rainhadoPará

Outro show com uma vibe deliciosa foi do Qinho cantando Marina Lima, que começou pequeno e foi seduzindo quem passava pela praça de alimentação a céu aberto de food trucks. Agora fervo, fervo mesmo, acontecia no Largo da Batata fim do Domingo. A programação gratuita e inclusiva levava a Batekoo para um público diverso, reforçando a característica de inclusão cada vez mais presente no Path. No Domingo, a Dona Onete, com seus 77 anos, levou muita gente para curtir e conhecer a música paraense, na Praça dos Omaguás.

Em geral as marcas no Path se esforçam para trazer um real benefício aos participantes, e com a Bombay não foi diferente. No rooftop ela convidava os participantes a conhecerem mais o processo de fabricação do gin e a preparação perfeita da clássica bebida mais culturada entre a criativolândia de São Paulo: o gin tônica. Ela convidava as pessoas a sentirem cheiros e sabores, como o cheiro de limão, amêndoas, zimbro, alcaçuz e coentro. numa festa sensorial. Ótima lição de como fazer uma ativação de marca simples, divertida que causou curiosidade real dos participantes.

Foto: Flávia Lacerda

Eduardo Azeredo, um dos participantes do festival, passou suas impressões “No geral percebi um olhar muito consciente sobre o tempo em que vivemos e as possibilidades futuras. Ao invés de uma adulação irrefletida sobre coisas hypadas, encontrei visões muito conscientes e com reflexões importantes sobre o presente e o futuro.”

Se esse resumão não foi suficiente para dar conta de tanta coisa interessante vista no festival, não se preocupe. Nos próximos dias vamos fazer um aprofundamento em cada tópico: cidades, impacto social positivo, empreendedorismo, artes e audiovisual – porque o Path não fica no fim de semana, mas naquilo que começamos a construir a partir dele.

Contribuíram: Eduardo Azeredo, Livia Sitta, Sheyna Adamo e João Gabriel.

*Todas as fotos: Divulgação Festival Path 2018

Quem escreveu

Amanda Foschini

Data

24 de May, 2018

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Amanda Foschini

Jornalista paulistana hiperativa que às vezes puxa o R lá do interior. Viciada em música, açúcar, livros e praia. É mais feliz no verão, acredita nos reviews do Foursquare e sempre dorme no meio filme. Há 5 anos, vive um caso de amor (correspondido) com Barcelona.

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