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Quem nunca pensou em como o café chega à sua mesa ou na cafeteria ao lado todo dia? Essa foi a curiosidade que nos levou a fazenda O’Coffee (Pedregulho – SP), uma das mais modernas do mundo, produtora de uma seleção de grãos, incluindo o café Arábica desde 1890. Um café de ótima qualidade e grande expressão de sabor. Tem origem na Etiópia, ganhou fama na Europa e sua produção acabou transformando São Paulo (região Alta Mogiana) em um dos polos mais importantes de cafés especiais.
Hoje em dia, o café brasileiro chega ao mundo inteiro, sejam os tradicionais, os gourmet’s e os especiais. Somos líderes em exportação, com o Vietnã e a Colômbia na sequência. E o SP24hrs foi convidado pelo Octavio Café para entender melhor porquê o Brasil é essa potência na produção de uma das frutas mais valorizadas no mundo. O que seria um café especial? E como ele é produzido no Brasil?
O café especial é todo aquele que atinge, no mínimo, 80 pontos na escala de pontuação da metodologia (que vai até 100), sendo avaliados os seguintes atributos:
O fruto do café, após o plantio e colheita, passa por processamento, seleção, secagem, prova de sabores e pontuação, torra, moagem e chegando aos supermercados, exportação e cafeterias.
Após um café da manhã caprichado na unidade Faria Lima, pegamos seis horas de estrada em direção a Pedregulho (SP), interior do estado, divisa com Minas Gerais. A fazenda Chapadão é uma propriedade que fez história na cultura cafeicultora, com a família do senhor Giuseppe, Vicente e Octavio Quercia. Todo café da O’Coffee, grupo de seis fazendas cafeeiras na região Alta Mogiana, tem tradição e qualidade dos grãos reconhecidas por órgãos especiais como a ABIC, Associação Brasileira da Indústria do Café.
A responsável por nos levar nesse tour pelo processo do café especial foi Martha Grill (barista vice-campeã no Campeonato Brasileiro de Baristas), responsável pela qualidade no Octavio Café, e Arthur Malaspina, responsável pela qualidade na Fazenda. Fizemos um tour pelas dependências da Fazenda, uma introdução a roda de sabores (bons e ruins) que podem aparecer em um café, e ainda tivemos um brunch no mirante para admirar o pôr do sol.
O dia começou cedo com um café da manhã de fazenda, com belos cafés coados na Chemex e na prensa Francesa. Em seguida, fomos conhecer os processos de plantio, que é feito através da semente, cultivado em viveiros até germinar, regada constantemente e protegida do sol direto. Dessa forma, a muda de café tem tudo que precisa para se desenvolver. Ao se tornar um arbusto, é plantada definitivamente em outra área maior e em cerca de três a quatro anos a planta começa a dar frutos próprios.
Já na colheita, existem três tipos: manual, mecânica ou seletiva, às vezes com podas ou substituições, dependendo da idade da planta. Uma curiosidade interessante: na fazenda, na época da colheita, costuma-se trabalhar 24 horas por dia – em turnos – para colher a maior quantidade de café de uma vez só, e manter a qualidade dentro de toda a safra.
O início de uma nova safra é conhecido como “Florada” e normalmente acontece em setembro e outubro. Algumas regiões começam a colheita em maio.
A fruta do café, no estágio de maturação, pode ser vermelho uva ou amarelo banana, dependendo da espécie, assim como outras frutas tem famílias diferentes. Se for colhida antes do tempo, e com grande percentual de grãos verdes, a bebida perderá qualidade e o rendimento final será prejudicado.
Essa rota é comercializada?
O tour que fizemos foi a convite da Fazenda O’Coffee que faz o Café Octavio.
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.