Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Pequim, além de capital da China, traz dentro dela um lugar que foge às tradições turísticas chinesas, o combo templo/arranha-céus. O 798 Art Zone é um achado que me deu a sensação de estar em um pedacinho de Nova Iorque, só que na Ásia, o que torna tudo bem mais exótico!
Se estiver em Pequim, não deixe de ir. Também não deixe para ir no último dia com voo dali a algumas horas, como foi o meu caso. Não dá tempo de ver tudo. Pecamos em manter primeiro o tradicional turismo óbvio (que é legal, mas que priva a gente de algumas descobertas), e pelo curto tempo lá fizemos Muralha, Cidade Proibida, Praça da Paz Celestial, nos dias anteriores ao 798. Lembrei de uma dica preciosa que recebi de Pedro Ivo Dantas, no grupo do CoP, e resolvemos explorar essa área nas últimas horas na cidade. Queria ter passado mais tempo explorando o Art Zone. Fomos em dezembro do ano passado, em pleno natal, mas pretendemos voltar este ano ainda para ir mais fundo em suas galerias de arte, ruazinhas e shops charmosas.
Pre-pa-ra porque esse post inclui muitas fotos. Foi difícil deixar algumas de fora!
No momento que chegamos à entrada principal (foto de destaque), já senti uma aura diferente. Esculturas espalhadas pelas ruas, lojinhas cool com arte para vender, galerias com arte para ver, uma hipsterlândia em plena China, no meio de Pequim. Encontrei o paraíso. A gente ama o que vê aqui na China, todas as tradições e se acostuma a conviver com uma cena cultural mais restrita. Então o pé nas artes contemporâneas e esse ar de rebeldia são algo raro de ver muito claramente ainda, e quando achamos esse oásis artístico assim, em meio a uma cidade como Pequim, dá uma renovada na alma.
Ver algo diferente dos milhares de anos de história que já vinha visitando nos lugares onde fui (que amo, diga-se), em um lugar que tinha uma vibe NYC só que mais misteriosa, cheia de bequinhos a serem explorados…algo me dizia que ali a China havia sido transgredida. Adoro uma transgressão, uma rebeldia, então, mergulhei nessa viagem nas poucas horas que sobravam e andei sem saber para onde ia, tirando fotos de tudo que consegui captar com meu iPhone 5s velho de guerra.
Cenário de fábricas que antigamente produziam eletrônicos, e que foram alugadas por artistas, galpões e fábricas desativadas (saudades Bhering) que viraram galerias de arte e lojas, estúdios, bares e bistrôs, além de claro, cenários lindos para suas inúmeras fotos. A primeira fábrica a ser renovada e transformada em estúdio/galeria, foi a de número 798, daí, o nome. Bauhaus? Tem um quê, sim. Nada explicitamente inspirado, mas a gente pesquisando descobre que tem dedo de alemães, americanos e claro, artistas chineses avant-garde que antes do distrito, iam a lugares mais distantes do centro de Pequim para trabalhar e expor. Desde 2002, o 798 funciona como celeiro artístico e, espero, que por muitos anos ainda.
Para você que adora umas comprinhas e não tem medo de investir em design, não perca uma visita à UCCA Store, um misto de loja de decor e lifestyle, com esculturas, objetos de design e até roupas de estilistas independentes. Incubadora do projeto Ullens Center for Contemporary Art, a loja tem produtos incríveis para colecionadores e para quem ama design. Eles têm lojinha no Taobao com algumas peças. Prepara o bolso.
Artistas como Ai Wei Wei expõe aqui. Artistas internacionais também, mas é interessante ver o foco em arte contemporânea chinesa, coisa que a gente não consegue ter muito acesso por aqui, às claras assim. Pelo menos é essa a minha impressão nesse curto tempo aqui, de repente essa percepção pode mudar ao longo desse período por aqui.
Estava um frio cortante em dezembro, mas nada nos impediu de andar por ali até chegar perto da hora que não tínhamos mais escolha, a não ser correr pro hotel, pegar as malas e partir. Andar sem rumo, é a melhor opção, assim, você vai descobrindo coisas inusitadas ao longo do caminho.
Um momento inesquecível foi entrar em uma exposição paga (algumas são), que a princípio, meio cabreiros, achamos que era boboca e que tínhamos perdido grana. De repente, surge um rapaz chinês falando inglês fluentemente, quase sem sotaque algum, explicando que estávamos na exposição que contava o making of e o storyboard de um filme chinês. Aqueles filmes cheios de efeitos especiais, artes marciais, ensinamentos e magia, sabe? Fiquei encantadíssima e passamos um tempo admirando sketches, storyboards inteiros, vídeos, e muito jogo de luzes e espelhos.
Muito grafitti! A gente ama? Sim, a gente ama. Não consegui ver todos, mas os que mais curti durante as poucas horas ali, foram esses. Esse King Kong está arrasador e fica fazendo fundo para a montanha de bikes da foto anterior.
o 798 Art Zone é imperdível em Pequim, uma galeria de arte a céu aberto, oferece diferentes experiências em diferentes épocas do ano. No frio, a gente tem as restrições climáticas (a qualidade do ar também é menor nesse período), mas apesar disso, circular sem o usual aglomerado de gente, é sempre mais fluido.
Curta se embrenhar pelas galerias, procure descobrir os estúdios de artistas. Eu gostei da experiência em dezembro, e, apesar do frio, não tinha muita gente e eu consegui circular bastante e tirar essas fotos, que geralmente são mais difíceis de tirar em alta temporada, tem sempre alguém passando na sua frente. Vá cedo, dá para aproveitar e andar por ali de dia, à noite acredito que não tem muito o que ver nas áreas externas.
Para quem ama as artes plásticas, adora um passeio com ares de “achado”, sente falta de NY ou quer só criar um acervo ótimo de fotos, o 798 não deixa nada a desejar. Bendita dica do Pedro Ivo!
Até o próximo post! 谢谢! 再见!
*Foto de destaque e artigo: Maria Claudia Pompeo e Pedro Paulo Felix Penha Jr.
Maria Claudia Pompeo é carioca, consultora de moda para marcas e pessoas e produz conteúdo de moda e comportamento online há 15 anos. Coleciona revistas de moda e sofre quando tem que se desfazer de algumas, por pura falta de espaço. Viciada em internet desde os primórdios, teve inúmeros blogs e colaborou com algumas revistas online. Atualmente escreve sobre moda e tendências na sua página e faz a curadoria de suas pesquisas de imagem e comportamento no Instagram - @mcpompeo. Site: facebook.com/mcpompeoconsultoria
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.