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Yorimichi, o izakaya que te faz se sentir no Japão

Quem escreveu

Leandra Lima

Data

16 de November, 2017

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Apresentado por

Pelo dicionário Houaiss, boteco significa “pequena venda tosca onde servem bebidas, algum tira-gosto, cigarros, balas, alguns artigos de primeira necessidade etc.” Tal cá como lá, no Japão existem os izakayas, nome dado a botecos japoneses que, há séculos, nasceram como ponto de venda de saquês, com algumas delas vendendo petiscos para acompanhar a bebida fermentada, e que carregam em seu DNA uma aura descontraída, de comida fácil e carta farta de saquês.
É o caso do Yorimichi, izakaya do sushiman Ken Mizumoto, que funciona desde 2016 no Paraíso, e que tem como clientela fiel a comunidade japonesa da cidade. Ken é dono ainda do Shin-Zushi, restaurante tradicional que funciona há quase 40 anos no mesmo bairro.

Yorimichi, restaurante japonês, são paulo, Paraíso
Berinjela no missô

O Yorimichi serve uma extensa variedade de petiscos, a maior parte deles preparada em uma grelha com carvão em brasa construída no centro do salão (que não te deixa defumado, graças a uma coifa bem instalada). Ao seu redor, foi montado o balcão, em formato de U com 15 lugares. Ou seja, todos ali podem acompanhar o trabalho dos cozinheiros que controlam o ponto de cozimento dos pedidos.

Yorimichi, restaurante japonês, são paulo, Paraíso
Balcão do Yorimichi – Foto: Leandra Lima

O que mais sai das grelhas defumadas são os kushiyakis, que significa espetinho em japonês. Há 19 versões dos tira-gostos, todos tradicionais, como os de miúdos, de pele de frango, de quiabo, de pancetta ao tarê ou de língua bovina… Todos entre R$ 7 e R$ 9.

Yorimichi, restaurante japonês, são paulo, Paraíso
Kushiyaki de sobrecoxa de frango com cebolinha. Atrás, o de cogumelo eringi com tarê – Foto: Leandra Lima

No dia em que fui, comecei com um kushiyaki de sobrecoxa de frango e cebolinha. Suculento por dentro e crocante por fora. E, em seguida, um de eringi – um cogumelo comum na Ásia e na Europa e que é muito macio e saboroso – besuntado de tarê.

Yorimichi, restaurante japonês, são paulo, Paraíso
Kushiyakis de fígado de boi e de quiabo – Foto: Leandra Lima

O espetinho de quiabo chega firme por fora, mas macio e saboroso por dentro. Uma delícia que pode acompanhar muito bem o fígado bovino com tarê, que também foi assado na brasa acesa logo ali. Dica: um gohan (o arroz japonês) é sempre uma boa pedida para acompanhar os kushiyakis.

Yorimichi, restaurante japonês, são paulo, Paraíso
Frango moído com gema marinada no shoyu – Foto: Leandra Lima

De principal, eu resolvi pedir o gohan com tartar de carne, cará, quiabo, natto e gema de ovo curada, preparado na cozinha, e não na grelha. Se você prestar atenção, verá que o prato é um apanhado de ingredientes ‘babentos’. Milenar na culinária japonesa, o natto é um produto feito com a soja fermentada e tem um sabor pronunciado e textura bastante pegajosa.

Yorimichi, restaurante japonês, são paulo, Paraíso
Gohan com tartare de carne, cará, quiabo, natto e ovo: tudo bem pegajoso – Foto: Leandra Lima

A maneira que os japoneses comem natto e outros ingredientes com essa consistência é girando os hashis de maneira continuada próximo da boca até a baba do alimento se quebrar e você conseguir liberar a sua boca para receber a próxima porção. Bem diferente, não?

Yorimichi, restaurante japonês, são paulo, Paraíso
Shiitake recheado com frango moído – Foto: Leandra Lima

Como achei o prato anterior de sabor muito forte, eu finalizei com algo bem fácil e cheio de umami: um delicioso shiitake recheado com frango moído.
Quanto aos sakês, a acolhedora casa têm dezenas de garrafas em sua carta, além de shochus – pronuncia “xô-tchus” – que são os destilados japoneses feitos a partir de batata-doce, arroz ou cevada. Há opções também de uísques e cervejas.

Yorimichi
Rua Otávio Nébias, 203. Paraíso
Tel.: 3052-0029
De segunda a sábado, das 18h30 às 0h30.
(não tem site)

Quem escreveu

Leandra Lima

Data

16 de November, 2017

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Apresentado por

Leandra Lima

Leandra Lima é jornalista com passagem pelo jornal O Globo e por algumas revistas de gastronomia. De uns tempos para cá, produz conteúdo para marcas e presta serviço de marketing digital para empresas. Para ela, que já morou em três cidades (Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo), conhecer diferentes culturas é a maneira mais legal de se levar a vida.

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Comentários

  • Boa tarde, Tonyy, tudo bem?
    Você pode me explicar melhor o seu comentário? Todos os espetinhos, que são o carro-chefe da casa custam entre R$ 7 e R$ 9. Naturalmente os de frutos do mar são mais caros, mas não pedi. Esse gohan que eu comi, por exemplo, custa R$ 35. Os saquês já são bem mais caros, com as garrafas custando a partir de R$ 100. Era essa a sua dúvida?
    Abraços.

    - Leandra Lima
  • Boa matéria, mas faltou uma referência fe preço né? Pagar $10 por um espetinho apenas gourmetizado é o que mais se vê ultimamente…

    - DJ Tonyy
    • Eu quiz dizer além dos “7 a 9” citados dos espetinhos…

      - DJ Tonyy
      • Boa tarde, Tonyy, tudo bem?
        Você pode me explicar melhor o seu comentário? Todos os espetinhos, que são o carro-chefe da casa custam entre R$ 7 e R$ 9. Naturalmente os de frutos do mar são mais caros, mas não pedi. Esse gohan que eu comi, por exemplo, custa R$ 35. Os saquês já são bem mais caros, com as garrafas custando a partir de R$ 100. Era essa a sua dúvida?
        Abraços.

        - Leandra Lima

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