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Semana de Oscars: o que tem para ver no cinema para não ficar sem opinião

Quem escreveu

Renato Salles

Data

21 de February, 2017

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Apresentado por

Essa semana, muita gente está de olho no relógio contando os minutos para a chegada da tão aguardada sexta-feira de Carnaval, para se jogar na purpurina, ou então na estrada. Mas você, que não está em nenhum desses times, e vai passar o feriado por aqui mesmo, não se desespere. Para a tua felicidade, estamos em plena temporada de Oscars, e o cinema está bombando com os filmes que disputam a estátua dourada. Não poderia ter melhor hora para aproveitar a cidade vazia e as poucas filas para abusar da pipoca, e ainda não fazer a Gloria Pires no domingo, dia da cerimônia.
Para te ajudar, fiz uma crítica (absolutamente pessoal) do que está em cartaz entre os que concorrem a melhor filme do ano. Corre lá para assistir, e vamos discutir juntos depois nos comentários:
La La Land – Cantando Estações (La La Land): É o favorito do ano, com 14 indicações (igualando os recordistas A Malvada e Titanic). Mas é um musical, o que faz muita gente arrepiar a espinha como gato escaldado. O filme realmente é fofo, muito bem feito, colorido e bonito visualmente. Não tem aqueles diálogos cantados chatos, o que é um grande alívio. O casal central (Emma Stone e Ryan Gosling) é querido, e não se presta a ser perfeitinho. Agora, melhor filme disparado? Talvez entre fãs pré-adolescentes do Justin Bieber.

Estrelas além do tempo (Hidden Figures): Mais um filme fofo, mas daqueles que vale a pena. É daqueles que a gente tá precisando, porque não tem nem quase conflito, é tudo lindo, e faz a gente esquecer um pouco o noticiário, os boletos atrasados, o aumento da mensalidade do filho e tudo mais. As meninas são todas incríveis, não dá para entender como só Octavia Spencer foi indicada a melhor atriz (as outras são Taraji P Henson e Janelle Monaé). É quase uma dose de Lexotan cinematográfica.

A chegada (Arrival): Ficção científica bem cabeça, bem interessante e que não se baseia em mirabolices visuais para contar uma boa história. É um filme de extraterrestres que vêm à Terra, mas nada de presidente dos EUA saindo na porrada com um lagarto cabeçudo gigante. É bacana mesmo. A única pena é que a Amy Adams começou a frequentar o curso avançado de ‘artes cênicas do sussurro’ junto com a PHD Nicole Kidman.

Lion – Uma jornada para casa (Lion): falando na sussuradora-mestre, nesse filme simpatiquinho a Nicole até nem incomoda tanto com a sua asma habitual. Acho que é porque ela aceitou usar aquela peruca ruiva horrenda e perdeu aquela cara de Barbie Botox de sempre. A história do menino indiano que se perde para sempre da família e acaba adotado na Austrália é bonitinha, mas teria pelo menos meia hora a menos se o roteiro não fosse escrito por gente ligada ao núcleo de novelas da Televisa.

Até o último homem (Hacksaw Ridge): Mel Gibson é um daqueles grandes atores que pararam nos anos 90, quando a gente achava super legal acreditar no maniqueísmo, que o bem sempre triunfava no final. O agora diretor destila seu melhor lado Spielberg com uma história verídica contada de forma bem aguada. Tive que parar no meio para tomar uma dose de insulina – o mérito é por ele lançar um gênero novo: o filme de guerra água-com-açúcar.

A qualquer custo (Hell or High Water): Para mim o único que poderia bater ‘Moonlight’ como melhor filme. É um faroeste moderno, bem tenso, com uma direção de arte bem árida e forte. Só é inacreditável o Ben Foster não ter recebido uma nomeação, já que seu papel de psicopata realmente desperta nossa raiva (no bom sentido). E também que o Jeff Bridges tenha conseguido passar 2 horas de filme sem pronunciar uma palavra entendível sequer.

Manchester à beira-mar (Manchester by the Sea): dramalhão pesssssado, seco, duro, mas fraco se pensarmos que está concorrendo a melhor filme. Casey Affleck finalmente conseguiu sair da sombra do irmão com uma indicação de melhor ator, e Michelle Williams talvez ganhe o Oscar de ‘papel mais curto a receber uma indicação’.

Moonlight – Sob a luz do luar (Moonlight): A grande estreia da semana é também meu favorito a levar o prêmio principal (já levou o Globo de Ouro). É um filme de traficantes de droga em que quase não se trafica drogas. É também um filme gay em que quase não tem gay. Em tempos de discussões acaloradas sobre racismo, homofobia, marginalização, essa história é muito potente, sem ser apelativa ou melodramática. E ainda concorre aos Oscars de melhor atriz coadjuvante (Naomie Harris) e ator coadjuvante (Mahershala Ali, fantástico). É maravilhoso, vá ver. Estreia nessa quinta.

Entre os concorrentes, ainda estão para estrear: Um limite entre nós (Fences), com a favorita ao prêmio Viola Davis – dia 02/03; e Mulheres do Século 20 (20th Century Women), com uma aclamada atuação de Anette Benning, mas que concorre só a melhor roteiro original – dia 30/03.

Bonus Tracks:

Jackie: Nicole Kidman realmente está ganhando muito dinheiro com seu curso online de sussuro, porque até a Natalie Portman pegou essa doença. Vendo esse filme, a gente descobre que a Ms. Onassis era uma narcisista egocêntrica dissimulada, e conseguimos ver cada poro no nariz da moça em detalhe, porque parece que filmaram tudo com um microscópio na cara dela. Chato.

O Lagosta (The Lobster): Outro filme que disputa (sem chances) o Oscar de melhor roteiro original, mas que passou pelo cinema faz muito tempo e é imperdível. O Lagosta é uma sátira distópica bem negra das nossas convenções sociais. Difícil de digerir, mas é também um dos mais inesperados e inovadores filmes a concorrer esse ano aos Oscars.

Outros filmes em cartaz que estão indicados, mas que eu não vi são: Capitão Fantástico (melhor ator – Viggo Mortensen); Elle (melhor atriz – Isabelle Hupert); Animais Noturnos (melhor ator coadjuvante – Michael Shannon); Eu não sou seu negro (melhor documentário).
*Foto de destaque: La La Land

Quem escreveu

Renato Salles

Data

21 de February, 2017

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Apresentado por

Renato Salles

Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.