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Você sabia que São Paulo tem uma biblioteca dedicada ao feminismo? E uma especializada em contos de fada? E um casarão cheio de programação legal com uma pista de skate dentro?
São Paulo tem mais de 100 aparelhos culturais municipais, ou seja, pertencentes a toda a população, e por isso inteiramente gratuitos. Eles estão espalhados na cidade inteira, uma grande parte em bairros e regiões afastadas do centrão e da “hipsterlândia”, e podemos dizer que a grande maioria das pessoas nem sabem que eles existem.
Fomos atrás de seis exemplos que misturam programação cultural intensa, biblioteca interessante e espaços legais que valem a visita. Torcemos pra que eles continuem fortes e influentes em suas comunidades. Por isso faça um favor a si mesmo e à cidade, e descentralize seus passeios. São Paulo é enorme e tem muito coisa a ser descoberta!
A Cora Coralina tem em seu acervo oficial mais de 47 mil itens como livros, revistas etc. Mas em 2015 ela entrou para a categoria “bibliotecas temáticas” da Prefeitura, ganhando uma sala especial e um acervo específico sobre feminismo, com 720 obras – além da Coleção Rosângela Rigo com mais 355 títulos – e ainda revistas e periódicos. Mais do que isso, a ideia é não deixar o feminismo só nos livros de história: é dar forças pra ele acontecer hoje. Por isso, o espaço também é aberto para debates, saraus, rodas de conversa e apresentações, sempre de mulheres e para mulheres. Importantíssimo!
No extremo da Zona Leste fica um dos centros culturais mais legais e equipados da cidade. Inaugurado em 2012 e com mais de 7 mil metros quadrados de área construída, o Centro Cultural Cidade Tiradentes tem centenas de atividades artísticas e culturais, além de espaços para prática esportiva, formação profissional e uma enorme área verde. Entre os recursos disponíveis no aparelho, uma biblioteca especializada em direitos humanos, o Centro de Memória Viva do bairro, um FabLab completíssimo, sala de cinema, pista de skate, ateliês de literatura e artes plásticas, teatro, laboratório multimídia e até um anfiteatro. Quase tão completo quando o Centro Cultural São Paulo, o pólo da Cidade Tiradentes é um dos mais importantes da cidade.
Centro Cultural Cidade Tiradentes. Avenida Inácio Monteiro, 6900, Cidade Tiradentes
Terça à domingo, das 10h às 22h
Um casarão da década de 1920 abriga uma das mais bonitas e versáteis casas de cultura de São Paulo. Antes sede da Subprefeitura da Vila Maria, o Casarão – como é conhecido na região – foi desativado em 2004 e passou dez anos abandonado. Um ação dos moradores do bairro, além de uma ocupação formada por artistas e coletivos culturais, reivindicou o espaço e pressionou o poder público para transformá-lo em centro cultural. Depois de extensa reforma, foi inaugurado no ano passado e desde então ganhou uma ampla programação, espalhada nas suas 16 salas multi-uso (uma delas, inclusive, com uma micro-rampa de skate!).
Casarão da Vila Guilherme. Praça Oscar da Silva, 110, Vila Guilherme
Terça à sexta, das 10h às 20h Sábados, das 10h às 18h
Especializa na sétima arte, a biblioteca que leva o nome do diretor e roteirista Roberto Santos sempre foi um ponto de encontro de cinéfilos da cidade, com a tradicional sessão do Cineclube Ipiranga, uma associação de fanáticos por cinema que resgata filmes perdidos, em sua maioria em 16mm. Recentemente, a confortável sala de cinema da biblioteca passou a ser gerida pelo SPCine, abrindo o leque de exibições para filmes mais populares e preços acessíveis. Todo o espaço remete ao cinema, com sinalização inspirada nos sets de filmagem, além de câmeras antigas, torres de luz e claquetes. O acervo é amplo e tem milhares de livros sobre cinema (inclusive recebeu parte dos exemplares da coleção de Hector Babenco), filmoteca e oito cabines com DVD e fone de ouvido.
Biblioteca de Cinema Roberto Santos. Rua Cisplatina, 505, Ipiranga
Segunda a sexta das 10h às 19h, sábado das 9h às 16h e domingo das 9h às 13h
Tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado em 1972, o conjunto de prédios que abriga o Centro Cultural do Jabaquara não é importante somente dos pontos de vista histórico e arquitetônico. Ele também abriga a Biblioteca Paulo Duarte, que desde 2012 se especializou na cultura afro-brasileira. O catálogo total da biblioteca tem mais de 50 mil itens entre livros, revistas e outras publicações, majoritariamente sobre a cultura negra, infantil e do próprio bairro do Jabaquara. Além disso, abriga o acervo da Memória e do Viver Afro-Brasileiro Caio Egydio de Souza Aranha, líder religioso da doutrina Axé Ilê Obá, que viveu no terreno nos anos 1950 e tem como objetivo passar os ensinamentos da cultura dos orixás.
Centro Cultural do Jabaquara. Rua Arsênio Tavolieri, 1, Jardim Oriental, Jabaquarta
Segunda a sexta das 10h às 19h, sábado das 9h às 16h
Essa é para o tanto de mães, pais, tios, avós que vivem procurando lugares diferentes pra levar as crianças. No reino encantado do Tatuapé, entre estantes que imitam castelos, existe um acervo de mais de 17 mil livros de literatura infantil e contos de fadas, além de centenas de DVDs de filmes para crianças. A biblioteca, que leva o nome do pai dos contos de fadas e criador de histórias como “O Patinho Feio” e “O Soldadinho de Chumbo”, tem uma programação intensa com contação de histórias, coral infantil, espetáculos com música ao vivo, dança e muito mais.
Biblioteca Hans Christian Andersen. Avenida Celso Garcia, 4142, Tatuapé
Segunda a sexta das 10h às 19h, sábado das 9h às 16h e domingo das 9h às 13h
*Foto da capa: Divulgação/Secretaria da Cultura
Tavapassando e cliquei. Danilo Cabral e Flavia Lacerda registram seu dia a dia e todos os lugares por onde estão passando, em um mini-guia de shows, restaurantes, ruas e pixos no Instagram.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.