Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Em 1989 foi lançado o o filme ‘De Volta para o Futuro II’, em que o herói Marty Mcfly viajava 25 anos para o futuro para tentar arrumar o destino da sua família e sua própria. O 2016 imaginado por Robert Zemeckis e Bob Gale até tinha bastante similaridades com o que acabamos de viver: jornais que se atualizam em tempo real, video-conferências pela TV, propagandas holográficas, famílias que jantam juntas mas não conversam porque está todo mundo ligado no seu próprio gadget, etc. Mas algumas invenções do filme infelizmente ainda estão longe de virar realidade, como os carros voadores. (Todo mundo sempre sonhou com o skate que flutua, mas eu queria mesmo aquele forno de pizza!)
Nas duas últimas décadas, o mundo mudou tanto, e a tecnologia evoluiu por caminhos que não podíamos nem pensar, que imaginar o futuro agora é uma tarefa bem complicada. Como você acha que viveremos em 2042? Difícil dar uma única resposta, simples e direta. A vida se tornou mais complexa e múltipla, então a questão requer uma sobreposição de ideias bem diversas para arriscar chegar em algum lugar.
Mas o fato é que é incontestável que decisões que tomamos hoje afetam diretamente o que vamos fazer em 20, 30, 100 anos. O futuro começa agora, não podemos esperar. Pensando nisso, o Festival Path 2017 traz uma série de palestras e debates que jogam uma luz sobre alguns desses assuntos que tanto vão impactar nossas vidas daqui para frente: educação, tecnologia, saúde, mercado.
Em 2015, 150 líderes mundiais se reuniram na sede da ONU para formar uma agenda de desenvolvimento sustentável, formada pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que devem ser implementados por todos os países do mundo durante os próximos 15 anos. O debate ‘Educação em 2030: o que isso tem a ver com você?‘ (Sábado, 06/05 – 14h45 – Fnac) reúne uma representante do PNUD, um empreendedor social que trabalha com tecnologia de ponta para uma educação de qualidade e uma educadora do Capão Redondo para conversar sobre como grandes planos estão fazendo a diferença na realidade de crianças brasileiras, e qual o impacto dessas ações para 2030.
A palestra ‘O futuro e as pessoas: como as revoluções tecnológicas estão impactando novos comportamentos?‘ (Sábado, 06/05 – 15h30 – Teatro) traz o pessoal da Box1824 para analisar todas as implicações coletivas e individuais do impacto de novos drivers tecnológicos na relação de indivíduos com seus círculos sociais, com as instituições e com sua própria construção identitária. Nesse novo contexto, o mercado de consumo também é impactado, gerando novos desafios para produtos, serviços e marcas na sociedade contemporânea e, sobretudo, na sociedade em que viveremos amanhã.
Já o jornalista Léo Branco fala na palestra ‘Sua vida em 20 anos: tendências de diversas áreas‘ (Domingo, 07/05 – 10h – Sala O Panda Criativo), tentando mostra o que podemos esperar dos avanços tecnológicos dos próximos 20 anos, que aparecem em avalanches cada dia maiores. Quem sabe ele não conta como conseguiremos finalmente nossa própria máquina de teletransporte.
E por último, o debate ‘Você está preparado para viver 100 anos?‘ (Domingo, 07/05 – 16h – Sala Espíritu Libre), quase auto-explicativo, trata de como teremos que adaptar nossas vidas para encarar uma jornada de mais de um século nessa nossa vidinha tão comum. Está preparado para tudo isso? Conversamos um pouco com a Denise Mazzaferro, sócia da ANGATUIDH e autora do livro ‘Longevidade – Os desafios e as oportunidades de se reinventar’, que participa dessa mesa redonda, para saber um pouco do que vai rolar:
CoP: Quando você acha que uma geração vai poder viver inteira até mais de 100 anos com vitalidade suficiente para ser independente e pleno?
Denise: O estilo de vida, hábitos saudáveis são determinantes em todas as fases de nossas vidas. Vários cientistas afirmam que já nasceu a pessoa que viverá 150 anos, mas como e com qual qualidade isto independe da ciência. Depende de como decidimos viver o nosso dia a dia. A maneira como estou envelhecendo é uma escolha diária e individual. Por isso é tão importante hoje cuidarmos de nossa saúde e adotarmos hábitos de vida saudáveis. Aos 20/30 anos pode não parecer tão relevante, porém implicará diretamente em nossa saúde no futuro. Não podemos nos esquecer que a ciência alonga nossas vidas, independente da qualidade, autonomia e até mesmo de nosso desejo, este prolongamento acena para importância de nos cuidarmos para que não seja o alongamento de um corpo “doente”.
CoP: Hoje o ciclo ‘comum’ da vida está cada vez mais distorcido. Gente que larga tudo para começar de novo depois da maturidade, gente que deixa para ter filhos bem mais velho, e que às vezes acaba nem tendo, gente que volta a estudar depois de se aposentar, e por aí vai. Você acha que esse roteiro básico de vida que sempre existiu vai deixar de existir?
Denise: Já deixou de existir. A Longevidade, apelidada pelos americanos de “Agequake” se apresenta para o mundo como um dos grandes desafios deste século. Ela vem obrigando os indivíduos, o Estado, as organizações a repensarem todas as suas estruturas, assim como a Revolução tecnológica fez no século passado. Como pensar hoje em viver 90 anos com a carreira que escolhemos aos 18 anos? Todas as instituições tradicionais como casamento ou família já vêm se transformando em função da Longevidade. Os núcleos familiares já são completamente diferentes do que os que existiam na década de 90, por exemplo. Darwin já dizia na Teoria da Evolução que sobreviveriam os mais adaptados, estamos na fase transitória, criando adaptações às estruturas atuais para o “novo” Longeviver.
CoP: Hoje temos a maior expectativa de vida que o ser humano já usufruiu, e ela continua crescendo. Em contrapartida, a visão de futuro do planeta é bem pessimista, com o possível esgotamento dos recursos naturais, aquecimento global e a ruína dos sistemas políticos e sociais que sempre nos guiaram. Como será a vida nesse paradoxo? Existe uma saída, que não pareça roteiro de ficção científica?
Denise: Esta sua pergunta me fez lembrar da série “Black Mirror”. É muito perturbadora. Até que ponto a vida inspira a ficção científica? Na minha opinião muito. As questões ambientais são uma boa comparação para a primeira pergunta. Infelizmente, as gerações anteriores, sem pensar no futuro utilizaram muito mal os nossos recursos. Como ninguém nunca pensou em quanto tempo viveríamos, a decisão sempre foi em “viver o mais intensamente” possível. O mesmo algumas pessoas fazem com o seu próprio corpo e este “preço” vai ser pago no futuro.Somos a geração que já começa a pagar o preço da falta de sustentabilidade em todas as áreas. Hoje já se sabe que viveremos muito e que teremos que pensar de forma completamente “fora da caixa” em relação a todas as estruturas atuais. O mesmo se aplica para os recursos naturais. Não sou pessimista, acho que temos saídas boas para tudo, mas o principal é criamos esta visão de longo prazo. O meu futuro depende do meu hoje, nossas estruturas sócio-políticas dependem de nossas decisões enquanto sociedade agora. Minhas oportunidades de me reinventar dependem da quantidade de opções que crio para mim hoje. Enfim, parafraseando: não da mais para viver hoje sem que não houvesse o amanhã.
Festival Path 2017
Dias 6 e 7 de maio, sábado e domingo
Ingresso: R$ 199* (dá acesso a toda a programação, em ambos os dias)
*Este preço já contempla o desconto de 50% sobre o valor total do ingresso, aplicável aos casos de meia entrada e para quem levar 1 kg de alimentos não perecíveis ou 1 agasalho.
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Credenciamento: 05 de maio, sexta-feira, das 12h às 20h; 06 e 07 de maio, sábado e domingo, das 8h às
19h.
Palestras: sábado (06/05) e domingo (07/05), das 9h às 18h45.
Shows no Centro Cultural Rio Verde: sábado (06/05), a partir das 21h.
Shows na Praça dos Omaguás: sábado (06/05) e domingo (07/05), das 12h às 14h e das 17h30 às 19h30.
Filmes: sábado (06/05) e domingo (07/05), das 20h à 0h.
Feira Gastronômica: sábado (06/05) e domingo (07/05), das 12h às 20h.
Feiras de Startup, Maker e Games: sábado (06/05) e domingo (07/05), das 9h às 18h45
Foto destaque: Vans Bumbeers
Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.