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Considerado um dos 10 jardins mais bonitos de Lisboa, o Parque da Fundação Calouste Gulbenkian, ali bem pertinho da Praça de Espanha, é o recanto mais fascinante no centro da cidade. Isto porque, além de abrigar um museu com uma coleção sem igual, é uma referência no paisagismo moderno português.
Sim, só a coleção de arte formada ao longo da vida do imigrante armênio Calouste Sarkis Gulbenkian é algo que já seria excepcional. Considere comigo, não é em todo lugar que se pode encontrar mais de 6 mil peças dividas em dois circuitos independentes. O primeiro dedicado à arte oriental e clássica com peças egípcias, greco-romanas, islâmicas, chinesas e japonesas. O segundo é dedicado à arte europeia com obras de pintores como Rubens, Rembrandt, Fragonard, Corot, Manet, Monet, Degas, entre outros artistas que viveram entre os séculos XVI e XX. Coincidência ou não, diversos destes pintores retrataram as mais lindas paisagens ao ar livre (em jardins europeus, olha só!).
Se já não bastasse a coleção avassaladora, a Fundação tem um edifício-sede capaz de colocar em êxtase qualquer arquiteto ou amante da arquitetura. A sede, inaugurada em 1969, com projeto arquitetônico de Alberto Pessoa, Pedro Cid e Ruy Athougia, abriga seis pisos, sendo que dois são subterrâneos. No complexo da Fundação estão o Museu, o Centro de Arte Moderna (inaugurado em 1983), salas destinadas a espetáculos da orquestra e coro, exposições, conferências, congressos, bibliotecas, oficinas e reservas técnicas.
Aqui, um segredinho meu e seu: as reservas técnicas são os lugares mais exclusivos de um museu; é nelas que são guardadas as obras quando não são expostas. Raramente, elas são abertas ao público. Então, se tiver a chance de visitar uma reserva técnica, não perca a oportunidade!
Mas, voltando ao edifício-sede: ele é a obra mais emblemática da arquitetura moderna portuguesa e articula-se claramente com os jardins, construídos na década de 1960 e revitalizados em 2012. As soluções paisagísticas dos jardins foram inovadoras e abusaram do modernismo mais arrojado para o período. Todos os recursos empregados no paisagismo queriam ressaltar a interação entre o edifício e seus arredores. O lago atravessa os subterrâneos do edifício, ecossistemas foram constituídos às suas margens e árvores foram plantadas nas lajes da sede da Fundação.
Nos jardins, micros-paisagens revelam a todo o momento uma geometria sútil que nos oferece ambientes ao invés de eixos, caminhos e canteiros. Eucaliptos, pimenteiras que crescem junto ao lago, um anfiteatro poligonal e esculturas ao ar livre somam-se à fauna silvestre que completa o cenário bucólico.
O projeto de revitalização do parque manteve os lugares mais interessantes que o natural crescimento da vegetação foi criando durante as décadas. Porém, na nova configuração, a extravagância está no surgimento de três percursos: o da luz e da sombra, o do lago e o da orla. Na verdade, são ao menos três possibilidades de descobrir as paisagens mais inspiradoras dos jardins. E quer saber mais sobre esses percursos? A Fundação Calouste Gulbenkian oferece aulas e oficinas de desenho nos seus jardins.
Mas, não se prenda aos programas da Fundação e aos percursos preestabelecidos. Alguns dos pintores impressionistas que integram a coleção iriam adorar esses jardins. A paisagem é convidativa demais! Desenhistas, fotógrafos, pintores e amantes se entregam diariamente até o pôr-do-sol às delícias do jardim modernista português. Amantes? Sim, reza a lenda que muitos deram seus primeiros beijos sentados na relva destes jardins.
Fundação Calouste Gulbenkian
Av. de Berna, 45A / 1067-001 Lisboa
Tel: +351 217 823 000
e-mail: [email protected]
Jardim: todos os dias, aberto até ao pôr-do-sol.
Rata de galerias e museus, não perde a oportunidade de ir procurar aquela tela, escultura ou monumento famosos que todos só conhecem pelos livros.
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