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O melhor jeito de conhecer Berlim: de bike

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

08 de September, 2017

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Berlim é uma das cidades mais amigáveis do mundo quando se trata de ciclista. Eu que arrepio de medo só de pensar em subir numa bicicleta, em Berlim eu me senti livre, leve e solta em cima de uma magrela. Não há jeito melhor para explorar e conhecer uma cidade do que em cima de uma. Berlim conta com cerca de 620 quilômetros de ciclovias espalhadas por todos os cantos da cidade. Ou seja, dá para ir praticamente de qualquer ponto a outro numa ciclovia. São poucos os lugares pelos quais passei que a ciclovia não chegou. Em 2016 morreram 17 pessoas em acidentes de bicicleta numa cidade em que estimam ter 710 bicicletas para cada mil habitantes. É um índice bem menor do que na maioria das cidades.

Quando planejei passar um mês em Berlim, consultei um amigo sobre o melhor jeito de ter uma bicicleta à mão. A dica foi comprar uma usada e depois revender quando eu fosse embora. O preço sugerido era algo em torno de cem euros. Como não sou adepta à bicicletas como meio de transporte, cheguei na cidade e comprei mesmo foi um bilhete único para usar trem/tram/ônibus/metrô por um mês de forma ilimitada. Paguei cerca de 60 euros optando usá-lo fora do horário de pico, ou seja, das 6 às 10h da manhã.

Logo depois, uma amiga me falou sobre a Next Bike, que eu já tinha usado na Polônia, mas na época não tinha nada muito diferente dos serviços que temos no Brasil e no mundo. Mas em sua nova versão, a Next Bike tem uma grande vantagem: não é necessário deixar a bicicleta em uma estação. É possível deixá-la em qualquer lugar da cidade (verifique o mapa de cobertura, pois há cobrança de uma multa de 20 euros caso a bicicleta seja deixada fora da área central).

A Sarah Galvão e eu pedalando no Tempelhofer. Foto: Felipe Pacheco

A Next Bike foi uma ótima pedida. O custo é um euro na primeira meia hora se deixar a bicicleta fora de uma estação. Caso o contrário, o valor cai para 0,50 de euros. Após esse período, é cobrado 1,50 euro a cada meia hora, limitando a 15 euros para ficar com a bicicleta por 24 horas. Essa é outra parte legal: se eu vou para algum lugar distante (ou não) e queira continuar com a mesma bicicleta, é possível travá-la para usá-la quantas vezes quiser. Num cálculo rápido: uma passagem de transporte público custa 2,80 euros, enquanto em meia-hora é possível fazer vários trechos da cidade de bike.  Ou seja, optando pelo transporte público, o custo será 1,80 euros a mais (ou 0,30 de euro caso a viagem de bicicleta seja de uma hora). Quem quer, por exemplo, ir para Potsdam de bicicleta, rola travar com a bike e ir e voltar com a mesma (caso largue lá, vai pagar multa).

Uma das várias estações da Next Bike em Berlim

Outra vantagem é poder alugar até quatro bicicletas ao mesmo tempo utilizando apenas uma conta. Eu usei isso algumas vezes por estar com algum amigo que não tinha app da Next Bike. Também é possível contratar o serviço por períodos mais longos, que pode valer bem a pena. A diária custa 3 euros, a semana, 15 euros e o mês, 50 euros. A desvantagem é que as corridas não podem ultrapassar meia-hora, mas aí é só largar a bicicleta e pegar outra. Caso ultrapasse o tempo máximo com a mesma bicicleta, é cobrado um euro a cada meia-hora.

ciclovias intermináveis em Berlim. Foto: Andrew Gook no Unsplash

Na maioria das vezes que eu usei, eu encontrei bicicleta disponível perto de mim. Acabei pedalando muito mais do que usando transporte público. Atravessei a cidade várias vezes (váaaaaaaarias), inclusive grandes distâncias (exemplo: indo de Mitte, onde fiquei, à Neulkönn) numa boa, especialmente quando perdia o último metrô para voltar para casa. Isso gerou uma ótima economia de grana com táxi.

Atravessei todo o Tiergarten, finalmente, de bike. Foto: Alex Galperin no Unsplash

Pude explorar melhor os bairros e lugares, como os parques Tempelhofer, Treptower e Tiergarten, percorrendo quase todos os entornos deles. Vi e vivi muito mais Berlim do que em qualquer outra época que fui para lá, pois foi a primeira vez que deixei o medo de pedalar em casa. No início precisei ter alguém me acompanhando, mas depois eu já fazia tudo sozinha acompanhada do Google Maps para a locomoção, já que não conheço a cidade tão bem. Uma boa vantagem que Berlim tem (entre tantas) é poder levar a bicicleta no metrô ou trem.

Há outras opções de serviços, como a Lidl, que é local, porém os valores cobrados a cada meia-hora são um pouco maiores. Somente a diária tem o mesmo valor que a Next Bike. A multa também é inferior no caso de deixá-la fora da área de cobertura: 10 euros, o que pode valer a pena caso prefira ir de bicicleta para algum lugar fora da área central, mas não quer voltar pedalando.

Apps e serviços

Next Bike: iOS e Google Play
Lidl: iOS e Google Play
Berlin and Bike: checar os pontos de aluguel aqui.
Donkey Republic: iOSGoogle Play

*Foto destaque: pedalando em Berlim por Flo Karr no Unsplash

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

08 de September, 2017

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Lalai Persson

Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.

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