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Fitó Cozinha: um encontro aconchegante com a comida piauiense

Quem escreveu

Jo Machado

Data

20 de June, 2017

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Apresentado por

Não é difícil virar uma esquina de São Paulo e se deparar com um restaurante de comida nordestina. Alguns com uma pegada mais enraizada, outros mais contemporâneos. E não é por acaso. Afinal, somos um pólo migratório desse povo cheio de história, cultura e sabores. Cheio de vida.
Mas não bastam apenas os bons sabores. A atmosfera e a inspiração na hora de servir também estão implicados em uma experiência completa. E é exatamente nesse ponto que o Fitó ganha muitos pontos. Eles conseguem unir grandes inspirações da comida piauiense para transportar até quem não nasceu ou viveu por lá, até um simples mas tradicional almoço da família nordestina.

Cafira, a mulher-simpatia por trás das delícias do Fitó
Cafira, a mulher-simpatia por trás das delícias do Fitó – Foto: Jo Machado

Cafira, chef e sócia da casa, é uma cearense de Fortaleza que foi criada em Teresina, e que transborda simpatia. Ela estabelece um canal afetivo entre os sabores dos seus pratos preferidos da culinária do Piauí (estado que ela ama de paixão) e as suas próprias histórias. Buscando ainda referências em lugares do mundo por onde passou ou gostaria de ir, ela transforma sua comida em algo totalmente diferente e único, mas sem perder a simplicidade.
O restaurante tá quase sempre cheio, mas nunca é demorado
O salão do Fitó cheio – Foto: Jo Machado

Se possível, sente ao balcão. É mais legal!
Se possível, sente ao balcão. É mais legal! – Foto: Jo Machado

Localizado na região do Largo da Batata, o restaurante tem um salão espaçoso, caiado de branco, com grandes janelas azuis que criam uma atmosfera de frescor e amplitude. Para quem escolhe sentar ao balcão, além da interação com o bar, ainda é possível levar seu cãozinho para curtir aquele momento com você. Com um menu simples e despretensioso, o Fitó – que leva esse nome por conta do carinhoso apelido dado pela mãe de Cafira quando pequena – ainda está em soft opening, abrindo inicialmente para o almoço. Seus pratos são muito bem servidos e com precinho de dar inveja a muito prato feito por aí.
Na minha primeira visita, uma cajuína sour e um delicioso pedaço de mandioca cozida com manteiga para abrir os trabalhos - Foto: Jo Machado
Na minha primeira visita, uma cajuína sour e um delicioso pedaço de mandioca cozida com manteiga para abrir os trabalhos – Foto: Jo Machado

Antes mesmo de começar a explorar esse menu delicioso, um belo pedaço de mandioca na manteiga, ou alguns palitos ou dadinhos de tapioca com geléia de pimenta já estarão à sua frente. Seguindo o menu, os petiscos são de lamber os beiços: nem tente resistir ao bolinho de costela e ao pastel de carne de sol com banana. Senhor!
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Pastel de carne de sol com banana – Foto: Jo Machado

Como prato principal, há opções fixas e também os pratos do dia, que vão de segunda a sábado. Dentre os pratos do menu fixo, a paçoca de carne de sol acompanhada de baião de dois e tartar de banana com queijo coalho é um dos mais pedidos da casa até agora. A carne de sol leva vários dias pra ser preparada e é uma receita autoral da chef. Particularmente, um escândalo no quesito paçoca! Experimente.
Uma das melhores paçocas de carne de sol que você vai comer na vida! - Foto: Jo Machado
Uma das melhores paçocas de carne de sol que você vai comer na vida! – Foto: Jo Machado

Entre os pratos do dia, a quarta-feira e o sábado são os mais incríveis na minha humilde opinião. Na quarta, um costelinha de porco com geléia de cajá. No sábado, um cordeiro no leite de coco. A costelinha é incrível e vem acompanhada de legumes como maxixe, quiabo, abóbora e batata-doce refogados. Já o cordeiro, que é pra lááááá de delicioso, vem acompanhado de cuscuz de milho com manteiga de garrafa e uma seleção de vegetais assados.
O amigo tem que provar o cordeiro ao leite de coco! - Foto: Jo Machado
O amigo tem que provar o cordeiro ao leite de coco! – Foto: Jo Machado

Se você pensa que eles esqueceram dos vegetarianos, na na ni na não! Tem um dos melhores baião de dois vegetariano que você vai comer nessa vida.
Mas aí você se pergunta: o que beber para acompanhar essas delícias? Olha, isso definitivamente não é um dilema no Fitó. Nas mãos habilidosas da amável e talentosa Fran, a bartender da casa, pode-se fazer uma jornada entre os sabores frutados do nordeste, com ou sem álcool. As opções são várias, mas recomendo duas criações incríveis da casa: o cabeça de cuia e o cajuína sour. Ambos alcóolicos! Se você não curte, ou por algum motivo não pode tomar algo alcóolico, opte por algum dos refrescos da casa. Tem gengibirra caseira e uma soda de cupuaçu que são deliciosas!
Sente-se ao balção e bata um papo com a Fran enquanto ela prepara o seu drinque. Um amor ela! - Foto: Jo Machado
Sente-se ao balção e bata um papo com a Fran enquanto ela prepara o seu drinque. Um amor ela! Ah, esses bolinhos são os de costela! – Foto: Jo Machado

Meu mais novo melhor amigo: Cabeça de Cuia. - Foto: Jo Machado
Meu mais novo melhor amigo: Cabeça de Cuia. – Foto: Jo Machado

Para adoçar, um surpreendente flan de coco ou o tradicional doce de limão piauiense. Esse último pode ser estranho à primeira garfada, mas seu sabor marcante e característico é tradição naquele estado. E tem ainda um sorbet feito na casa, cujos sabores podem variar entre bacuri, manga, chocolate ou tapioca. Reze para que na sua visita o sabor seja bacuri!
A saideira: sorbet de bacuri com calda de melaço, componta de limão piauiense e um cabeça de cuia, óbvio. - Foto: Jo Machado
A saideira: sorbet de Bacuri com calda de melaço, compota de limão piauiense e um cabeça de cuia, óbvio. – Foto: Jo Machado

Sou suspeito, mas acredito muito nesse tipo de cozinha, onde os laços com a comida e as suas raízes são mais importantes que a pretensão e a já ultrapassada gourmetização. Sentir-se feliz e querido por quem prepara sua refeição também faz parte de comer bem. E com certeza a Cafira, o Thomaz e toda equipe do Fitó vão te fazer comer muito bem. Acredite!
Fitó
Rua Cardeal Arcoverde, 2773 – Pinheiros

De segunda a sexta, das 12h às 15h. Sábado, das 12h às 17h.
R$27 – R$45

Quem escreveu

Jo Machado

Data

20 de June, 2017

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Apresentado por

Jo Machado

O Jo é do tipo que separa pelo menos 30% do tempo das viagens para fazer o turista japonês, com câmera no pescoço e monumentos lotados. Fascinado pelas diferenças culturais, fotografa tudo que vê pela frente, e leva quem estiver junto nas suas experiências. Suas maiores memórias dos lugares são através da culinária, em especial a comidinha despretensiosa de rua. Seu lema de viagem? Leve bons sapatos, para agüentar longas caminhadas e faça uma boa mixtape para ouvir enquanto desbrava novos lugares. Nada é melhor do que associar lindas memórias à boas canções.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.