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Dono de produção incrível, David Hockney é uma lenda viva no mundo das artes. Ele nasceu em Bradford, Yorkshire, Inglaterra, estudou na Royal College of Art e, nos anos de 1960, passou a viver na Califórnia. Com linguagem ácida, tons lisos e cores vibrantes, herdados da pop arte britânica, o artista retratou as cenas glamurosas, as pessoas e o clima ensolarado de Los Angeles. Nesses trabalhos, Hockney abusou de imagens que estão naquela tênue fronteira entre pintura e fotografia.
De alma curiosa, o artista não parou por aí. Na década de 1970, ele inovou usando a câmera Polaroid, explorando as possibilidades instantâneas deste recurso para fazer diversas colagens: ele juntava inúmeras imagens fotográficas para compor retratos, cenas e paisagens – tudo isso dava uma pegada cubista impressionante aos trabalhos. Em 2008, ele ainda começou a produção de obras usando aplicativos em celulares e tablets. Ansioso por experimentar todas as tecnologias disponíveis, ele é um inquieto!
Toda essa frenética produção está na mostra organizada pela Tate Britain, em colaboração com o Centro Pompidou de Paris, e o Metropolitan Museum of Art de Nova York. Segundo seus curadores, “a maior retrospectiva” de David Hockney. E, vou dizer: acho que, talvez, a Tate Britain tenha razão! São mais de 250 obras do artista, desde trabalhos de sua época de estudante, nos anos de 1960, até os dias atuais. São pinturas, desenhos, impressões, fotografias e vídeos que Hockney tem produzido ao longo de seis décadas. Além disso, a exposição reúne obras de colecionadores particulares e outras que não eram exibidas há décadas.
Nas paredes coloridas da mostra, há muitos destaques, entre eles a famosa pintura A Bigger Splash, de 1967, e sua série de piscinas – um tema que Hockney voltou a explorar diversas vezes em sua trajetória. Das décadas de 1970 e 1980, os retratos de seus amigos Mr and Mrs Clark and Percy (seu gato) e de sua casa na Califórnia. Nas décadas seguintes, o artista mexe com a perspectiva, capturando paisagens que parecem torcidas ou onduladas em planos de neon.
Grandes painéis realizados nos anos de 1990 e instalações de vídeos que espelham as pinturas-painéis também estão presentes. Bigger Trees Near Warter, de 2007, a maior pintura de Hockney composta por cinquenta painéis de óleo sobre tela, acrescenta monumentalidade à mostra.
Alguns dos retratos mais recentes de Hockney foram criados em iPad. Ele sempre se envolve com a experimentação, então o iPhone, nos últimos anos, tem sido sua ferramenta de criação de vídeos. Em diversas entrevistas Hockney diz: “hoje, todo o mundo é um fotógrafo e todos nós podemos manipular imagens”. Seguindo essa ideia, ele trabalha todos os dias em seu estúdio, lê um pouco, assiste TV e vai para a cama às 21h. Afinal, ele já tem 79 anos, né?
Para ver 60 anos de arte deste adorável manipulador de imagens, siga para a Tate Britain. Você tem até o dia 29 de maio para conhecer o universo criativo de David Hockney, o artista britânico mais influente deste século.
Tate Britain
Millbank, London – SW1P 4RG
De Segunda a Domingo das 10h00 às 18h00
Fotografia de destaque: David Hockney, A Bigger Splash 1967. Ian Burt. Flickr.
Rata de galerias e museus, não perde a oportunidade de ir procurar aquela tela, escultura ou monumento famosos que todos só conhecem pelos livros.
Ver todos os postsOlá Alecsandra!
Gosto da sua escrita informal e leve, sua leitura é agradável e versátil. Ora vai fundo, ora fica na superfície mesmo, sempre com um nuance divertido.
Cléia Helena de Carvalho Goulart
Olá Cléia,
Obrigada pelo seu comentário. Fico muito feliz que possa tornar a experiência da arte algo leve, agradável e apaixonante.
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.