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Sabe quando bate aquela vontade louca de dar um mergulho no mar, mas daí logo vem o drama de pensar distância do Litoral Norte, as praias lotadas, e as distâncias enormes? Pois é, não desista. Saindo de São Paulo, em pouco menos duas horas, é possível realizar o sonho de ter uma faixa de areia branca para chamar de sua, e ainda se sentir voltando no tempo para quando tudo era mais simples, na Prainha Branca.
A Praia Branca, chamada carinhosamente no diminutivo por quem frequenta, fica na pontinha da ilha do Guarujá, já pertinho de Bertioga. Ali perto, as praias vizinhas são preservadas por condomínios luxuosos que limitam a chegada dos visitantes. Mas nela, o acesso é livre, por uma trilha curta e relativamente fácil, mas que resguarda o clima rústico e democrático das vilas caiçaras mais isoladas.
O povoado da Prainha Branca mantem sua calma pela total falta de acesso a carros por ali. Seus moradores, todos muito simples e hospitaleiros, vivem em uma comunidade realmente unida e participativa, onde todos são responsáveis pela manutenção das casas e estabelecimentos. Quando não estão no mar pescando, ou trabalhando para atender os visitantes em seus restaurantes e campings, eles se unem em mutirões para construir coisas como a igreja, o posto médico e o centro esportivo. Já deu para ver que, mesmo estando em um dos maiores balneários do estado, a pegada aqui é bem diferente, né?
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O caminho do Guarujá todo mundo conhece. Saia da cidade pela Rodovia do Imigrantes, e chegando na baixada, pegue a saída para a Rodovia Cônego Domênico Rangoni (ou Piassagüera, como é conhecida). Pode seguir direto até o Guarujá.
Chegando na cidade, vá para leste, em direção às praias de Pernambuco e Perequê, e continue na estrada em direção a Bertioga. A estrada acaba na balsa. Ali, escolha um dos estacionamentos e guarde seu carro, porque o resto do caminho é só com suas pernas. Ao lado da estrada, um pequeno portal indica o início da trilha que leva à Prainha Branca. Em 20 ou 30 minutos você estará lá.
Outra opção, para quem quiser evitar o agito do Guarujá, é pegar a saída 248B da Piassagüera para a Rodovia Rio-Santos, e seguir por ela até entrar em Bertioga para chegar do outro lado da Balsa. Só é bom se informar antes para saber como está a fila dela.
Aqui não tem luxo nem requinte. No vilarejo, existem algumas poucas pousadas simples e tem ótimas opções para acampar mesmo. Muitos moradores tem grandes quintais grandes e cheios de árvores onde você pode montar a sua barraca. Você só paga uma pequena taxa para usar a estrutura de banheiro e cozinha. São muitos campings ao longo da estradinha de terra que percorre a vila. Uns ficam mais cheios e você pode acabar criando uma roda de amigos e montar um belo luau. Outros são bem mais tranqüilos, e nesses você provavelmente vai dormir só com o barulho das ondas do mar. É só escolher o que te agrada mais e pronto. Quem preferir um canto pra chamar de seu, o Airbnb tem algumas opções na região.
A recomendação maior é como se preparar para passar o fim de semana lá. Filtro solar e repelente são obrigatórios. É bom também ter um saco plástico para recolher todo seu lixo, a natureza agradece. A trilha deve ser, de preferência, feita durante o dia. Além de ser mais seguro por conta da luminosidade, você ainda não corre o risco de topar com alguma cobra ou outro animal na mata fechada.
Não é porque o lugar é rústico que se come mal. Aliás, prepare-se para comer peixes e frutos do mar fresquíssimos e preparados com muito amor. Muitos locais servem PFs generosos em suas próprias casas, e você ainda aproveita para jogar conversa fora e conhecer mais do dia a dia da comunidade. Por todos os lados, você encontra também os sacolés feitos em casa que ajudam a refrescar no calor. O de açaí é ótimo! Fora isso, alguns restaurantes mais tradicionais oferecem opções mais elaboradas, e podem virar um programa para a noite.
O Nativo’s é um dos restaurantes mais agitados da praia. Não tinha como ser diferente, pois fica bem no meio da praia, de frente para o mar, com um terraço pequeno e muitas mesas na areia. O povo fica ali pegando um sol, petiscando porções bem generosas de lula à doré e camarões fritos, e assistindo quem se aventura no slackline que eles tem montado ali.
Restaurante Nativo’s
Telefone: (13) 3305-6140
Horário: Sábado e domingo, das 8h30 às 23h
O Recanto da Ilha fica na ponta da esquerda, perto das pedras, e tem um terraço cheio de mesas para comer enquanto se aproveita a praia. Os pratos feitos e sanduíches vem acompanhados de bons sucos e água de coco bem gelada. Eles ainda tem um mini empório para você se abastecer se for fazer alguma trilha.
Recanto da Ilha
Telefone: (13) 9761-5088
O Boteco do Pássaro é outro restaurante concorrido, principalmente pelos seus pratos preparados com peixe pescado no dia. Eles também tem uma boa estrutura de camping, e ficam bem em frente à praia.
Boteco do Pássaro
Telefone: (13) 3305-6118 / 99622-3851
Se você chegou à Prainha Branca, então só a vista já basta para perder algumas horas. Escolha um canto tranquilo de areia branca para tomar sol, dê um mergulho no mar azul, e relaxe como qualquer brasileiro sabe bem fazer. O canto esquerdo da praia é o mais tranquilo em terra, mas o mais agitado na água. Por ser mais aberto, o mar ali tem muitas ondas e atrai os surfistas de plantão. O canto da direita é mais protegido por ficar atrás de uma ilhota, que pode ser acessada a pé durante a maré baixa. Só tome cuidado para não esperar a maré subir para voltar.
Quem quiser um pouco mais de tranquilidade, pode seguir por uma trilha fácil de uns 15 minutos, a partir do canto direito da praia, até chegar à Praia Preta. Apesar do nome, a areia não é tão mais escura assim. A faixa de areia é curta, mas está sempre bem vazia e o mar é calmo.
Se ainda assim, você quiser se isolar mais e ficar em contato exclusivo com a natureza exuberante, uma trilha de cerca de 800 metros, que leva uns 45 minutos, segue pela mata até a Praia de Camburizinho. Essa sim é praticamente deserta. Aqui não tem infraestrutura quase nenhuma, só um camping bem simples para os mais aventureiros passarem a noite.
Falando em aventura, quem for dos esporte mais radicais pode seguir a trilha por dentro da mata da Serra do Guaraú até a Pedra do Grito. Lá de cima, além de uma vista de tirar o fôlego, ainda dá para fazer rapel em um paredão de 90º cercado de vegetação, com visão do mar.
Os mais medrosos, ou menos preparados para essa vertigem toda, podem só fechar um passeio de barco com algum dos barqueiros que ficam parados no canto da praia. Todos eles levam os visitantes para conhecer as ilhas ao redor e para dar um mergulho em alto mar. A volta demora cerca de 3 horas, e custa R$25 por pessoa (grupos de até 6).
Por último, e não menos interessante, não deixe de participar das atividades da comunidade. As 90 famílias que vivem na Prainha não trocam aquele lugar por nada, e por isso mesmo cuidam muito bem de tudo. Ao longo do ano, vários eventos são organizados, e toda a renda arrecadada neles é revertido para melhorias implementadas pela Sociedade Amigos da Prainha Branca. No calendário, tem as festas tradicionais como a junina, a da Santa Padroeira, e a da Tainha Caiçara, como outras mais improvisadas, como churrascadas e feijoadas comunitárias. Muitos eventos são anunciados em um mural em frente à padaria, mas se você falar com qualquer um dos locais, descobre tudo rapidinho.
Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.
Ver todos os postsSabe dizer quanto cobram pelo estacionamento do veículo?
Olá Gerson,
Não tenho essa informação exata, mas lembro de custar o preço normal de um estacionamento em SP. Algo entre 20 e 30 reais o dia inteiro.
Abs!
Quais os valores para comida?
Olá!
A comida por lá tem o preço parecido com de botecos de São Paulo. O custo de levar a matéria prima até lá pela trilha, ou por barco, deixa tudo um pouco mais caro.
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.