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Bate-Volta: As belezas naturais do Parque Nacional do Itatiaia

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

26 de July, 2017

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Apresentado por

O Parque Nacional do Itatiaia, inaugurado em 1937, foi o nosso primeiro parque nacional. É famoso por suas belíssimas cadeias de montanhas imponentes a perder de vista, penhascos e cachoeiras de águas cristalina. Ele abrange as cidades de Itatiaia e Resende, no Rio de Janeiro, e Itamonte, Alagoa e Bocaina, em Minas Gerais, ocupando uma área de 30 mil hectares na Serra da Mantiqueira. É por lá que se encontra o famoso e belo Pico das Agulhas Negras, com 2.791m de altitude, tornando-o o ponto mais alto do estado do Rio, o terceiro mais alto de Minas Gerais e o quinto mais alto do país. Itatiaia significa “pedra cheia de pontas”, que é a visão que se tem do alto do Agulhas Negras.

Itatiaia_Entrada do Parque_Foto Ola Persson

O destino é perfeito para amantes da natureza e de esportes a céu aberto, especialmente caminhadas e escaladas. É um dos locais favoritos por quem pratica montanhismo. De iniciantes a profissionais, o Parque do Itatiaia reserva aventura para todo mundo. O parque é dividido em duas partes, a alta e a baixa. Na baixa existem cascatas e mata com paineiras, jequitibás, cedros, orquídeas e begônias que se alastram pelo seu terreno. Além da flora, a fauna também é rica, com centenas de tipos de aves e animais como paca, bicho preguiça, porco-do-mato, macaco e até mesmo onça e lobo-guará.

Quem prefere trilhas fáceis, a parte baixa oferece boas caminhadas que desembocarão em curto tempo em quedas d’água e mirantes. Enquanto isso, a parte alta é toda de formações rochosas e pinheiros que tomam conta de seu planalto. O esporte mais comum por ali é a escalada, geralmente feita com contratação de guia, a não ser que você seja um profissional e prove isso no Centro de Visitantes. E se sair dali sem guia, assinará um documento de responsabilidade em caso de acidente.

Caso seu preparo físico não esteja em dia, a recomendação é curtir a parte baixa do parque, e deixar a alta para uma próxima vez (duvidamos você não ficar com vontade de explorar a parte alta depois de chegar tão perto dela).

Como chegar

Para chegar na sede do Parque, a parte baixa, o melhor caminho saindo de São Paulo é via Rodovia Presidente Dutra (BR 116) até a cidade de Itatiaia, no quilômetro 318. Após o pedágio, você deve fazer o retorno para entrar em Itatiaia, onde verá sinalização para a estrada que levará até a entrada do parque. São 5 quilômetros a partir dali. A viagem saindo de São Paulo dura cerca de 3 horas e é bem sinalizada até chegar lá.

Já quem for para a segunda portaria no Planalto, a parte alta, deve dirigir cerca de 12 quilômetros até Engenheiro de Passos, depois de passar Itatiaia. Ao chegar lá, pegue a BR 354, na estrada Rio-Caxambú (Circuito das Águas) e dirija por 26 quilômetros até a Garganta do Registro, já a 1.669m de altitude. A partir dali começa a subida de 14 quilômetros até o Posto Marcão, e mais 3 quilômetros até o Abrigo Rebouças. Ali se encontra o estacionamento do parque e o início das trilhas.

Há cobrança de ingresso:
– Estrangeiros: R$ 30
– Brasileiros adultos: R$ 15

Só é possível pagamento em dinheiro. O site oficial também oferece uma lista de guias para acompanhar nas caminhadas e escaladas (clicar em “orientações”).

Quando ir

O parque fica aberto o ano todo, mas a melhor época para visitar a parte baixa é entre outubro e fevereiro. Já no planalto, a melhor época é durante o inverno. Vale sempre ficar atento à previsão do tempo, pois não se recomenda passeios em épocas de chuvas, em especial na parte alta. Estivemos por lá no início de abril (parte alta) e, apesar do dia ensolarado, o céu estava encoberto, não permitindo uma vista completa. Foi levemente frustrante, mas ao mesmo tempo proporcionou a curiosa situação em que a nuvem atravessa você. Já em junho, melhor época para ir, estava menos quente, mas o céu mais aberto.

Refúgio
Vendo o Pico das Agulhas Negras a partir do Refúgio Rebouças. E vestido com roupas apropriadas e kit para a escalada. Foto: Lalai Persson

No inverno, você precisa ficar ligado na temperatura, já que a altitude permite que ela chegue abaixo de zero. Ou seja, caso a sua viagem seja para explorar a parte alta, vale ter mais atenção a esses detalhes. Escolha bem as roupas: a melhor opção são roupas esportivas, tênis de corrida e um agasalho, mesmo que o dia prometa a temperatura nas alturas. Esqueça jeans, sapato, vestido. Não são adequados para esse fim de semana.

Horário de Funcionamento

O horário de funcionamento é diferente para a parte baixa e parte alta do parque. A parte baixa abre às 8h e a permanência é até às 17h. Quem estiver nas cachoeiras do Complexo do Maromba, a permanência é até às 16h. Em caso de chuva, é possível que as cachoeiras tenham acesso interditado.

Já a parte alta permite a entrada entre 7h e 14h, com permanência até às 17h. É importante ir munido de comida, água e, claro, protetor solar. Até mesmo um chapéu ou boné são bem-vindos. Não há bar ou restaurante dentro da área do parque, então o máximo que você terá são as nascentes para abastecer seu cantil de água. Como as caminhadas são longas, recomenda-se prestar atenção com a hidratação pelo trajeto. Ah, um ponto importante, banheiro só tem na entrada do parque e no Abrigo Rebouças.

Onde ficar

O ideal é ficar no mínimo o fim de semana, podendo assim explorar tanto a parte alta quanto a baixa. Ou até mesmo para poder explorar lugares distintos da parte alta, como o Pico das Agulhas Negras e Prateleiras, por exemplo. É possível pernoitar no Camping Rebouças ou se hospedar no Abrigo Rebouças, dentro da parte alta. O lugar foi totalmente reformado e reabriu suas portas em maio. Para saber mais e fazer reservas, acesse o site oficial do parque, ou através dos telefones (24) 3352-1292, 3352-6894 e 3352-2288.

Quem preferir mesmo o conforto de um quarto, há várias opções nos arredores do parque, em Itamonte, mas também na cidade de Itatiaia (onde ficamos), Campo Alegre e Penedo, que são as cidades mais fáceis para se chegar ao parque.

Onde ir

Parte Alta

No topo do Pico das Agulhas Negras. Foto: Ola Persson
No topo do Pico das Agulhas Negras. Foto: Ola Persson

Opções não faltam, especialmente para quem está com boa disposição. Por isso na dúvida, contrate um guia. Nós fomos sem, mas temos um especialista em escaladas de pedra entre nós, o que dispensou a contratação. Recomenda-se chegar no horário de abertura do parque, já que as caminhadas são longas.

O Pico das Agulhas Negras é um dos lugares mais procurados pelos montanhistas, exige mais preparação física e guia. É uma escalada entre blocos, que pode ser considerada árdua. É mais do que uma caminhada e menos do que uma escalada esportiva, ou seja, uma “escalaminhada”. Para chegar nele, a trilha sai a partir do Posto do Marcão e caminha-se cerca de 45 minutos para percorrer 4 quilômetros até a base do pico. Leva-se em torno de 2 horas para subir até o topo, a 2.791m de altitude, onde você poderá contemplar a vista magnífica para os três estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Leva-se um dia para fazer o passeio.

A Pedra Cabeça de Leão fica próxima ao Pico das Agulhas Negras e fica a 2.483m de altitude. O acesso é fácil por caminhada e o visitante é brindado com um vale com dois lagos. Por lá se tem vista para São Paulo e Rio de Janeiro.

Prateleiras. Foto: Ola Persson
Prateleiras. Foto: Ola Persson

As Prateleiras provavelmente tem mais visitação, já que não é uma escalada tecnicamente difícil, mas é árdua. São cerca de 12 quilômetros somando-se a ida e a volta, partindo do Posto do Marcão. O passeio é maravilhoso, passando por nascentes de rios e pequenas quedas d’água. O pico é o Maciço das Prateleiras, a 2.548m de altitude. A base já causa um pouco de vertigem, com blocos de pedras e penhascos à sua volta. Mas a vista é de cair o queixo, de tão linda. Quem encarar a subida para o pico vai precisar de corda. Nas prateleiras ainda encontram-se várias formações rochosas curiosas, como as Pedras Furada, Sentada e do Frade. O passeio todo dura um dia.

Pedra da Tartaruga. Foto: Lalai Persson
Pedra da Tartaruga. Foto: Lalai Persson

A Pedra da Tartaruga tem uma formação rochosa bem curiosa também e fica próxima às Prateleiras, a 2.390m de altitude. É uma rocha equilibrada nas extremidades de pequenas rochas, remetendo à uma enorme tartaruga. É bem tranquilo chegar até ela e não há necessidade de escalada ou mesmo força física.

O Rio Aiuruoca nasce no Planalto do Itatiaia e deságua no Rio Grande, no sul de Minas Gerais. São 6 quilômetros de trilha para chegar à Cachoeira do Aiuruoca e usufruir de suas águas geladas.

Parte Baixa

Quem gosta de cachoeira, poderá tomar ótimos banhos na Lagoa Azul e nas cachoeiras do Complexo Maromba, que conta com a Piscina do Maromba, Véu de Noiva e Itaporani.

Os Três Picos exigem um dia de caminhada por uma trilha íngreme de 7 quilômetros dentro da Mata Atlântica. O lugar oferece uma vista do Vale do Rio Paraíba, do parque, da Serra da Mantiqueira e também da Serra do Mar. Para fazer a trilha, é necessário assinar um termo de responsabilidade na portaria do Parque, no Centro de Visitantes ou no Complexo Maromba.

O que mais?

Você sabia que o Itatiaia é considerado um dos melhores lugares do mundo para observar pássaros? É possível fazê-lo tanto na parte alta quanto na baixa. Prepare o binóculo e vá. Além dos pássaros, também há observação de borboletas e mariposas em todo o parque. Sugere-se o horário da manhã para isso.

Além das escaladas, caminhadas e banhos de cachoeiras, os mais animados tem também diversas travessias, algumas exigindo pernoite dentro do parque. São elas a Ruy Braga (Rebouças-Parte Baixa); Rebouças-Serra Negra-Morro Cavado-Mauá; e Rebouças-Rancho Caído-Mauá (via Escorrega ou Vale das Cruzes).

O site oficial do Parque é super completo e apresenta todas as opções que ele oferece, recomendações e informações práticas.

Onde comer

Caso você fique um fim de semana para explorar o Parque, suas refeições serão dentro dele com comida levada por você, mas à noite nada melhor do que um merecido almoço tardio ou jantar em alguns dos restaurantes na região. E prepare-se, porque a pedida da região é a truta, que é bastante cultivada nesta região mineira.

Truticultura Sobradinho. Foto: Divulgação / facebook

A Truticultura Sobradinho é a favorita da região. Entre suas peculiaridades, o restaurante cria suas próprias trutas, que podem ser pescadas pelo visitante diretamente no lago antes de ir para a panela. As crianças se divertem! Além disso, o Sobradinho fica numa área cercada de verde, incluindo belas cerejeiras, que ficam lindas floridas dependendo da época do ano. O lugar é simples, os pratos são fartos e, além das diversas variações de trutas, incluindo opção defumada, o cardápio conta também com carne vermelha, frango, tilápia e moqueca.
Truticultura Sobradinho
Endereço: Rod Br 354 – Km 756, Itamonte (MG) – Telefone: (35) 3363-1540
Horários: Segunda a sábado, das 7 às 17h; Domingo, das 8 às 18h

Café da manhã no Hotel São Gotardo. Foto: Divulgação
Café da manhã no Hotel São Gotardo. Foto: Divulgação

O Hotel São Gotardo conta com um bom restaurante, o Manducare, que tem no almoço com um cardápio que muda diariamente com opções vegetariana, contemporânea, regional e light; já no jantar, o menu é degustação com couvert, entrada, dois pratos e sobremesa, por R$ 90. Quem quiser desfrutar um café da manhã caprichadíssimo antes de encarar uma aventura pelas montanhas, o restaurante também oferece uma farta opção por R$ 45. Já quem quiser petiscar à beira da piscina para dar aquela relaxada no fim do dia, o Bar do Frade é uma ótima sugestão. Não é necessário estar hospedado por lá. E prepare-se, porque o lugar e a vista são de babar.
Hotel São Gotardo
Endereço: Rodovia BR 354 Km, Itamonte, Garganta do RegistroMinas Gerais – Telefone: (35) 3363-9000
Recomenda-se reserva especialmente no jantar

Manducare: Jantar: das 20 às 22h; Almoço, das 13 às 15h
Bar do Frade: onde é servido o café da manhã, das 7h30 às 10h30 e o bar fica aberto até às 20h

Quem se animar a esticar até Penedo ou estiver hospedado por lá, terá várias opções. O Jardim Secreto é uma opção para quem procura por um lugar com mais requinte. A cozinha é contemporânea, misturando várias gastronomias do mundo. O cardápio é diversificado, com várias opções de carnes, peixes, aves, frutos do mar, massas e risotos. O restaurante fica num casarão com um belo jardim. Os valores são bem mais altos que os cobrados em Itamonte. Prepare o bolso.
Jardim Secreto
Endereço: Avenida das Três Cachoeiras, 3899 – Penedo  – Telefone: (24) 3351-2516
É necessário reserva. 
Horários: Domingo , somente almoço, das 12 às 17h; Terça a quinta, somente jantar, das 19 às 23h; Sexta, das 19 à 0h; Sábado, almoço e jantar, das 12 às 17h e 19 à 0h.

O Petit Gourmet é a pedida para vegetarianos e veganos, mas há também boas opções para quem busca um prato à base de carnes, peixes e frutos do mar. Uma ótima escolha é o Pirarucu, que serve quatro pessoas. O lugar é bem simples, mas aconchegante, além de ter preços atraentes.
Petit Gourmet
Endereço: Av. Brasil, 734, Penedo – Telefone: (24) 3351-1097 
Horários: Segunda a sábado, das 11 às 22h; Domingo, das 11 às 16h

Quem quer mesmo uma porção bem servida de massa para repor toda a energia gasta durante as caminhadas, o Aglio e Olio vai satisfazer a vontade. Os pratos são grandes e, se a fome não for muita, dá para dividir numa boa. O lugar é bem rústico, com um grande salão sem charme nenhum, mas as massas são bem feitas e, claro, se quiser vai ter truta! O atendimento é excelente e o couvert é bem gostoso.
Aglio e Olio
Endereço: Rua das Velas, 220, Penedo – Telefone: 24 3351-2292
Horários: Segunda a quinta, das 12 às 23h; Sexta e sábado, das 12 à 0h e Domingo, das 12 às 18h.

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

26 de July, 2017

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Apresentado por

Lalai Persson

Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.

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Comentários

  • Olá. Fiquei com uma dúvida (ou várias haha), a pedra cabeça de leão e a pedra da tartaruga dá pra fazer num dia só e sem precisar de guia? Vou para o parque em abril e outra dúvida que tenho é onde devo me hospedar pra conhecer essa parte alta, visto que não vou ficar no abrigo do nem acampar lá dentro, quero fazer um bate e volta mesmo, dormir em algum camping perto da entrada do parque (acesso à parte alta) e ir cedo pra lá, fazer isso por três dias.

    - Patricia Santos
    • Oi Patrícia. Só fizemos Prateleiras (com Pedra da Tartaruga, Pedra da Maçã e Pedra Assentada) e Pico das Agulhas Negras. Para elas foram necessários dois dias. Também só nos hospedamos na cidade (Itatiaia mesmo) e é um rolê de carro até lá, mas deu tranquilamente para fazer o bate-volta. Porém, uma sugestão é a Pousada dos Lírios, em Itamonte (MG), que é próxima a parte alta.

      - Lalai Persson

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