Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Afinal, o que é arte? Não sou uma expert no assunto, mas acho que quase tudo pode ser arte. Com os recursos tecnológicos uma nova forma de fazer obras artísticas surgiu, é disso que se trata a FILE – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, que alia tecnologia e linguagem artística. A palavra de ordem é transgredir e ultrapassar os limites.
Em sua 17ª edição, a exposição atrai um público diversificado desde crianças até adultos que querem conhecer e interagir com as obras. Como o Caleidoscópio colorido em que as pessoas tocam e brincam com as formas e as cores formando outros desenhos.
Que tal abraçar um ursinho de pelúcia para jogar um videogame chamado Jogo do Afeto? Quanto mais você aperta o urso, ele fica cheio de amor, vai andando e avança no jogo.
Uma paisagem tradicional japonesa não é somente uma paisagem. Ao tocar o quadro delicadamente, você acaba interferindo na obra. A obra Metamorfose também impressiona. É uma película transparente que tem três níveis de profundidade, ao tocar na primeira ouve-se o som do vento, a segunda é o som da água e a última é som do fogo.
Paredes de pixels formam desenhos desconexos. Realidade virtual é vista através de óculos 3D, escadas onde a água escorre sem parar. Um jogo de bola de gude? Sim, mas as bolinhas saem da tela e correm na pista da vida real.
A maior atração, sem dúvida, a grande teia que está na fachada do prédio do Sesi e entra adentro criada pelo grupo europeu Numen/For Use. A Tape São Paulo convidará o visitante a caminhar por entre seus túneis suspensos, confeccionados com 32 quilômetros de fitas adesivas fabricadas especialmente para a obra. Um verdadeiro labirinto onde se pode caminhar e só pode entrar 4 pessoas por vez.
Arte e tecnologia juntas
A mostra reúne 331 trabalhos, divididos entre instalações interativas, obras de realidade virtual com uso de óculos 3D, games, animações, videoarte, net arte, arte sonora e performances. São trabalhos feitos por 339 artistas de 31 países.
Uma de suas características principais do FILE é exatamente a possibilidade da experimentação e da interação. Diferentemente de outras exposições, o visitante não se limita a observar e apreciar as obras à distância.
Outra instalação que promete inquietar o público é o experimento multissensorial em 4D Be boy, Be girl, dos holandeses Frederik Duerinck e Marleine van der Werf. Quer saber como é ser alguém do sexo oposto? Neste experimento é possível. Envolvendo visão, audição, tato e olfato, a obra põe em pauta a questão do gênero de um jeito diferente. Por meio de óculos especial, o visitante entrará em um cenário praiano podendo ver e sentir todos os elementos típicos desse ambiente. O inusitado da experiência, é que o visitante poderá escolher viver essas sensações no corpo de uma mulher ou de um homem.
Já a história do autômato hiper-realista Robinson, contada com a ajuda de um narrador oculto,faz parte do novo trabalho de Ting-Tong Chang (Taiwan), que investiga a história dessas máquinas e da mecânica de precisão, originários da Suíça, como um meio de explorar utopias e a própria sociedade. O tal de Robinson impressiona pela suas expressões faciais.
Esta será a primeira vez que o FILE apresentará uma criação animatrônica (que utiliza os recursos da eletrônica e da robótica para dar vida a bonecos, muito comum no cinema) para o público paulistano.
A palavra “autômato” é usada frequentemente para descrever máquinas com movimentos, a exemplo das antigas caixas de músicas, que inspiraram o boneco animado do filme “A Invenção de Hugo Cabret”. No caso de Robinson, suas expressões faciais interpretam e reagem ao conteúdo sociopolítico do discurso do narrador.
HIPERSÔNICA
Coordenação de Ana Bacaro.
Outra novidade dessa edição é o retorno da série Hipersônica, que será apresentada durante a programação do FIESP/SESI Domingo na Paulista. Ao longo de quatro domingos consecutivos, de 17 de julho e 7 de agosto, sempre das 15h30 às 16h30, performances de obras sonoras e audiovisuais experimentais dos convidados Pedro Zopelar (24/7), grupo Cassino Queen (31/7) e coletivo Tigre Dente de Sabre (7/8) serão apresentadas no palco montado em frente do prédio da Fiesp/SESI-SP.
FILE LED Show 2016 – Galeria de Arte Digital SESI-SP
Curadoria de Fernanda Albuquerque Almeida
Seis obras de videoarte sensorial serão exibidas na fachada do prédio dentre os dias 11 de julho a 28 de agosto, das 19h às 6h. Dois desses trabalhos também serão exibidos dentro da Galeria de Arte do SESI-SP como instalações.
FILE Videoarte
Curadoria de Fernanda Albuquerque de Almeida
O FILE Videoarte apresenta um recorte da produção em vídeo a partir de recursos tecnológicos que modificam a forma de perceber o entorno. As 44 obras de mais de 20 países investigam como se dão as relações entre as pessoas e as imagens (com seus dispositivos), e entre as pessoas e os espaços físicos, digitais, internos e externos.
Serviço:
FILE 2016 – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica
Data: 11 de julho a 28 de agosto de 2016
Horário: diariamente, das 10h às 20h (entrada até às 19h40)
Local: Galeria de Arte do SESI-SP | Centro Cultural Fiesp – Ruth Cardoso (Avenida Paulista, 1.313 – em frente à estação Trianon-Masp do Metrô)
Entrada gratuita. Mais informações no site www.file.org.br
Agendamentos de grupos: segunda a sexta, das 10h às 18h30, pelos telefones (11) 3146-7439
FILE LED Show
Local: Galeria de Arte Digital SESI-SP (fachada do edifício)
Datas e horários: 11 de julho a 28 de agosto, das 19h às 6h
Hipersônica no FIESP/SESI Domingo na Paulista
Datas: 17, 24 e 31 de julho e 7 de agosto (domingos)
Horários: das 15h30 às 16h30
Foto de capa: Everton Amaro
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.