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Spin The Globe: Database

Quem escreveu

Danilo Cabral

Data

18 de April, 2016

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Lúcio Morais e Yuri Chix se conhecem desde moleques. Começaram a tocar juntos nas festinhas da faculdade de cinema, por volta de 2007, e foram aprendendo as manhas da noite na marra, tocando e lotando a antológica casa paulista AmpGalaxy e participando do coletivo Crew, uma baita escola para a dupla. Em dez anos de carreira, remixaram Fatboy Slim, lançaram um EP pela mesma gravadora de bandas como Two Door Cinema Club, Phoenix e Klaxons e já foram elogiados pelo Jay-Z e pelo Mark Ronson. Tocaram em grandes festivais como o Lollapalooza e o SXSW e acabam de lançar, finalmente, seu aguardado primeiro disco, o Vivid Exposition. Logo devem cair na estrada de novo e conseguir mais alguns carimbos no passaporte, e foi sobre isso que batemos um papo com eles. O Database é exatamente igual ao público que costuma lotar suas festas e shows: alto astral, divertidíssimos e cheios de energia.

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Crédito: Divulgação

Como é essa dinâmica do Database com as constantes viagens? Lúcio morando em Recife e Yuri aqui em São Paulo, como vocês lidam com essa distância?
O Yuri, apesar de morar em São Paulo, está sempre em Recife. Inclusive ele está por aqui agora, pois já estamos produzindo material novo. Lúcio também vai sempre para São Paulo, praticamente uma vez por mês. Apesar da distância, acabamos produzindo muita coisa, sempre mandando novos sons um para o outro.

Como foi a turnê nos Estados Unidos e tocar no SXSW? Soube que vocês têm boas histórias por lá. 
Fizemos cinco turnês pelos Estados Unidos até agora. Na primeira vez deu tudo errado, pois compramos uma van (carinhosamente apelidada de Lucy) pelo eBay e não checamos o motor. No primeiro dia de tour, já tivemos problemas com ela. Obviamente, uma semana depois, o motor da Lucy explodiu e tivemos que comprar uma outra van. Até filmamos a coitadinha logo depois do motor explodir (risos). Já no SXSW, nos apresentamos por dois anos e teve o famoso Churrasco Vegano do Moby, em que abrimos pro Skrillex e eu acabei desligando o som dele “sem querer” (risos).

Vocês têm planos de uma nova turnê, com o lançamento do disco novo?
Antes do álbum ser lançado, já havia interesse de alguns promotores do Estados Unidos, México e Canadá. Estamos negociando para poder ir em breve.

Como vocês fazem o agendamento de gigs? Como planejam as viagens para tocar?
Nós temos uma agenda bem complicada, mas temos nossa bíblia (abençoada agenda do Google!) para nos salvar. Também aproveitamos as demandas, como no caso do Meca Festival, em Porto Alegre. Já que estávamos por lá no mês passado, emendamos outras cidades da região, como Curitiba e Florianópolis. Vamos tocar na festa do D-Edge em Recife, então vamos aproveitar para tocar em estados próximos, do Norte e do Nordeste. É mais fácil tocar por lá, podemos viajar de carro, o que facilita muito para os promotores e para nós também, pois podemos ir embora no horário que quisermos, nos sentimos mais livres.
Quando viajam para fora, seguem o mesmo esquema?

Nos Estados Unidos é bem mais complicado, é um quebra-cabeça. Sempre tentamos marcar shows em estados próximos, assim podemos ir dirigindo também. Porém, algumas vezes, os promotores só têm uma data disponível e temos que mudar o rumo da tour, viajando de costa a costa de avião. Isso acaba sendo muito cansativo, já tivemos situações em que tocamos em Chicago, Los Angeles, Texas e logo depois no México! É  muito cansativo, mas sempre pegamos alguns dias de carro de uma cidade a outra, o que acaba sendo mais divertido.

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Quais os preparativos que fazem antes de viajar? Tem malas ou cases específicos para o equipamento?

Nós temos algumas regras, levar só o que podemos carregar na mão. Uma mala de roupa é dividida para os dois, temos uma mala de equipamento que equivale a uma de roupa (e as duas pequenas, para não despachar). Fora isso, cada um tem sua mochila com notebooks, nécessaire, casacos, óculos de sol, pendrives, fones e uma muda de roupa emergencial, pois já tivemos problemas com extravio de malas várias vezes.  Nossa última regra: sempre deixar todas as malas arrumadas, mesmo faltando um dia para sair do hotel. Se for tomar banho, não espalhe as coisas pelo banheiro ou pelo quarto. Tire tudo que precisa, use e depois guarde outra vez, tudo pode acontecer no último minuto: atrasos sempre rolam, afters também. Isso evita que você perca o voo ou esqueça alguns pertences que vai acabar nunca mais vendo na vida.

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Vocês procuram conhecer a cidade em que estão para tocar ou sobra pouco tempo para isso?
É relativo. De vez em quando, rola passar mais tempo e conseguimos dar um rolê pelo lugar. Outras vezes passamos só algumas horas, como, por exemplo, na última vez que tocamos no México. Passamos somente 10 horas lá e, mesmo com quarto de hotel para descansar, preferimos andar pelo centro e comer algo legal. Corremos para a festa tocar e depois fomos direto para o aeroporto, dormindo no avião. Quando as turnês são longas, escolhemos sempre uma última cidade para descansar, dar uma volta e gastar um pouco da grana (risos). E mesmo sem tempo, nunca deixamos de experimentar a comida local!

Vocês costumam ir atrás de discos ou equipamentos quando viajam?
As turnês para os Estados Unidos costumam ser mais extensas, então separamos alguns dias (geralmente os últimos), para passar em Nova York. Lá, nunca deixamos de ir na Guitar Center e na Rogue Music, em Williamsburg (loja de synths usados que é de chorar!). Discos não tem como correr: Amoeba em São Francisco ou Los Angeles.
*Foto destaque: Rudá Cabral

Quem escreveu

Danilo Cabral

Data

18 de April, 2016

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Danilo Cabral

Danilo passou mais de 20 anos suando sangue no mercado financeiro. Até que a crise da meia idade bateu forte e ele resolveu largar tudo e partir para o que gosta de fazer: viver bem. Desde então passou a sair mais, a tocar em tudo quanto é canto, a viajar melhor, a exercitar a veia da escrita e da leitura, cuidar do corpo, a montar playlists e, principalmente, amar fazer tudo isso. Não quer nem lembrar da fase em que esteve debruçado em cima de uma HP12C. Saravá, Danilo!

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