Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Há 18 anos os bolivianos que vivem em São Paulo se reúnem na Praça Kantuta e realizam uma feira na região do Canindé com produtos, comidas e músicas típicas do seu país. A atividade é tão importante e querida que, em 2004, a praça que sedia a feira ganhou o nome da flor boliviana em forma de sino encontrada nos vales altos da Cordilheira dos Andes.
Não tem com não se empolgar com toda a movimentação e variedade de produtos, muitas vezes desconhecidos pela maioria dos que não tem contato com a cultura boliviana. Essa é inclusive uma das partes mais legais, em especial os alimentos como pipoca de macarrão, frutas secas e vários tipos de milhos.
Não podemos negar que os preços baixíssimos também são muito atraentes. Os pacotes de milho custam em média R$ 5, e um copo de suco R$ 2. O que sai caro são os produtos industrializados, como a garrafa de “Inca Kola”, um refrigerante similar à nossa “Tubaína” ou ao “Guaraná Jesus” só que menos doce, que custa R$ 12, a embalagem de 500 ml.
Na linha de produtos e artesanatos, os tecidos típicos enchem os olhos e podem ser comprados a partir de R$10, assim como carteiras, bolsas, acessórios e objetos de decoração em geral. Se você anda pela região central ou da Avenida Paulista, já viu grande parte deles sendo vendido em barraquinhas. Porém, aparentemente existem alguns itens que são vendidos apenas ali, então vale dar uma olhada com calma em tudo.
São muitos os detalhes, e por todos os cantos há música, pessoas tocando instrumentos, barracas que vendem CDs de músicas típicas e os muros da redondeza estampam artes e imagens relativas à identidade boliviana.
A feira começa a ser montada por volta das 11h da manhã todos os domingos, mas para pegar as barracas de comida, tem que aguardar até as 12h. Chegamos por aí e conseguimos lugar tranquilo entre as dezenas de mesas espalhadas. Mas indo embora por volta das 13h já dava pra ver que fica bem lotado, então se quiser comer com calma chegue cedo. O horário de término varia, mas pode chegar até as 21h.
São pelo menos 10 barracas que oferecem da salteña, uma espécie de empanada boliviana, até pratos mais parrudos como o Silpancho, um grande empanado de carne e pão, ovo, arroz ou macarrão e uma salada, tudo com uma bela porção de batata frita. Tudo isso por R$ 13.
Outras duas recomendações de todos as barracas são o Pique Paceño, uma pequena montanha de batatas fritas, carne bovina e linguiça, que sai por R$ 14; e a Sopa de Mani, uma sopa grossa de milho com macarrão e batata que é a pedida certa para quem gosta de polenta. Como eu já tava muito cheio, pedi uma provinha da sopa, mas a porção é bem maior do que essa da foto e custa só R$9.
Para chegar na feira Kantuta é só descer na estação Armênia do metrô (linha azul), sair em direção à Avenida Cruzeiro do Sul e, depois de atravessá-la, caminhar por duas quadras. Uma boa dica é dar uma paradinha no Museu do Transporte Público Gaetano Ferolla, localizado na Cruzeiro do Sul que tem entrada franca e um acervo pequeno e interessante.
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.