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Olafur Eliasson no Chateau de Versalhes, fora da ordem…

Quem escreveu

Alecsandra Matias

Data

28 de June, 2016

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Versalhes é o mais notável edíficio-símbolo da monarquia absoluta na Europa. Construído por Luís XIV, o “Rei Sol”, a partir de 1664, tornou-se por mais de um século modelo de arquitetura barroca, de jardins grandiosos e, sobretudo, de residência real. Porém, neste verão alguma coisa está fora da ordem … opa! Tem um cachoeira gigante caindo do nada no Gran Canal do Palácio? Sim, é quase isso! Produzida a partir de uma torre treliçada de aço, a instalação Waterfall, do artista dinamarquês Olafur Eliasson, tem uma estrutura escondida atrás do jato d’água, criando um efeito mágico de que não existe fonte para aquela queda d’água.

waterfall-olafur-eliasson-versailles-anders-sune-berg
Waterfall. Foto: Anders Sune Berg

Poxa, se os jardins do Palácio de Versalhes são um escândalo desde o século XVII, quando Luís XIV e Luís XVI resolvem decorá-los com fontes e esculturas suntuosas, imagine com as intervenções de Eliasson!? E posso dizer: a cachoeira não é a única! Existem, ainda, as obras Fog Assembly e Glacial Rock Flour Garden, que introduzem névoa e resíduo de geleiras, respectivamente, à parte externa do Palácio. Nelas, os visitantes ficam envolvidos pela nevoeiro e sentem o ar frio das geleiras (incrível, não?).

Fog assembly. Foto: Anders Sune Berg © 2016 Olafur Eliasson
Fog assembly. Foto: Anders Sune Berg © 2016 Olafur Eliasson
Glacial rock flour garden. Foto: Anders Sune Berg © 2016 Olafur Eliasson
Glacial rock flour garden. Foto: Anders Sune Berg © 2016 Olafur Eliasson

Ao ser convidado para a 9ª edição da mostra de arte contemporânea no Palácio de Versalhes (que neste ano, ocorre de 7 de junho a 30 de outubro), Olafur visitou várias vezes o local em busca de inspiração. Dizem que ele até fez visitas noturnas para apreender e revelar os mistérios de Versalhes. As intervenções do jardim, realmente, tem grande relação com a história do lugar: foram influenciadas pelo arquiteto-paisagista André Le Notre, contratado por Luís XIV, e que tinha planos ambiciosos (não realizados) que envolviam as águas e o desenho perfeitamente ordenado do jardim.

Já o interior do Palácio é formado por mais de 700 aposentos, incluindo os destinados para a visita pública. São eles: os grandes apartamentos do rei e da rainha, a famosa galeria dos espelhos, a capela real, a galeria das batalhas, os apartamentos das damas e a galeria da história do castelo. Em cinco outros espaços interiores, Olafur cria mais intervenções, chamadas The Curious Museum, Your Sense of Unity, Deep Miror (Yellow)/Deep Miror (Black), Solar Compression e The Gaze of Versailles.

Deep Mirror. Foto: Anders Sune Berg
Deep Mirror. Foto: Anders Sune Berg
The gaze of Versailles. Foto: Anders Sune Berg
The gaze of Versailles. Foto: Anders Sune Berg
Your sense of unity. Foto: Anders Sune Berg
Your sense of unity. Foto: Anders Sune Berg

As mais impressionantes são a Solar Compression, que está na sala da guarda do rei, cria efeitos visuais que se dão no encontro do espelho e da luz; E The Curious Museum, que está no salão de Hércules, também formada por espelhos, possibilita um jogo de reflexo infinito. Todas as instalações, de um modo ou de outro, convidam o público a interagir e ter um experiência sensorial.

Solar Compression. Foto: Anders Sune Berg
Solar Compression. Foto: Anders Sune Berg
The Curious Museum. Foto: Anders Sune Berg
The Curious Museum. Foto: Anders Sune Berg

No fundo, todas as criações de Olafur trazem o diálogo entre o presente e o passado. As edições anteriores da mostra de arte contemporânea em Versalhes comprovam que nem sempre essa conversa é pacífica, visto a polêmica de 2015, envolvendo a obra de Anish Kapoor, apelidada de “vagina da rainha”.

Vagina da Rainha por Anish Kapoor. Foto: Lalai Persson (no dia em que picharam a instalação)
Vagina da Rainha por Anish Kapoor. Foto: Lalai Persson (no dia em que picharam a instalação)

Na edição de 2016, Olafur toma o espaço barroco e faz relembrar que Versalhes é o lugar do sonho, das águas, do brilho e da riqueza do “Rei Sol”. E o mais legal é que, através das instalações, o artista divide a sensação de permanência e transformação com o público e pergunta: “somos nós todos reis?”.

Para visitar as obras, que estão no jardim do Palácio e, teoricamente, seriam grátis, tem-se as seguintes exceções: os sábados e os domingos, as terças de 7 a 28 de julho e, depois de 5 de julho a 25 de outubro, as sextas-feiras. São exceções, ainda o período de 1º de julho a 30 de setembro e o feriado nacional de 14 de julho. Com tudo isso, pode ser que role o pagamento de ingresso, sim. Já para as criações que estão no interior do Palácio, não tem jeito: é preciso comprar o ingresso padrão de Versalhes.

Dica: se você não conhece Versalhes, não queira fazer isso em um dia. É pura doideira! Todos os espaços são muito grandes, mesmo com a possibilidade de aluguel de um carrinho elétrico. Compre o ingresso para conhecer o Domaine de Marie Antoniette somente se planejar conhecer o lugar em dois ou mais dias. As filas também são ingratas, antecipe seu ingresso, se puder!

*Foto destaque: Anders Sune Berg

Quem escreveu

Alecsandra Matias

Data

28 de June, 2016

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Alecsandra Matias

Rata de galerias e museus, não perde a oportunidade de ir procurar aquela tela, escultura ou monumento famosos que todos só conhecem pelos livros.

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Comentários

  • Amei!

    - Lulu Prado

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