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Sir Elton Hercules John é uma das figuras mais surpreendentes e influentes do mundo pop desde os anos 1970. Dono de cinco prêmios Grammy, engajado em causas sociais, como a luta contra a AIDS e diversas atividades sociais, cá entre nós, Elton John sempre esbanjou sofisticação. Mas agora ele arrasou … abalou o cenário das artes londrino (quiçá, mundial!). Tudo porque ele decidiu exibir uma das maiores coleções privadas de fotografias: a dele! Acreditem!
Ele tem cerca de 8 mil fotografias dos melhores fotógrafos do mundo arrebanhadas nos leilões internacionais mais concorridos da face da Terra. Arrisco meu pescoço em dizer que poucos museus tem uma coleção que se compare à dele. Prova disso, é a pequena mostra de 175 fotografias que integram a exposição Radical Eye Modernist Photography from the Sir Elton John Collection, em cartaz desde o início de novembro de 2016 no Tate Modern, em Londres.
Na exposição, foram selecionadas fotografias do período mais ousado, inovador e experimental da história da fotografia no século XX: o modernismo existente entre os anos de 1920 e 1950. São cerca de 70 artistas, incluindo Brassai, Imogen Cunnigham, André Kertész, Dorothea Lange, Tina Modotti, Aleksandr Rodchenko, Laszlo Moholy-Nagy, Man Ray, entre outros (Fiquei emocionada agora!). Os apaixonados por fotografia sabem do quê estou falando.
Esses pioneiros da fotografia apostaram em técnicas diversificadas, em fotomontagens, retratos, nus e fotografias arquitetônicas e de ruas. Eles queriam provar que a fotografia, assim como a pintura e o desenho, era um meio capaz de expressão artística. Não acreditavam que a fotografia (ou a objetiva, como era chamada) era somente um instrumento técnico, de investigação ou documentação militar. Esses fotógrafos-artistas revolucionaram o mundo moderno, e vê-los todos juntos nessa exposição é a glória!
Na mostra, a primeira sala tem uma fotografia de Elton John, de 1997, de autoria de Irving Penn e o áudio-guia inicia assim: – “Oi aqui é Elton”. Tudo isso demonstra que Elton John realmente quer compartilhar sua coleção com o público, dando boas-vindas e se colocando como anfitrião (aqui, tenho que contar um segredo: o astro absolutamente odeia posar ou que tirem fotografias suas – as exceções foram para os fotógrafos americanos Richard Avedon e Irving Penn).
Aliás, Elton ama retratos. Não propriamente os dele (como falei), mas os de diversas celebridades do século XX. O destaque da exposição é, sem dúvida, a linha dos retratos. A mostra apresenta pela primeira vez um grupo inacreditável de fotografias de Man Ray, incluindo, retratos de Matisse, Picasso, Breton, Max Ernst e Dora Maar. Existem ainda retratos de Igor Stravinsky por Edward Weston e Georgia O’Keeffe por Alfred Stiglitz. De Irving Penn, a mostra traz uma série de 1948, nas quais estão: Duke Ellignton, Noel Coward, Joe Louis e Salvador Dalí.
No caminho, ainda estão uma série de fotogramas e experimentações de Hebert Bayer e Josef Sudek, além de fotografias de ruas de Robert Frank, as construções fotográficas de Jaromír Funke e as abstrações de Imogen Cunnigham.
Por tudo isso, a exposição Radical Eye Modernist Photography from the Sir Elton John Collection impressiona e faz pensar o que mais há escondido na sua coleção (quem saberá o que está lá dentro?). Essa é a primeira parceria entre Sir Elton John e o Tate Modern – uma chance única – que está prevista para terminar no dia 7 de maio de 2017. No mais, é rezar para que God save, Sir Elton John! E que ele prossiga com o empréstimo de sua coleção para grandes museus.
Agora, não vai rolar ir para Londres? Não perca as esperanças! Sir Elton John estará em terras brasileiras entre o finalzinho de março e o comecinho de abril de 2017. São 4 shows: Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre!
TATE MODERN
Bankside, London, SE1 9TG
Horário: de segunda a quinta, das 10h às 18h. Sexta e sábado, das 10h às 22h
Fotografia de destaque: Elton John, Oracle Appreciation Event, JavaOne 2015 San Francisco, Yuichi Sakuraba. Flickr
Rata de galerias e museus, não perde a oportunidade de ir procurar aquela tela, escultura ou monumento famosos que todos só conhecem pelos livros.
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