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Branca de Neve, Cinderela, Bela Adormecida, Chapeuzinho Vermelho, João Maria e muitas outras histórias escritas pelos irmãos Grimm têm como cenário sombrio a Floresta Negra (der Schwarzwald), que se estende por mais de 200 quilômetros no sul da Alemanha.
Destino preferido dos alemães em férias, a região é bastante chuvosa e por conta disto as árvores, em sua maioria pinheiros, têm muitos galhos e folhas. Assim, a incidência de luz é bem baixa e a floresta torna-se bastante escura (daí o nome, Floresta Negra). Dizem, ainda, que a seiva dos pinheiros mata qualquer outro tipo de árvore.
Outra coisa: antes dos irmãos Grimm, os contos de fadas eram tenebrosos. Era um tal das irmãs da Cinderela cortarem os pés para caberem no sapatinho; de João e Maria serem abandonados pelos pais na floresta e, nem quero falar dos fatos que envolvem Chapeuzinho Vermelho, a vovó e o Lobo Mau. Por isso, a Floresta Negra era paisagem perfeita. Confesso que dá um tiquinho de medo!
No meio do outono europeu, a Floresta Negra é um lugar incrível com vales verdes, lagos espelhados, vilarejos simpáticos e casinhas em enxaimel – aquelas bem típicas da Alemanha. Sem contar a culinária, que é um arraso! O verdadeiro bolo floresta negra, em alemão, o Schwarzwälder Kirschtorte (literalmente, Bolo de Cereja da Floresta Negra) tem sua receita envolvida em controvérsias. Há relatos populares que um confeiteiro alemão criou a receita deste bolo inspirado na floresta, nos anos 1900: o chocolate seria os galhos e cascas das árvores, a cereja é o kirsh (licor feito destas mesmas cerejas) e o chantilly, a neve que cai intensamente nesta região durante o inverno. Há outra versão que diz que as cores do bolo são a representação das cores de um traje feminino típico da região. Outros dizem que a influência da Floresta Negra seria somente pelo uso do licor de cerejas, típico da região. E outros dizem ainda que a receita tem um pezinho na Suíça e em outras partes da Alemanha, como por exemplo, Bonn (a 500 km da Floresta Negra). No fim, só posso dizer que o Bolo Floresta Negra de lá é uma tentação.
Uma das portas de entrada principais da Floresta Negra é a cidade de Baden-Baden. As outras são Offenburg e Freiburg, ambas na fronteira com a França, cidades ideais para quem vem da região de Estrasburgo. Se você optar por sair da Alemanha, saia de trem de Frankfurt – é só 1h40 de viagem até Baden-Baden que é um chiquê só. Famosa por sua água rejuvenescedora, inclusive Baden quer dizer banho em alemão, a cidade tem um jardim público muito bonito (o da Lichtentaler Allee), cassinos, teatro, museus, restaurantes e banhos terapêuticos. Porém, se você está focado na Floresta Negra, então já na estação de trem da cidade tem diversos guichês que oferecem trilhas para todos os gostos.
Caso você opte pelo carro, a rodovia é a B500 (Schwarzwaldhochstraße) que segue montanha acima. Há inúmeras trilhas neste caminho e a parada no lago Mummelsee é obrigatória para compreender a lindeza do lugar. A estrada termina em Freudenstadt, cidade que ainda guarda a destruição ocorrida durante a II Guerra Mundial.
Depois pegue a B462 (Schwarzwald-Tälerstrasse) – estrada dos vales da Floresta Negra. Reserve um tempo para admirar Forbach, cidade dos contos de fadas (neste caso, os que têm final feliz). A cidade é repleta de casinhas de bonecas e relógios cucos que são vendidos em lojinhas mais graciosas ainda.
Gostou da ideia de fazer o roteiro turístico mais antigo dos alemães? Então, já aviso que no caminho da Floresta Negra e depois dele, há muitas outras cidades e vilarejos encantadores, onde sempre vale a pena uma paradinha para um café ou uma refeição, ou ainda, para ver os contos de fadas acontecerem diante dos olhos.
Rata de galerias e museus, não perde a oportunidade de ir procurar aquela tela, escultura ou monumento famosos que todos só conhecem pelos livros.
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