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Festival Path: a cidade para as pessoas

Quem escreveu

Renato Salles

Data

28 de April, 2016

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O eterno vira-lata brasileiro viaja para fora e se deslumbra. Ah, que incrível a arte de rua de Londres! Impressionantes as ruas movimentadas de Tóquio! Delícia os parques cheios de Berlim! Não é estranho que a gente fique tão deslumbrado quando vamos para fora do país e vemos como as ruas são usadas pelos locais, e de volta à casa, vivamos dentro dos nossos muros, janelas de carros e portas, que fecham tudo o que acontece de bacana dentro de quatro paredes, longe dos olhos dos passantes?

O Carnaval, a maior festa popular de rua do mundo, acabou de passar e o deste ano foi um marco para São Paulo. Nunca na história tantas pessoas correram para as ruas para festejar com os blocos, lotando avenidas e bairros com música e diversão. Isso é a consequência de um movimento que, finalmente, vem tomando corpo e crescendo cada vez mais na cidade, mudando a forma como a população a enxerga e usa. Nos últimos anos, alguns grupos começaram a romper as barreiras do privado à força e tomar conta dos espaços públicos para promover feiras, festas, atividades esportivas e de lazer. Hoje, lugares antes relegados a passantes, camelôs e mendigos, viraram pontos de encontro importantes e é impensável um fim de semana em que não aconteça pelo menos um evento grande ao ar livre e muitas das vezes aberto ao público.

E assim descobrimos novamente o poder da rua. Através do entretenimento, tomamos o espaço público de assalto. E agora queremos mais. Não basta usar, tem também que cuidar. Queremos festa no parque, mas o parque tem que estar limpo e bem cuidado. Vamos a um show na praça e chegamos a ela de forma segura pela ciclovia. E também queremos mais verde, menos carros, mais segurança, menos opressão. O engajamento público é o sinal mais claro que, isolados, população e governo não vão a lugar nenhum. A prefeitura não tem condições de atuar em todas as frentes de forma eficiente e a população cansou de esperar e tomou as rédeas.

Hélio da Silva no Parque Linear Tiquatira (FOTO TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO)
Hélio da Silva no Parque Linear Tiquatira (FOTO TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO)

Um caso fantástico e heróico, é o do Hélio da Silva. Sozinho, ele plantou mais de 17.800 árvores do Parque Tiquatira, na Zona Leste, às margens degradadas do rio com o mesmo nome. Nem precisa dizer qual foi o enorme impacto que sua ação causou na região. Da mesma forma, pessoas e grupos estão causando grandes mudanças no paradigma da cidade. É o caso do SP Invisível, movimento de conscientização sobre a população de rua; do Vídeo Guerrilha, que estimula a produção artística sobreposta à arquitetura e ao espaço público das cidades; do Cidade Ativa, que fomenta a discussão sobre o impacto que o planejamento urbano e a arquitetura das edificações exercem sobre estilos de vida e sobre saúde pública; o Dá Pé, um projeto de reflorestamento via crowdfunding; e os grupos dos projetos Mil Orquídeas Marginais, Acupuntura Urbana e A Batata Precisa de Você, que organizam eventos de reestruturação e ressignificação de espaços públicos de São Paulo.

Todas essas entidades e pessoas, entre outras tantas, estarão no Festival Path, em palestras e conversas, para apresentar seus trabalhos e propor novas reflexões. É uma ótima oportunidade para todos nós podermos entender melhor o papel da movimentação popular em prol da coletividade, permitindo a cada cidadão refletir sobre o papel a assumir na transformação da nossa cidade. Eu, com certeza, não vou perder.

O Festival Path acontece nos próximos dias 14 e 15 de maio e vai tomar conta das ruas de Pinheiros em São Paulo, com muita música, filmes, palestras, feiras gastronômicas e arte. Vamos?

Foto do destaque: Projeto Centro Aberto da PMSP – Largo do Paissandu – fonte: reurb.blogspot.com.br

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Quem escreveu

Renato Salles

Data

28 de April, 2016

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Renato Salles

Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.