Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Quando pensei nesse post, a ideia era trazer apenas artistas mulheres por estarem em cartaz na cidade exposições de duas que me são muito caras, Carmela Gross e Lina Bo Bardi. Porém, durante a confecção, tomei aquele tapa na cara que a gente leva sempre quando para e presta atenção nas coisas: não há, nos maiores museus da cidade, nenhuma exposição de uma artista feminina.
O MAC – Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, conta atualmente com DEZ exposições, nenhuma delas sobre trabalhos feitos por artistas mulheres. Já o Museu de Arte Moderna exibe três exposições e todas sobre homens. O curioso é que dos 10 quadros mais caros do país, quatro são de mulheres. Inclusive, o mais valioso é o Abaporu, da Tarsila do Amaral, avaliado em R$ 30 milhões. E quando falamos em artistas vivos, o recorde é de Beatriz Milhazes, que teve o quadro “Meu Limão”, arrematado por R$ 4,4 milhões em 2012.
Ou seja, não podemos dizer que não há interesse ou boas artistas no país. Contando com isso, selecionamos sete exposições de artistas mulheres para você conferir nesse restinho de 2017.
Em cartaz na Chácara Lane | Museu da Cidade de São Paulo, o antigo “Gabinete de Desenho” ao lado da faculdade Mackenzie, na Consolação, “Arte à Mão Armada” apresenta um panorama de 50 anos de trabalho da artista Carmela Gross.
São 15 séries de trabalhos, entre obras históricas e inéditas, além de extensa documentação nunca exposta sobre seus trabalhos e processo criativo. São cerca de 100 pastas, algumas com 300 documentos dentro, incluindo “A Negra” (1997) e os “Carimbos e Carimbadas” (1977), com desenhos e estudos de execução. A exposição acontece ainda na Capela do Morumbi, com a instalação realizada pela artista para a Capela em 1992.
Sempre grandiosa e impactante, o trabalho de Carmela é sempre imperdível. Saiba mais aqui. Em cartaz até 8 de janeiro de 2017.
A exposição que foi inaugurada em 2012 na Galeria do British Council em Londres, já passou por Viena, Basel, Paris, Milão e Miami. Agora aportou em terras brasileiras no SESC Pompéia, talvez um dos trabalhos mais conhecidos da artista.
Com instalações audiovisuais, objetos e mobiliários, a exposição traz a visão modernista da arquiteta ítalo-brasileira. Tem curadoria da arquiteta Noemí Blager, participação da artista Madelon Vriesendorp e do cineasta Tapio Snellman.
Para mais informações clique aqui. Em cartaz até o dia 11 de dezembro de 2016.
“Terra Líquida” é a quarta mostra individual de Marina Rheingantz na Galeria Fortes Vilaça e traz pinturas inéditas de formatos variados. São paisagens mínimas que remetem a falésias, serras, mares, charcos, campos e terras caipiras, lugares visitados e inventados. Junto da exposição veio o livro Terra Líquida (Editora Cobogó), abrangendo toda a produção da artista, com ensaio assinado pelo crítico e curador Rodrigo Moura.
Saiba mais aqui. Em cartaz até o dia 22 de dezembro de 2016.
Usando 60 mil metros de linha, a artista Edith Derdyk criou a instalação Dos Caminhos que Se Bifurcam, que conta ainda com 4 mil pregos enferrujados. A obra remete à mitologia grega das Moiras, as irmãs que controlariam os fios da vida dos indivíduos. Poética e grandiosa, está em cartaz na Galeria Mezanino.
Sabia mais aqui. Em cartaz até 20 de dezembro.
Depois de quase 35 anos de sua primeira individual, realizada na Pinacoteca de São Paulo, artista Ana Maria Tavares retorna para apresentar “No lugar mesmo: uma antologia de Ana Maria Tavares”. A mostra ocupa sete salas do primeiro andar do edifício, com trabalhos que lidam com espaço, superfície, ornamento, funcionalidade, indústria, artesanato, palavra e imagem.
Fazem parte da antologia trabalhos importantes da artista como ‘Exit’, ‘Parede Niemeyer’, ‘Tapetes pretos para paredes brancas’, e objetos escultóricos e trabalhos como Purus e Negros (2014).
Com 14 obras, a mostra ConCentração traz pedras e outros elementos da natureza que possuem um núcleo central. São esculturas e trabalhos tridimensionais, desenhos e vídeos, que revelam uma busca pela ideia de centralidade. Suas pesquisas são feitas com o quartzo, o basalto, o ouro e a sodalita.
Para saber mais clique aqui. Fica em cartaz até o dia 23 de dezembro de 2016.
O Instituto Tomie Ohtake também reparou na discrepância entre a representação feminina e masculina nos acervos, museus e publicações de arte e por isso criou o projeto Nossas Artistas. Na sua estreia traz Leda Catunda (São Paulo SP, 1961) com a exposição I love you baby, sob curadoria de Paulo Miyada.
A mostra reúne mais de uma centena de trabalhos, realizados de 2003 a 2016, entre pinturas, colagens, gravuras, desenhos e objetos, além de obras feitas especialmente para as paredes das salas do Instituto, sempre a partir da utilização de elementos cotidianos, como toalhas, tapetes, lonas, plásticos, camisetas, janelas, fórmicas, entre outros.
Sabia mais aqui. Fica em cartaz até 15 de janeiro de 2017.
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