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A 16 quilômetros de Coimbra, na freguesia de Condeixa-a-Velha e a 2 quilômetros de Condeixa-a-Nova, está Conímbriga, uma das maiores povoações romanas de que há registros na Península Ibérica. Creia! Uma vila romana datada de I d.C. no centro de Portugal! Já imaginou que em terras portuguesas tem um povoado de origem celta, ocupado por tropas romanas em 139 a.C., e que depois será a capital da província da Lusitânia? Para aqueles viciados em história e em arte romana garanto que, no mínimo, percorrer as ruínas deste lugar é uma experiência sensacional!
Classificada como monumento nacional desde 1910, a estação arqueológica inclui o pequeno Museu Monográfico, fundado em 1962, onde se encontram objetos encontrados durante as escavações que acontecem desde 1898, e as ruínas propriamente ditas (o aqueduto, o fórum, as termas e as habitações). No total, são 32 construções realizadas entre o I e III d.C., além da muralha erguida às pressas no século IV para conter as invasões bárbaras.
O anfiteatro romano, as ruas pavimentadas e os mosaicos espalhados pelos edifícios e residências são monumentos incrivelmente conservados. As termas, que na verdade são banhos públicos para homens e mulheres, era o lugar de encontro de todos os moradores da época. Nas termas, fazia-se os negócios, discutia-se política e colocava-se as notícias em dia, ou seja, era onde a vida social da cidade acontecia (tem hora mais relaxante para se por a vida em ordem?!). Mas, o espetáculo mesmo fica por conta da Casa da Cruz Suástica e da Casa de Repuxos. Pense em luxo e riqueza no Império Romano. É muito mais do que isso!
A Casa da Cruz Suástica pertenceu a uma família rica e foi construída por volta do século I d.C. Seus mosaicos são da segunda metade do século III. Eles trazem o desenho da cruz suástica (aqui, preciso te dizer que a suástica é um símbolo usado em culturas diferentes em épocas distintas: astecas, gregos, hindus, celtas e até budistas). Para os romanos, a cruz representava o Sol e a boa sorte.
Já a Casa de Repuxos, da mesma época, é muita ostentação! Seus mosaicos geométricos, sua pintura mural e a arquitetura repleta de repuxos (ou em português com sotaque brasileiro, fontes e chafarizes) mostram a glória desta cidade, que na época do imperador Cesar Augusto chegou a ter 10 mil habitantes. Depois de ver o conjunto de monumentos, você pensará que Pompeia na Itália era uma cidade romana rica! Mas, Conímbriga era chique demais!
E quando e como todo esse requinte acabou? Explico: Conímbriga, que ficava entre Olisipo (atual Lisboa) e Bracara Augusta (Braga), sobreviveu até os anos de 465 e 468, quando os suevos capturaram e saquearam a cidade. Seus habitantes abandonaram suas casas e fugiram para Aemínium, também conhecida como Coimbra. Agitada, essa história, não? Os lusitanos têm grandes monumentos arqueológicos espalhados por todo o seu território. Não é só de período medieval e colonial que vivem as grandes aventuras lusas!
O parque arqueológico não é muito grande. Dá para conhecer todos os lugares com tranquilidade em cerca de duas horas. Há dois ônibus diários que saem de Coimbra com destino a Condeixa-a-Velha com parada em Conímbriga. O lugar está aberto todos os dias, de 10h às 19h e o ingresso custa algo em torno de 4,50 euros. Lá no Museu Monográfico de Conímbriga tem um restaurante rodeado por um pequeno jardim que serve algumas receitas romanas. Se a ideia é conhecer a vida urbana de um povoado romano, a estação arqueológica realmente te leva para os tempos do Império!
Foto do destaque: Carole Raddato
Rata de galerias e museus, não perde a oportunidade de ir procurar aquela tela, escultura ou monumento famosos que todos só conhecem pelos livros.
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