Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Quem vê de fora aquela porta de vidro com um letreiro, pode até pensar ser mais um simples boteco no centro da cidade. De certa forma é isso mesmo. Mas o Barouche chegou com um propósito que eu particularmente amo e apoio com todas as forças: atrair os olhares dos paulistanos e visitantes para uma parte da cidade meio esquecida, subestimada, e as vezes até marginalizada por muitos, o Centro.
Inaugurado no final de janeiro em pleno Largo do Arouche, na altura do número 103, o Barouche funciona apenas alguns dias da semana e une o que mais se espera de um bom bar. Por lá, a simplicidade e a objetividade andam juntas, resgatando em sua arquitetura uma atmosfera meio saudosista, dos áureos tempos daquele que já foi um dos endereços mais elegantes de São Paulo.
Seu cardápio é despretencioso e bem enxuto. Para comer, o delicioso Sanduba Barouche, feito com pão da padaria da esquina, presunto cru, queijo brie e mostarda dijon, além de um velho conhecido dos paulistanos, o sanduíche de mortadela. Para dividir com a turma, o vinagrete de lula, acompanhando de uma boa cesta de pães, também produzidos na padaria da esquina. Esse vinagrete é de lamber os beiços, diga-se de passagem. Além disso, uma tábua de frios com embutidos do Mercado Municipal de São Paulo, de onde também vem a mortadela para o sanduíche, e o indispensável pastel de vento. Amor em forma de fritura, eu diria.
Para matar a sede, uma curta carta de drinques refrescantes e com teor alcóolico mais baixo, idealizados pelo mixologista Marco De la Roche e divididos em dois grupos: os clássicos e os drinques do Arouche. Entre os clássicos, a nossa amiga caipirinha é excepcionalmente bem executada. Nos drinques da casa, é obrigatório provar o Bafo de Onça, uma mistura fresca de aperol, tangerina e mate gelado, e Sbrodaccio, feito a base de amaro, gim, citrus e limão. Além do chope de boa qualidade, tirado na hora e sempre geladinho.
A questão dos drinques terem um teor alcóolico mais baixo é proposital, ok? A idéia é curtir por mais tempo aquela atmosfera gostosa na praça, papeando e bebendo com os amigos.
O Barouche é uma metáfora simples: uma pepita de ouro não é um colar ou um anel. Mas continua sendo ouro!
Barouche
Largo do Arouche, 103 – Centro
De terça a sábado, das 18h à 0h
O Jo é do tipo que separa pelo menos 30% do tempo das viagens para fazer o turista japonês, com câmera no pescoço e monumentos lotados. Fascinado pelas diferenças culturais, fotografa tudo que vê pela frente, e leva quem estiver junto nas suas experiências. Suas maiores memórias dos lugares são através da culinária, em especial a comidinha despretensiosa de rua. Seu lema de viagem? Leve bons sapatos, para agüentar longas caminhadas e faça uma boa mixtape para ouvir enquanto desbrava novos lugares. Nada é melhor do que associar lindas memórias à boas canções.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.