Elas querem igualdade de direitos e de salários, querem poder decidir sobre seus corpos, querem andar pelas ruas com a roupa que preferirem sem serem assediadas, querem poder ocupar qualquer cargo existente com a mesma competência que qualquer homem. O movimento feminista nunca esteve tão forte no Brasil e no mundo. E recentemente elas conquistaram mais uma importante marca.

A primeira tripulação formada inteiramente por mulheres fez um vôo de longa distância. Essa equipe histórica é da Royal Brunei Airlines e viajou da capital do país, Bandar Seri Begawan, até Jeddah, na Arábia Saudita. O feito aconteceu no dia 23 de fevereiro, no Dia Nacional do Brunei, que celebra a independência do país. A capitã Sharifa Czarena Surainy é a primeira mulher no posto em todo o Sudeste Asiático. Em suas palavras: “Como mulher, uma bruneiana, essa é uma grande conquista. Isso mostra para as próximas gerações de mulheres que o que elas sonharem, elas podem conquistar.” A companhia aérea, inclusive, mantém um programa de formação em engenharia voltado para ambos os sexos.

A curiosidade é que essas grandes pilotas voaram justamente para um país em que os direitos das mulheres são tão tolhidos que elas não tem permissão nem para dirigir um carro. Apesar de não existir uma lei real na Arábia Saudita que diga isso, a regra é imposta pelo poder muçulmano ultra-conservador. Só para se ter uma ideia, uma mulher que veio dirigindo dos vizinhos Emirados Árabes em dezembro de 2014 foi presa na fronteira. Uma amiga foi até o local para ajudá-la, mas acabou também detida. As duas só foram soltas depois de 70 dias. Teve ainda outra mulher que acabou na prisão por ir a um jogo de futebol.

Mas a mulherada não está deixando barato e começou a se unir para acabar com essa regra absurda. A campanha Women2Drive, surgida nas redes sociais, já tem mais de 18 mil likes. Elas estão desafiando as autoridades não só dirigindo, como também postando fotos delas ao volante. Nunca pensei que uma selfie pudesse ter uma força de guerrilha dessas! Go, women!