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Na segunda metade do século 19, Barcelona vivia um momento fervilhante, com uma nova burguesia enriquecida pela Revolução Industrial, a implementação do plano urbanístico de Cerdá, e o declínio da monarquia espanhola. Com esse cenário, o modernismo catalão encontrou as ferramentas e técnicas que traziam um ideário de progresso, e uma classe inteira desejosa de status, luxo e ostentação, disposta a bancar as maiores loucuras na reconfiguração da cidade. Foram décadas de boom para arquitetos, designers e artistas, que se estenderam até a Guerra Civil na década de 1930, quando a austeridade fascista tomou conta.
Foi no meio desse movimento todo que surgiu a figura mítica de Antoni Gaudí. Nenhum arquiteto na história conseguiu de forma tão marcante se tornar o símbolo e a cara de uma cidade como ele é para Barcelona. Seu trabalho é único por se desprender das influências e estilos vigentes na época para enveredar por uma arquitetura calcada nas técnicas construtivas e nos materiais, com uma linguagem ornamental exuberante e inusitada. Suas obras influenciaram movimentos no mundo inteiro, e até hoje despertam o fascínio de multidões que visitam a capital da Catalunha anualmente.
Inaugurou nesse sábado a segunda exposição dedicada ao trabalho de Gaudí no Instituto Tomie Ohtake. A mostra ‘Gaudí: Barcelona 1900’ traz maquetes, estudos, desenhos, pinturas, peças de mobiliário e muito mais, do próprio Gaudí e de outros artistas da época, para traçar uma linha de evolução do que foi o modernismo catalão até chegar na obra-prima do movimento, a inacabada Sagrada Família.
Ao longo da exposição, vê-se como as linhas rebuscadas adotadas por arquitetos e artesãos passaram de puro preciosismo egocêntrico para um estudo profundo de matemática e geometria para alcançar os melhores resultados estruturais imagináveis. Além das maquetes dos edifícios mais conhecidos de Gaudí (como a Casa Batlló, La Pedrera, e a própria Sagrada Família), esquemas e estudos móveis explicam qual era a linha de raciocínio científico do arquiteto para alcançar resultados impressionantes. Os sistemas complexos que desenvolvia são apresentados de forma pragmática e simples, para que até o mais leigo visitante consiga pelo menos entender porque Gaudí é até hoje considerado um grande gênio.
Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.