Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Não é novidade para ninguém que os franceses comem muuito bem! Aliás, difícil falar da França sem falar de gastronomia. E se a gente for dar mais destaque ainda nesse assunto, os restaurantes em Lyon são o centro das atenções.
Apesar de renomada de uns anos para cá, a gastronomia lionesa teve sua história iniciada no final do século XIX. As famílias burguesas mais ricas de Lyon contratavam mulheres para cozinharem em suas mansões, mas a partir da primeira metade do século XX, a burguesia não as conseguiu manter financeiramente devido à crise. Muitas delas, desempregadas, resolveram trabalhar por conta própria e em restaurantes. Les Mères Lyonnaises, como ficaram conhecidas, cozinhavam suas receitas caseiras e serviam para os tecelões da indústria de seda e para a classe média, criando, assim, a marca registrada da cozinha lionesa: os bouchons, típicos restaurantes da região que aliam a grande burguesia e a comida popular (e ganharão destaque em outra matéria!).
Uma das mulheres de maior destaque foi a mère Eugénie Brazier, a primeira a receber três estrelas no Guia Michelin. Aberto em 1921, o seu primeiro restaurante recebeu diversas figuras célebres, como o então prefeito da cidade Edouard Herriot. Segundo ele, Brazier fazia mais que ele pela reputação da cidade. E foi com ela que o Chef Paul Bocuse, um dos maiores cozinheiros franceses, fez o seu aprendizado.
O restaurante mais conhecido de Paul, o L’Auberge du Pont de Collonges, ganha repetidamente, há 40 anos, 3 estrelas Michelin. Se quiser viver a experiência gastronômica oferecida por Bocuse, precisa reservar uma mesa com no mínimo 2 meses de antecedência e preparar a bolso: os menus são a partir de 165 euros por pessoa. O visionário chefe potencializou a grande reputação internacional da gastronomia lionesa, não só com os seus restaurantes gourmets, mas com a sua grande ideia de democratizar sua cozinha. Nos anos 90, ele abriu quatro brasseries, cujos menus completos variam de 20 a 40 euros. Além disso, Paul ainda criou escolas de culinária que abrigam estudantes do mundo todo e foi homenageado no mercadão da cidade, que leva o nome de Les Halles de Lyon – Paul Bocuse.
Com cerca de 1 restaurante para 295 habitantes, ou seja, quase 3000 estabelecimentos, fica difícil escolher os melhores restaurantes em Lyon. O Chicken or Pasta separou uma lista de 10 lugares deliciosos para os viajantes viverem o prazer da gastronomia lionesa como um autêntico francês. Bon appetit!
O restaurante foge dos padrões dos bistrôs: ambiente grande, mesas largas e cardápio extenso. O local, que comemorou 180 anos este ano, é um monumento histórico da art déco do bairro de Perrache. A cerveja artesanal produzida na casa aquece os tambores para os pratos principais. Sugiro pedir o steak tartare, o mais tradicional de Lyon. Os garçons o preparam na frente do cliente, misturando todos os ingredientes frescos na hora. Como é bastante conhecido entre os franceses e turistas, reserve antes de ir.
Brasserie Georges
30, Cours de Verdun – 69002 Perrache
Segunda à quinta, das 11h30 às 23h15; Sextas, sábados, domingos e feriados, das 11h30 às 00h15.
Aberto em 1999, o restaurante possui a vista mais bonita da cidade! Ao lado da Basílica de Fourvière, as pessoas degustam pratos franceses criados pelo Chef Didier Bardot, apreciando Lyon do alto. O cardápio é sazonal e os menus com entrada, prato principal e sobremesa, variam entre 17 e 46 euros. A quenelle, um bolinho de peixe típico da região, com molho de lagosta é a boa pedida! No verão, o local bomba e se quiser sentar na varanda (onde se tem a melhor vista), precisa reservar com um mês de antecedência.
Restaurant de Fourvière
9 place de Fourvière – 69005 Vieux Lyon
Diariamente, das 12h às 14h30 e das 19h às 22h30.
No bairro onde a sétima arte nasceu, o restaurante Marguerite se instala em uma grande mansão do início do século XX que pertenceu à Margaret e Auguste Lumière, um dos irmãos criadores do cinema. Patrimônio histórico da França, o estabelecimento oferece cozinha de tradição com um mix de modernidade. A fórmula Autour d’um Plan (o nosso famoso prato executivo) oferece a possibilidade de almoçar em menos de uma hora no restaurante. No início e fim da tarde, o l’Espace Bar serve degustações de doces e salgados e harmonizações de bebidas. À noite, um cardápio mais elaborado, coerente com o espírito do lugar, apresenta uma cozinha requintada e criativa. Escolha entre o menu de 2 ou 3 pratos, de 26.50 euros e 30.80 euros, respectivamente.
Marguerite Restaurant Bocuse
57, Avenue des Frères Lumière – 69008 Monplaisir
Segunda a quinta, das 12h15 às 14h e das 19h às 22h. Sextas, sábados e domingos, das 12h15 às 14h e das 19h às 23h.
Jean Moulin é um homem célebre na França, visto pela população como um herói. Charles de Gaulle, durante a Segunda Guerra Mundial, o encarregou de unificar os movimentos de resistência contra a ocupação da Alemanha no território francês, especialmente em Lyon. O restaurante presta uma homenagem à esta figura histórica, misturando pratos tradicionais e contemporâneos. O chef, Grégoire Baratier, possui apenas 28 anos e se destaca com seus menus acessíveis a partir de 22.90 euros. Não é à toa que o estabelecimento, nas margens do Rio Rhône, está sempre cheio. As criações são inovadoras, portanto, sugiro o menu degustação de 28.90 euros.
Le Jean-Moulin
22, Rue Gentil – 69002 Cordeliers
Terça a sábado, das 12h às 13h30 e das 20h às 21h30.
Localizado dentro do hotel Villa Florentine, na colina de Fourvière, o restaurante convida o público a viver uma experiência gastronômica cheia de surpresas e sabores (com um plus de uma vista linda!). O ambiente é aconchegante e refinado, seguindo o padrão dos pratos criados pelo Chef David Delsart. A ideia do cozinheiro é misturar os ingredientes regionais com a sofisticação da comida francesa. No verão, o terraço é o point, portanto é necessário reservar. Prove o pombo com creme de milho e cogumelos marinados ou escolha um dos menus, que vão de 39 a 115 euros.
Les Terrasses de Lyon
25, Montée Saint-Barthélémy – 69005 Vieux Lyon
Terça a sábado, das 12h às 13h15 e das 19h30 às 21h15.
O restaurante leva o nome do chefe japonês que desenvolveu, em Lyon, o conceito de criar os pratos através de sua experiência de vida, imaginação e prazer. O local, ganhador de 1 estrela Michelin, transpira toda a filosofia de Takao, que considera a cozinha uma história universal. O chefe explora novos sabores, texturas e combinações, resultando em pratos intuitivos e criativos. A ideia é ir para degustar, sentir e experimentar o novo, portanto não há menu fixo (apenas o preço entre 35 e 88 euros) e o chefe prepara o que estiver em sua mente no dia.
Takao Takano
33, Rue Malesherbes – 69006 Foch
Terça a sábado, das 12h às 13h30 e das 19h30 às 21h45
Criado em 2010, o local é o único bar de queijos de Lyon. Os donos oferecem mais de 30 tipos do produto, todos com preços acessíveis, dando destaque aos produzidos na região do Rhône. A boa é montar a sua própria tábua, misturando frios, embutidos e frutas secas e harmonizando vinhos sugeridos pelos garçons. A peça de queijo sai a partir de 2.90 euros e, no período do almoço, a fórmula com tartine ou salada, sopa ou sobremesa e bebida fica a partir de 10.90 euros.
L’Instant Fromage
31, Rue Sainte-Hélène – 69002 Bellecour
Terça a sexta, das 12h às 14h e das 18h às 22h. Sábados, das 12h às 15h e das 18h às 22h.
Em 2014, após estudar no Institut Paul Bocuse e trabalhar em restaurantes conceituados em Paris, o chefe coreano Younghoon Lee decidiu abrir a sua própria casa e já é ganhador de 1 estrela Michelin. O restaurante pequeno, de apenas 26 lugares, possui decoração minimalista e moderna que combina com os pratos únicos, construídos a partir de produtos frescos sazonais. A esposa de Lee recepciona o público e explica a forma com que a casa funciona: não há menu fixo e o chefe trabalha conforme sua inspiração, imaginação e ingredientes disponíveis. Os preços variam entre 30 e 70 euros.
Le Passe Temps
52, Rue Tronchet – 69006 Masséna
Terça a sábado, das 12h às 13h30 e das 19h45 às 21h30.
Aberto há 2 anos, o restaurante tem a intenção de compartilhar felicidade entre as pessoas. O Chef Christophe Roure comanda a cozinha enquanto a sua esposa Nati organiza a casa e conversa calorosamente com os clientes. Os pratos são típicos da cozinha francesa com toques gourmet, criativos e cheios de produtos regionais. A transparência, a luz suave e a decoração do ambiente criam uma atmosfera relaxante, deixando os holofotes para as criações culinárias de Roure. Os menus são a partir de 85 euros e os pratos principais à la carte, em média, 50 euros.
Le Neuvième Art
173, Rue Cuvier – 69006 Brotteaux
Terça a sábado, das 12h às 13h30 e das 19h30 às 21h15.
Estátuas e cortinas fazem parte da decoração do restaurante, que busca misturar aconchego e antiguidade no ambiente. O menu muda constantemente, mas sempre se mantém o mesmo valor: 29 euros, com entrada, prato principal e sobremesa. Os pratos aliam sabores e cores da gastronomia francesa e são preparados exatamente na hora que o cliente pede. Portanto, se o restaurante estiver cheio (o que é habitual), a espera pode ser um pouco longa. Escolha suas opções e harmonize com o vinho que o garçom indicar. Reserve antes, para no máximo 4 pessoas.
Archange
6, Rue Hippolyte Flandrin – 69001 Hôtel de Ville
Terça a domingo, das 19h00 às 23h00.
Foto destaque: Jéssica-D
Jornalista por formação e viajante de coração. Atualmente mora em Montreal, mas o Zip Code vive em constante mudança ao lado do marido francês. Toda a vez que viaja, a mala vai grande e volta com peso extra. Coleciona copos de shot e ama vinhos locais. Sabe que cada destino marca a gente de alguma maneira e que ostentação de verdade é ter o passaporte todo carimbado.
Ver todos os postsExcelente o seu post! Tenho um que complementa bem a parte do Paul Bocuse: https://www.notasdesabor.com.br/franca/lyon/restaurante-paul-bocuse/
Opa, dica anotada :)
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.