Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
A gente aqui no blog é bem fã de cerveja artesanal. Acho que isso fica claro em nosso conteúdo e tem ficado claro nas nossas fotos de São Francisco no insta (segue a gente @chickenorpastasir). Por isso, não podíamos deixar de visitar a Anchor nessa passagem por aqui.
Para quem não sabe, a Anchor surgiu bem antes de toda essa febre de cerveja artesanal. A marca apareceu em 1896, quando começaram a fazer a cerveja do tipo steam. Esse era o tipo produzido mais comum na Califórnia naquela época, que não usava nenhum tipo de refrigeração para a fabricação da cerveja. Naquela época, era muito difícil conseguir gelo ou mesmo água gelada na Califórnia. Eles acharam então um levedo para lager que podia ser usado em uma temperatura mais elevada que o convencional e faziam uma gambiarra para chegar nessa temperatura. A steam beer era considerada uma cerveja de baixa qualidade e feita para trabalhadores.
1920 chegou, e com ele veio a proibição. O que fez toda atividade da Anchor, legal ou ilegal, parar. Com o fim da proibição, em 1933, a Anchor foi a única dessas cervejarias de steam beer que voltou à ativa, mas em 1959 foi fechada por um breve período pois não conseguia competir com a produção de cervejas industriais em larga escala e estava indo a falência. Abriu de novo em 60 e continuou nos perregues até ter 51% de suas ações compradas por Fritz Maytag e ele reerguer a empresa.
O legal da Anchor é que ela é pioneira em tipos de cerveja nos Estados Unidos, hoje conhecido como um dos lugares mais criativos da indústria cervejeira: foi a primeira a fazer uma porter, uma barleywine e uma cerveja de trigo nos EUA depois da proibição.
O tour acontece no mesmo prédio que a empresa está desde 1977. É preciso agendar antes (aqui!), custa 15 dólares e acontece em dois horários: às 10 e às 13hs. Ele realmente é bem cheio, eu não esperava tanta gente no meu grupo. Com o carimbo no braço, a gente começa o tour com um copinho da famosa steam beer e uma introdução a cervejaria. Nosso guia era o Nick, que era excelente por sinal.
O passeio pela fábrica é bem rápido: começamos pela produção do mosto (quando você ferve o malte com água), com aquele cheiro maravilhoso invadindo o ambiente. Passamos pela salinha do lúpulo, pela primeira fermentação, que é feita aberta, e a segunda, essa já no porão, de forma fechada. Por último passamos pelo engarrafamento/enlatamento. Tudo isso deve durar aproximadamente 40 minutos, com todas as fases do processo explicadas e qualquer pergunta respondida pelo Nick.
De volta ao bar inicial, uma das horas mais aguardadas: a degustação. Começamos com a lager, passamos pela Brotherhood Steam, que é uma steam com dry hopping (lúpulos de aroma são adicionados na fase de fermentação já). Depois seguimos com uma Liberty Ale, a Double IPA, Brekles Brown, a Porter, uma Barleywine e para finalizar, a Bigleaf Maple, que como o próprio nome diz, é feita com a mesma planta do maple syrup (aquele das panquecas). O Nick deu ainda uma saidera, cada um escolhia qual queria tomar.
Como fã de cerveja, e quem faz cerveja caseira uma vez ou outra, o tour não poderia ter sido melhor. Imperdível para não só quem faz, mas para quem tem curiosidade em saber como funciona uma cervejaria de pequena escala – falo em pequena, mas a Anchor é hoje a 26ª no mundo em quantidade de cerveja produzida e distribuída.
*Todas as fotos desse post foram tiradas pela Dani Valentin no tour
A Dani gasta todo o seu dinheiro com viagens. Um de seus maiores orgulhos é dizer que já pisou em cinco continentes. É do tipo sem frescura, que prefere localização a luxo e não se importa de compartilhar o banheiro de vez em quando. Adora aprender palavras no idioma do país que vai visitar e não tem vergonha de bancar a turista.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.